Segmento de motos médias cresce no Brasil

Diversos modelos médios, como a Kawasaki Eliminator 450, devem ser lançados no Brasil neste e no próximo ano. Foto: Divulgação Kawasaki

26/07/2023 - Tempo de leitura: 2 minutos, 48 segundos

As vendas de motos no Brasil têm tido crescimento constante desde 2019. Só no primeiro semestre deste ano, foram emplacadas 780.070 unidades, alta de 22,5%, em relação ao mesmo período de 2022. Embora a grande maioria das motos vendidas no País ainda seja de baixa cilindrada, até 160 cm³, o segmento de motos médias, entre 161 cm³ e 449 cm³, tem aumentado sua participação e atraído a atenção das fabricantes. Tanto que diversas marcas estão investindo no nicho que, até pouco tempo atrás, oferecia poucas opções aos consumidores. 

No primeiro semestre deste ano, 118.644 motos médias foram emplacadas, de acordo com a Abraciclo, associação dos fabricantes do setor de duas rodas. O montante representa apenas 15,2% das motocicletas vendidas em 2023, mas mostra um crescimento de 36,3%, em comparação com o ano passado. 

Para Marcos Bento, presidente da Abraciclo, trata-se de uma evolução natural no mercado de motos. “O consumidor que já tem uma moto pequena anseia pelas médias. Ele procura modelos com melhor desempenho e mais tecnologia, pois, além de usar nos deslocamentos diários, também tem a moto como hobby, para viajar nos finais de semana”, analisa Bento.

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Motos médias são mais do que um meio de locomoção

Prova de que o motociclista brasileiro está de olho nas motos de média cilindrada é a Dominar 400, da Bajaj. A fabricante indiana, que estreou no Brasil em dezembro de 2022, surpreendeu-se com as vendas do modelo de 400 cc. “Sinceramente, não esperávamos que a Dominar 400 fosse ser nosso carro-chefe”, revela Jaqueline Deneka, gerente de marketing da Bajaj.

Apesar de vender modelos de 160 cc e 200 cc, a Dominar de 400 cc responde por 70% das vendas da fabricante indiana no País. “A moto tem especificações completas e um preço competitivo. Atrai um consumidor que tem a moto como hobby e aspira um modelo maior e mais potente”, avalia Jaqueline. 

Para fidelizar esse cliente, a Bajaj tem investido no programa Dominar Rides, que consiste em encontros e passeios com os proprietários do modelo. “Chegamos a reunir 80 clientes, e eles elogiaram bastante, pois esse tipo de ação costuma ficar restrito às marcas premium e aos donos de motos maiores”, comemora a gerente de marketing da Bajaj.

O mesmo acontece com a Kawasaki. Famosa por suas motos de alta cilindrada, os modelos Versys X-300, Ninja 400 e Z 400 somam 3.847 unidades comercializadas no ano passado – o que correspondeu a 42,5% das motos vendidas. “São modelos muito importantes para a Kawasaki não só no volume mas também porque são a porta de entrada para a marca. Dessa forma, fidelizamos os clientes”, analisa Sonia Harue, diretora comercial e de marketing da Kawasaki Motores do Brasil. 

Para reforçar o portfólio de modelos médios, além de relançar a Ninja 300, no início deste ano, a Kawasaki apresentou, recentemente, duas novidades para o segmento. A esportiva Ninja ZX-4R, que tem motor de quatro cilindros e 400 cc, chega às lojas em outubro e, no ano que vem, é a vez da cruiser Eliminator 450. Em 2024, também devem desembarcar no Brasil as novas Triumph de 400 cc para agitar ainda mais o segmento de motos médias. 

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