Empresas e projetos inovadores dominam as discussões dos mais diversos mercados. Disrupção virou a palavra do momento, definindo serviços e produtos até então impensáveis ou mesmo inviáveis. E o motor dessa mudança responde pelo nome de tecnologia que, colada ao cotidiano das cidades, modifica a maneira como nos deslocamos, trabalhamos, convivemos e experimentamos o espaço urbano. “Alguns autores comparam a alteração de percepção urbana atual com o que as pessoas que viveram no século 19 experimentaram com a chegada da luz elétrica”, afirma Stella Hiroki, doutora em Cidades Inteligentes pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo e criadora da plataforma Smart City Talks.
A principal novidade em relação à virada do século passado é a preocupação ambiental. “Hoje, todo projeto de inovação e tecnologia tem que passar por uma validação de mudança climática”, diz Stella, que foi a única brasileira a palestrar no principal evento de inovação do mundo, o South by Southwest (SXSW), realizado em Austin, nos Estados Unidos. Nos últimos quatro anos, a pesquisadora estudou o assunto em Singapura, na SMU University, e em Dublin, na Irlanda, no The Programmable City Lab, Maynooth University. No próximo dia 30, ela participa do Summit Mobilidade Urbana do Estado.
A tecnologia combinada à necessidade de garantir a sobrevivência humana em um mundo saturado de poluição – e somada a restrições financeiras – condiciona a crescente oferta de serviços e projetos voltados a reutilizar, otimizar e transformar o que já existe. Emergem então os sistemas de compartilhamento que, dividindo carros, bicicletas ou patinetes entre vários usuários, buscam também se viabilizar como alternativas ambientais.
Isso faz ainda mais sentido quando olhamos alguns dados divulgados pelo C40, grupo de grandes cidades fundado em 2005 pelo ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, e empenhado em debater e combater a mudança climática. Um terço das emissões de gases com efeito estufa das cidades provém do transporte urbano. Além disso, o ar sujo leva a quase 4,5 milhões de mortes prematuras por ano, causando ainda doenças como a asma, que ataca especialmente crianças.
Ilan Cuperstein, vice-diretor regional do C40 para a América Latina, que também participará do Summit, elenca iniciativas estratégicas como o Zebra, sigla em inglês para acelerador para o desenvolvimento de ônibus geradores de emissão zero. O projeto funcionará em São Paulo, Cidade do México e Medellín para impulsionar a adoção de modelos elétricos. Hoje, menos de 1% dos ônibus da região é elétrico.
Summit Mobilidade 2019
Dia 30 de maio, das 8h às 16h30
Na Casa das Caldeiras (Avenida Francisco Matarazzo, 2.000, Água Branca, São Paulo).
Ingressos custam R$ 299 até 14 de maio e R$ 399 na sequência.
Mais informações em https://estadaosummitmobilidade.com.br/