Todas as vezes em que acessamos redes sociais, portais de notícias ou sites de busca ou de e-commerce, apenas para citar alguns exemplos, geramos um grande volume de dados sobre nosso comportamento, nossos hábitos e nossas preferências. A conversão desses dados ‘soltos’ em informações estruturadas, aplicando inteligência analítica – e em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) –, contribui para o desenvolvimento e aprimoramento de produtos, serviços e processos, conhecimento aprofundado sobre o comportamento do consumidor e até para a melhoria da mobilidade urbana.
Os aplicativos de mapas são um bom exemplo da transformação digital a favor da mobilidade urbana. Com eles, por meio de um modelo colaborativo de uma grande rede de usuários, motoristas e passageiros podem compartilhar informações, em tempo real, sobre ocorrências na rota, como acidentes e congestionamentos, entre outras. Os dados recebidos são rapidamente processados, analisados, consolidados e transformados em informação, o que dá ao usuário a possibilidade de buscar caminhos alternativos para escapar do sufoco. Economia de tempo e mais segurança.
Indiretamente, as ferramentas tecnológicas voltadas para melhorar a experiência do consumidor também têm potencial para gerar efeitos positivos na mobilidade urbana, pois colaboram para otimizar os fluxos de carros e pessoas nas ruas e avenidas. Explico a seguir.
A inteligência de dados é o meio mais célere e eficiente para que isso ocorra. Existem tecnologias aptas a armazenar grandes quantidades de dados, que podem ser analisados e transformados em informações valiosas sobre preferências, hábitos e até as insatisfações do cliente.
Com esses insumos em mãos, as empresas têm um cenário mais amplo para definir as estratégias dos produtos ou serviços, o que as permite planejar ‘como’, ‘quando’ e ‘qual’ a melhor forma de atrair a atenção dos públicos de interesse. A soma desses fatores resulta em maior proximidade da marca com os clientes e, consequentemente, menos desperdício e maximização da rentabilidade.
E onde a mobilidade se encaixa nesse contexto? A resposta é simples. As relações de consumo mais assertivas colaboram para otimizar os deslocamentos, uma vez que a pessoa pode planejar melhor a jornada da compra.
Um grande shopping center na região Centro-Oeste vem desenvolvendo um projeto piloto bastante disruptivo nesse sentido. A ideia é utilizar informações obtidas a partir do estacionamento para desenvolver campanhas e ações de relacionamento personalizadas para os clientes, com oferta de novos produtos e serviços e promoções e vantagens para estimular a frequência em horários alternativos, o que contribui para otimizar o fluxo de veículos durante o dia.
A tecnologia permite que o sistema cruze os dados das placas dos carros e motos que acessam o estacionamento com informações públicas sobre o proprietário do veículo, sempre seguindo e cumprindo o que determina a Lei Geral de Proteção de Dados. Dessa maneira, o shopping passa a ter uma visão mais completa desse cliente, entendendo com qual frequência ele vai ao estabelecimento, quanto tempo passa por lá, seus horários preferidos, hábitos de consumo, preferências e perfil de comportamento.
Exemplos como esses dos aplicativos de mapas e do shopping ilustram como a inovação pode influenciar positivamente a qualidade de vida nas grandes e médias cidades, facilitando a mobilidade urbana e, além disso, aproximando as marcas das pessoas, o que faz a economia girar mesmo em períodos mais difíceis.”