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Voos sob demanda impulsionam a aviação executiva

Por: Daniela Saragiotto . 22/03/2023
Mobilidade para quê?

Voos sob demanda impulsionam a aviação executiva

Novos modelos de negócio aquecem o setor, ampliando seleto público consumidor desse serviço

2 minutos, 54 segundos de leitura

22/03/2023

Por: Daniela Saragiotto

Aeronave executiva Phenom 300: um modelo que a Avantto comercializa cotas para interessados. Foto: Marco Ankosqui

O segmento de aviação executiva, que oferece um serviço cuja maior parte da população só conhece pelos filmes, tem registrado aumento na procura nos últimos anos. O aparecimento de novos modelos de negócio, como a venda de assentos avulsos ou a comercialização de cotas das aeronaves, colaboram com esse cenário.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), até outubro de 2022, foi registrada uma média mensal de 30 mil pousos e decolagens de voos executivos. Isso representa alta de 15%, em relação a 2019, e de 40%, na comparação com 2020.

Decisões da autoridade aérea tendem a impulsionar a criação de novas rotas e aquecer a aviação regional. Em janeiro deste ano, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aprovou, de forma definitiva, o modelo de vendas avulsas de assentos em aeronaves, por meio da Resolução nº 700, de 24 de janeiro de 2023, que tornou permanentes dispositivos da Resolução nº 576, de 4 de agosto de 2020.

Essa modalidade já era praticada, desde 2020, por empresas de táxi-aéreo para venda, em voos de curta duração, das chamadas “pernas vazias” (viagens em que uma aeronave voltaria sem passageiros), mas se tratava de uma autorização temporária.

Ampliação do público

A Flapper, empresa de mobilidade aérea chamada de “app dos jatinhos’, tem sentido o aumento na procura no dia a dia. Para Paul Malicki, CEO da companhia, há espaço para viagens mais baratas na aviação executiva.

Como exemplos, ele menciona ofertas semanais da Flapper para São Paulo-Angra dos Reis (RJ), variando de R$ 900 a R$ 1.800 por assento, além de destinos de alta temporada, como São Paulo-Ilhabela, Buenos Aires-Punta del Este, por valores entre R$ 780 e R$ 2.500 por assento. “Claro que o maior faturamento sempre virá dos voos mais longos, mas há espaço para uma ampliação neste setor”, diz.

Jato Learjet 60, uma das aeronaves mais buscadas pelos clientes da Flapper, a “Uber” dos jatinhos. Foto: Divulgação Flapper

O executivo, que já atuou em empresas como Easy Taxi, está na Flapper desde sua fundação, em 2016. “Como usuários, tínhamos dificuldade em fretar voos e víamos processos muito manuais. Essa percepção, mais o claro potencial que esse segmento tem no Brasil, foi o ponto de partida para a criação da empresa”, explica.

Com aproximadamente 50 funcionários e presença, além de no Brasil, na Argentina, Chile, Colômbia, México, Estados Unidos (Flórida) e Portugal, a Flapper registrou, em 2022, média de 200 voos por mês. “Faturamos R$ 36 milhões, em 2021, e R$ 65 milhões, em 2022. E em torno de 30% dos nossos clientes nunca havia usado antes um serviço de aviação executiva”, diz o CEO.

Aeronaves de US$ 10 milhões

Interior sofisticado de uma das aeronaves utilizadas pela Flapper. Foto: Divulgação Flapper

De acordo com a Flapper, eles utilizam aeronaves construídas após o ano 2000, sendo a Learjet 45 e a Learjet 60 algumas das mais comuns. O alcance do jato Learjet 45 é de 3.200 quilômetros, o que permite voar sem escala de São Paulo a Fortaleza; já um jato pesado, como o Gulfstream G500, consegue ir sem escala para a Europa ou Nova York. O preço de um Phenom 300 usado pode variar entre US$ 7 milhões e até US$ 10 milhões; já seu custo de fretamento entre São Paulo e Rio de Janeiro, segundo a Flapper, é de cerca de R$ 49.000.

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