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Motos elétricas “made in Brazil”

Por: Arthur Caldeira . 11/05/2022
Inovação

Motos elétricas “made in Brazil”

Startups brasileiras recebem aporte de capital e investem na produção local para acelerar a eletrificação da frota de duas rodas no País

4 minutos, 9 segundos de leitura

11/05/2022

Por: Arthur Caldeira

Criada em Brasília, Origem recebeu R$ 100 milhões em rodada de investimento para abrir sua fábrica em Manaus (AM), com capacidade para produzir 50 mil motos elétricas por ano. Foto: Divulgação/Origem

Para acelerar a eletrificação da frota de duas rodas, empresas brasileiras estão investindo pesado para produzir motos elétricas no País. Com o aporte de capital de fundos de investimentos, Voltz, Watts e Origem, todas startups nacionais, já têm planos de abrir fábricas no Polo Industrial de Manaus (AM) para produzir em grande escala e popularizar as motos elétricas no Brasil, o sétimo maior mercado de motocicletas do mundo.

Em maio do ano passado, a Voltz Motors, startup focada em mobilidade elétrica criada em Recife (PE), no final de 2019, recebeu aporte de R$ 100 milhões em uma rodada de investimentos, liderada pela Creditas, empresa especializada em crédito. O montante foi a injeção que ela precisava para ser capaz de responder à alta demanda por seus modelos elétricos.

Fábrica da Voltz começa a operar, no fim de maio, também na capital amazonense. Foto: Divulgação Voltz

“A fábrica é um passo importante para termos escala e poder cumprir os pedidos de nossas motos elétricas”, afirma Renato Villar, CEO da Voltz. A planta de mais de 12 mil metros quadrados na capital amazonense começa a operar, no fim de maio, e terá capacidade para produzir 15 mil unidades, por mês. Até então, os três modelos comercializados pelo Voltz – a scooter EV1 e duas versões da EVS, todas elétricas – eram produzidos em Suape (PE).

Além da montagem dos modelos, a instalação da fábrica em Manaus vai permitir maior agilidade logística e a produção local de diversos componentes, como pedais, retrovisores, pastilhas, discos de freio, entre outros, comenta Villar.

50 mil motos/ano

Também de olho no mercado de elétricas, a Multilaser, uma das principais empresas de informática e eletroeletrônicos no País, adquiriu a paranaense Watts Mobilidade Elétrica, por R$ 10,5 milhões, em março passado. Entre os planos está uma linha de montagem na planta da Multilaser na capital do Amazonas para produzir patinetes, scooters e até uma moto elétrica, a partir do segundo semestre deste ano. 

Criada, em 2018, em Londrina (PR), a Watts já importava e comercializava patinetes e scooters elétricos em suas 22 lojas, espalhadas por dez Estados e no Distrito Federal. “Apesar de serem importados, todos os nossos veículos eram desmontados e testados aqui, no Brasil. Eles, inclusive, foram desenvolvidos e adequados ao nosso mercado”, garante Rodrigo Gomes, fundador e agora diretor comercial da Watts.

Em outubro do ano passado, a marca apresentou a W 125, modelo que terá um motor elétrico de 3.000 W para “andar” como uma moto de combustão interna de 125 cc, garante Gomes. O público-alvo serão motociclistas urbanos e profissionais que procuram uma moto que não polui e também não gasta gasolina ou etanol para rodar.

W 125, da Watts, começará a ser produzida, a partir de agosto, na planta da Multilaser, em Manaus (AM). Foto: Divulgação Watts

Segundo o fundador da Watts, a fábrica em Manaus já estava nos planos para poder produzir a moto elétrica no Brasil em larga escala, mas a aquisição pela Multilaser acelerou o processo. “A produção deve ter início no segundo semestre deste ano, quando a W-125 começará a ser vendida”, revela Rodrigo Gomes.

O modelo irá custar R$ 19.990, com uma bateria, e R$ 24.990, com duas. A autonomia total pode chegar a 180 quilômetros. O preço e as especificações técnicas são bem semelhantes aos da Voltz EVS, que já está sendo vendida. Ainda de acordo com o diretor comercial da Watts, a capacidade produtiva da nova planta será de 50 mil unidades/ano.

Uso profissional

Criada, em 2017, em Brasília (DF), a startup Origem nasceu da cabeça de três engenheiros com foco em sustentabilidade e mobilidade. “Logo, vimos que o produto que faltava no Brasil era uma moto elétrica”, afirma Diogo Lisita, 33 anos, um dos fundadores.

No início de 2020, a moto elétrica Origem X ganhava as ruas com um modelo de negócio MaaS (mobility as a service). Em vez de vender a moto, a Origem aluga para frotas corporativas.

Origem já tem 50 unidades da X, único modelo produzido pela marca, rodando no Distrito Federal; o plano é colocar 1.000 motos elétricas na rua, até o final do ano. Foto: Divulgação Origem

Por R$ 1.000 mensais, a “assinatura” da Origem X inclui custos de seguro, IPVA, manutenção, rastreador e até troca de baterias nas estações montadas pela empresa. Por enquanto, são apenas 50 motos rodando no Distrito Federal e há 15 pontos de troca já instalados.

Em dezembro passado, em uma rodada de investimentos, a Origem captou R$ 100 milhões para montar sua fábrica em Manaus. A nova planta deve ter capacidade para produzir 50 mil motos/ano, mas, como depende da infraestrutura de recarga, o plano inicial é colocar 1.000 motos na rua e chegar a 200 pontos de recarga até o final de 2022.

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