Filha de produtores rurais do Piauí recebe prêmio ‘Alma da Ruralidade’

Francisca Neri tem 25 anos e é de Betânia, interior do Piauí, onde trabalha como secretária de Agricultura Familiar e promove o associativismo e o cooperativismo para melhorar a renda e a qualidade de vida dos pequenos produtores. Foto: IICA/Líderes da Ruralidade/Divulgação

05/07/2022 - Tempo de leitura: 3 minutos, 6 segundos

A jovem brasileira Francisca Neri, criadora de ovinos e caprinos, acaba de ser reconhecida como uma das ‘Líderes da Ruralidade’ das Américas pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). O IICA é especializado em desenvolvimento agropecuário e rural.

O prêmio integra a iniciativa Alma da Ruralidade e homenageia homens e mulheres que fazem a diferença no campo do continente americano — atuação fundamental para a segurança alimentar e nutricional e a sustentabilidade ambiental do planeta.

Francisca tem 25 anos. Ela é de Betânia, interior do Piauí, onde trabalha como secretária de Agricultura Familiar e promove o associativismo e o cooperativismo para melhorar a renda e a qualidade de vida dos pequenos produtores.

Filha de mãe e pai criadores de cabras e ovelhas, Francisca nasceu e foi criada vendo os pais trabalhando. Aos 17 anos, casou-se com um produtor local e já era mãe. Foi aí que começou sua bem-sucedida história de jovem liderança em Betânia, município de pouco mais de 6 mil habitantes no Vale do Itaim, Estado do Piauí.

Em 2016, Francisca começou a trabalhar como secretária, mas com sua liderança nata logo passou a integrar a diretoria administrativa. Aos 22 anos, ela já era a primeira presidente mulher da Ascobetânia, cargo para o qual se elegeu duas vezes. Foto: IICA/Lideres da Ruralidade/Divulgação

Na época, o marido de Francisca procurou a Associação de Criadores de Ovinos e Caprinos do município, a Ascobetânia, que buscava jovens da localidade para ingressar na Associação, mas os consultores do Viva o Semiárido, projeto do governo do Estado implementado pelo IICA com recursos do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) e do governo do Piauí, preferiam filiar jovens mulheres. Bom para Francisca, para os agricultores locais e para o município, porque a filiação da moça foi um divisor de águas na trajetória de Betânia no associativismo e cooperativismo.

O cooperativismo e o associativismo são os negócios do futuro, é o que vai gerar renda para os meus filhos, meus netos, e o que gerou renda para os meus pais (Francisca Neri, 25 anos, produtora rural e ‘Líder da Ruralidade’ pelo IICA)

“Foi a minha oportunidade. O associativismo e o cooperativismo estão no meu sangue. É a minha vida e a base de tudo o que eu acredito. É como eu luto pelas pessoas e pelos agricultores para que eles estejam lá dentro, para que se engajem cada vez mais. Para mim, o cooperativismo e o associativismo são os negócios do futuro, é o que vai gerar renda para os meus filhos, meus netos, e o que gerou renda para os meus pais. Por isso, eu acredito que ter entrado para este mundo foi a melhor escolha que eu fiz na minha vida”, disse orgulhosa.

CENÁRIO RURAL EM BETÂNIA (PI)

Graças à abertura de novos mercados e à melhoria genética dos animais, em Betânia (PI) conseguiu-se gerar rentabilidade na agropecuária — uma atividade que, até poucos anos atrás, era sobretudo de subsistência —, além de fixar muitos jovens nas áreas rurais onde trabalham com seus pais.

A feira de agropecuária da cidade virou referência em produção animal e os produtores locais estão montando um matadouro certificado para que seus produtos cheguem aos supermercados de todo o Brasil.

Em 2016, Francisca começou a trabalhar como secretária, mas com sua liderança nata logo passou a integrar a diretoria administrativa. Aos 22 anos, ela já era a primeira presidente mulher da Ascobetânia, cargo para o qual se elegeu duas vezes. Foto: IICA/Lideres da Ruralidade/Divulgação