Ano novo, prova com regulamento novo, formato novo, mas um velho conhecido do primeiro degrau do pódio estava lá, novamente. Gabriel Casagrande carimbou a própria faixa de campeão com mais uma vitória, na etapa inaugural da temporada 2022 da Stock Car Pro Series, realizada em Interlagos (SP), no último domingo.
Para não parecer que a coincidência se limita ao vencedor, Daniel Serra foi o segundo e Thiago Camilo o terceiro, exatamente os três pilotos e a mesma ordem de chegada na tabela do campeonato passado. Porém, o que parece uma repetição enfadonha não teve nada disso. Ao contrário, a Corrida de Duplas proporcionou emoções extras, por meio de um formato que procurou agradar ao personagem mais importante de tudo isso: o espectador, o fã da Stock Car Pro Series.
Ao contrário das outras edições da Corrida de Duplas, a pandemia acabou limitando o número de pilotos estrangeiros, e a maioria dos convidados acabou sendo formada por brasileiros mesmo, alguns despontando no automobilismo brasileiro, misturados a nomes experientes, que correm apenas no exterior, como Pietro Fittipaldi, Augusto Farfus Jr. e Felipe Fraga.
O novo modelo de disputa, idealizado pelos promotores para essa prova, foi o de somar os pontos obtidos nas duas corridas, para determinar a posição final da dupla, outorgando os pontos somados ao piloto titular, que disputa a temporada regular. O que não garante que o ganhador da primeira saia como vencedor do fim de semana.
A nova equação exigiu uma dose extra de cálculos e estratégias das equipes, além de regularidade dos convidados. Umas das duplas que mais chamaram a atenção foi a de Felipe Massa e Timo Glock, formada em alusão à ultrapassagem sofrida pelo alemão, na Curva da Junção, no GP Brasil de Fórmula 1, em 2008, pelo inglês Lewis Hamilton, que tirou o título mundial do brasileiro, que ficou com o inglês por questão de metros e 1 ponto de vantagem.
O triunfo, sexto de Casagrande na Stock Car, veio da combinação de resultados do paranaense, pole position e vencedor da corrida 1, e seu convidado, Gabriel Robe, quarto colocado na corrida 2. A segunda posição ficou com a dupla Daniel Serra/Augusto Farfus, graças a dois terceiros lugares. Thiago Camilo e Dennis Dirani, segundo e oitavo colocados, respectivamente, completaram o pódio, no terceiro posto.
Destaques entre os convidados brasileiros da nova geração, que agarraram com afinco a rara oportunidade na Stock Car, foram o brasiliense Enzo Elias, vencedor da segunda corrida do dia, em sua primeira experiência na Stock Car Pro Series, e Gabriel Robe, atual vice-campeão da Stock Light, que agora passa a se chamar Stock Series.
Enzo Elias acaba de completar 20 anos, mas já ostenta currículo de veterano. Na contramão da maioria dos jovens, almejou as corridas com carros de turismo, apesar de começar a carreira na F3. Em seus apenas cinco anos de carreira, sagrou-se campeão brasileiro de Porsche Cup 3.8, em 2019, no ano seguinte, foi vice, na categoria Sprint da Porsche Carrera 4.0, e, em 2021, foi o melhor na série Endurance, da Porsche Carrera 4.0 – resultado que lhe rendeu o título “overall” da série –, além de ser finalista no disputadíssimo Junior Program da marca, disputado na Europa.
A abertura da temporada 2022 da Stock Car Pro Series deixou uma série de certezas. A competitividade continua em alta na categoria, e a renovação está garantida, pois uma nova geração de pilotos está mostrando que merece um lugar ao sol, ou melhor, no pódio. Os veteranos que se cuidem, apesar de que o resultado não deixa dúvida: os jovens terão bastante trabalho para chegar ao estrelato.
| Colocação | Piloto | Pontos |
|---|---|---|
| 1° | Gabriel Casagrande | 41 |
| 2° | Daniel Serra | 32 |
| 3° | Thiago Camilo | 31 |
| 4° | Galid Osman | 25 |
| 5° | Ricardo Zonta | 23 |
| 6° | Allam Khodair | 22 |
| 7° | Rafael Suzuki | 19 |
| 8° | Marcos Gomes | 19 |
| 9° | Julio Campos | 18 |
| 10° | Gaetano Di Mauro | 15 |