Summit Indústria Automotiva 2023: trilhas da manhã debatem descarbonização e tecnologias no setor
Trilha da manhã debateu descarbonização, uso de 5G no mercado automotivo e demais tecnologias
O Summit Indústria Automotiva 2023, evento realizado pelo Estadão com patrocínio da Stellantis, começou hoje. A trilha da manhã foi iniciada às 9h e ao longo de todo esse período contou com especialistas para falar sobre as novas tecnologias e os principais desafios para a indústria no futuro.
O painel “Eletrificação ou etanol: qual é o melhor caminho para a descarbonização?” reuniu nomes importantes no setor para discutir alguns parâmetros envolvidos nesse processo. Desde a adoção de novos combustíveis menos poluentes, como a estrutura nacional para a migração energética.
Flávia Consoni, professora da Universidade de Campinas (Unicamp), iniciou sugerindo uma edição no tema do painel: “A gente precisa superar isso, a gente precisa falar que é eletrificação e é etanol”. Para a professora do Departamento de Política Científica e Tecnológica do Instituto de Geociências, a gravidade da crise ambiental e climática é complexa e não tem uma resposta única.
Evandro Gussi, presidente da União da Indústria de Cana de Açúcar (Única) reforçou o posicionamento da professora: “O mundo do ‘ou’ acabou, hoje a gente vive no mundo do ‘e’. Vamos precisar de tudo que que seja capaz de entregar redução de carbono e que esteja disponível”, argumentou.
João Irineu Medeiros, vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis para a América do Sul, aproveitou a discussão para posicionar o Brasil no contexto mundial. “Apesar [do Brasil] ser um País em desenvolvimento, o biocombustível nos coloca em posição de permitir uma transição gradual”, explicou. Para que isso aconteça, de acordo com o vice-presidente, ainda é necessário buscar um equilibrio entre os setores econômico, social e ambiental.
A referência utilizada é a ferramenta Climate Watch, com o mapeamento de emissões de carbono dos países. Hoje, o Brasil emite cerca de 1,4 gigatoneladas de carbono ao ano. A China, por exemplo, chega a emitir 12 gigatoneladas.
Paulo Roberto Cardamone, CEO da Bright Consulting tratou do tema em três eixos: descarbonização, mercado e regulação. “Globalmente, o futuro é sem dúvida a eletrificação”, afirmou o CEO. Para Cardamone, não é o carro à bateria que vai sobreviver ao futuro, mas o veículo eletrificado. A médio prazo, entretanto, o CEO acredita que a solução com híbridos é a mais adequada para a estrutura da indústria nacional.
Mesa: O 5G já chegou! Como essa inovação impacta o mercado de veículos?
A última mesa da trilha da manhã “O 5G já chegou! Como essa inovação impacta o mercado de veículos?” reuniu alguns agentes para falar sobre a implementação da rede 5G na indústria automobilística. Adriano Rosa, diretor executivo da Embratel, introduziu a discussão falando sobre a transformação de TI para TA. (de tecnoligia da informação para tecnologia automotiva). ”Nós nascemos na TI […] e hoje estamos indo para a TA”, explica. De acordo com o diretor, esse é um trabalho conjunto. “As dores, quem tem, é a indústria automobilística, nós somos um agente habilitador.”
As implantações e o crescimento de rede em novas cidades tem sido acelerado. De acordo com o diretor, todas as capitais do Brasil já possuem acesso à rede. Rede privativa, construir um ambiente 5G para a empresa, com todo o controle de informações e segurança, voltado para as empresas. “O ganho é tangível desde o imediato”, explica.
Para Debora Bortolasi, diretora executiva B2B da Vivo, o 5G ainda está no início do seu potencial. “Quando a gente fala da indústria automotiva, o melhor exemplo quando se fala de 5G são os carros autonomos”, comenta. Com base nesse exemplo, a diretora aponta algumas alterações necessárias para a implantação dessa tecnologia e serviço. Uma delas é a própria ampliação da exploração da rede 5G. “Esses carros vão ter que conversar um com o outro, conversar com a sinalização das ruas…”, exemplifica.
Um dos exemplos práticos dessa tecnologia em alguns veículos foi apresentada por Marcelo Gallao, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Scania Operações Comerciais Brasil e os caminhões autônomos. De acordo com o diretor, com a ampliação do 5G, a comunicação com uso desta tecnologia vai ser aprimorada. Hoje, os caminhões autônomos que já utilizam essa rede opera em regiões e serviços de risco, como a mineração.
Marcos Ferrari, presidente executivo da Telebrasil e da Conexis Brasil Digital explicou que o 5G tem sido implantado com mais velocidade do que o 4G penetrou o país. De acordo com o presidente, em um ano, o 5G chegou a 11 milhões de usuários entre as operadoras. Com o 4G, esse número só foi alcançado em dois anos. Mas o processo é longo: “O nosso trabalho aqui não é muito diferente de uma rodovia, é muito investimento, muito trabalho para levar a tecnologia para todo o país”. A meta, segundo Ferrari, era que até 2025 todas as cidades com população acima de 500 mil habitantes. Hoje, ela já foi alcançada.
O Summit Indústria Automotiva 2023 continua ainda no período da tarde, a partir das 14h. O principal tema que vai conduzir a trilha é Perspectiva, Inovação e Visão de Futuro. O evento pode ser acompanhado de maneira remota, no canal do Estadão.
No dia 20 de agosto, o Estadão irá publicar um caderno especial com a cobertura completa do evento.
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