Carro elétrico: Rodovia Fernão Dias ganha estação de recarga

Usuário desembolsará R$ 2,40 pelo kWh para recarregar baterias no eletroposto de Três Corações. Foto: Divulgação Incharge

27/08/2024 - Tempo de leitura: 5 minutos, 29 segundos

A cidade mineira de Três Corações tem Pelé, o rei do futebol, como seu filho mais ilustre. Mas também se destaca nos setores industrial e do agronegócio. Agora, ela pode se tornar um local estratégico para a infraestrutura de recarga de carros elétricos.

A Incharge, empresa de soluções de energia, inaugurou a estação de recarga situada no km 743 da Rodovia Fernão Dias (BR-381), em anexo à rede de lanchonetes Venda do Chico. A Fernão Dias é o principal corredor de ligação entre São Paulo e Minas Gerais e, por isso, apresenta posição importante para os planos da empresa.

Localizada a 290 quilômetros de Belo Horizonte, Três Corações está quase no meio do caminho entre as duas capitais. “Temos mais de 500 pontos de recarga instalados em condomínios e estacionamentos. Esse é o nosso primeiro eletroposto em rodovia, um sonho antigo da empresa”, comemora Alexandre Abdalla, diretor técnico e cofundador da Incharge.

Segurança para viajar pela Fernão Dias de carro elétrico

Segundo o executivo, “estava na hora de sair do aquário para nadar em alto-mar”. E a correnteza parece favorável à Incharge. Na sequência, ela abrirá outro eletroposto no km 584 da própria Fernão Dias, na cidade de Carmópolis de Minas (MG), a 170 quilômetros de Três Corações. “Com isso, o usuário terá total comodidade e segurança para viajar de São Paulo a Belo Horizonte”, diz Abdala.

O investimento da estação de Três Corações – que ocupa uma área de 350 m2 – chegou a R$ 3 milhões e inclui a instalação dos equipamentos, obras de construção civil e uma subestação de energia com capacidade inicial de 500 kVA (quilovolt ampere). Os equipamentos de recarga são fabricados na sede da Incharge, em Santa Rita do Sapucaí (MG).

O eletroposto dispõe de seis pistolas de recarga rápida, com tomadas CCS2, com cinco pinos de alimentação: dois para a bateria principal, dois para a bateria de baixa tensão e um pino de proteção. Para desembolsar R$ 2,40 o quilo- watt/hora, o usuário escaneia o QR Code estampado na parte frontal dos equipamentos e faz o pagamento.

Assim, de forma remota, é possível ver informações como potência do carregamento, energia consumida e duração da operação. “A estação está preparada para recarregar automóveis de passeio e veículos de entrega de até 14 toneladas”, explica Abdala.

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Projeto Oásis

Além de Três Corações e Carmópolis de Minas, a Incharge pretende implementar, em 2024, uma estação de recarga de carro elétrico na cidade de Aparecida (SP), às margens da Rodovia Presidente Dutra (BR-116).

“Com o posto em Três Corações e um futuro, em Carmópolis, o usuário terá segurança para viajar de São Paulo a Belo Horizonte”

Alexandre Abdalla, diretor-técnico e cofundador da Incharge

Entretanto, os planos se estendem para 2025. A companhia quer instalar outros sete eletropostos, nas cidades de São Paulo, Bauru, São José dos Campos (SP), Itajubá (MG) e em três locais ainda em estudos. As estações de recarga da Incharge não se resumem a totens fincados no solo.

Batizada de projeto Oásis, a estrutura prima pela estética diferenciada, com acabamento refinado nas laterais dos pontos e coberturas circulares apoiadas por uma base que remete a filetes por onde circula a corrente elétrica.

“A instalação é bonita, instagramável e chama atenção de quem passa por ali. Quem sabe a obra não desperte o interesse de futuros compradores de carros elétricos”, afirma o diretor técnico e cofundador da Incharge. Para criar a estação, a Incharge contratou o designer de produtos Victor Colhado, dono de um premiado estúdio em São José dos Campos (SP).

‘Projeto Oásis’: estação de recarga é assinada pelo designer de produtos Victor Colhado.
Foto: Divulgação Incharge

Menina dos olhos

Com 750 m2, o eletroposto de Carmópolis de Minas vai exibir o mesmo visual, com uma diferença na posição das vagas. “Será um corredor com conceito de drive thru, ou seja, os carros estacionados paralelamente aos pontos de recarga. Carmópolis é minha menina dos olhos”, define Abdala.

Ele conta que buscou inspiração nas soluções adotadas na Europa. Uma viagem feita em 2016, aliás, mudou sua trajetória profissional. Ele trabalhava no segmento de iluminação de LEDs, mas passou a considerar sua entrada no mercado de mobilidade elétrica.

Assim, ao sair do aeroporto de Amsterdã (Holanda) pegou um taxista que dirigia um Tesla, famosa marca de carros elétricos dos Estados Unidos. Tempos depois, soube que das 20 conclusões de um congresso global de novas práticas e ideias, 15 estavam relacionadas a veículos elétricos. Era o “aviso” que faltava para mergulhar de vez na eletromobilidade.

A atuação em cidades mineiras acontece no momento em que o Estado alcançou a sexta posição no ranking brasileiro de vendas de veículos eletrificados (com propulsão 100% elétrica ou híbrida), em julho. Foram 961 unidades emplacadas, o que representa 6,28% de participação no mercado.

Com essa iniciativa e futuros investimentos, a Incharge deseja se firmar em um segmento cada vez mais competitivo no Brasil. E, aos estrear em Três Corações, quem sabe ser o Pelé entre as empresas de infraestrutura de recarga.

EcoPower e Horwin planejam fábrica para produzir motos elétricas no Brasil

EcoPower, empresa de energia solar e sustentabilidade, fez um acordo para incorporar 50% da Horwin Brasil, fabricante de motocicletas elétricas.

Dessa forma, a parceria prevê a instalação de uma montadora no País, que irá produzir, distribuir e vender veículos da marca na América do Sul, pela rede de franqueados da EcoPower.

“A previsão de investimento da EcoPower é de R$ 150 milhões, o que irá gerar mil empregos diretos e indiretos. A capacidade de produção anual no primeiro ano será de 10 mil unidades, expandindo para 30 mil no segundo ano”, diz Anderson Oliveira, sócio da EcoPower.

Segundo Oliveira, uma moto de 125 cc precisa de R$ 15 para rodar 100 quilômetros. Já o custo do modelo elétrico é de R$ 3,85. Além de alimentar as motos, a bateria pode ser usada como power bank, para carregar eletrodomésticos.

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