'Indústria automotiva não precisa de incentivos, mas de redução de tributos',

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‘Indústria automotiva não precisa de incentivos, mas de redução de tributos’, diz consultor

Por: Daniela Saragiotto . Há 2 dias

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Summit Mobilidade

‘Indústria automotiva não precisa de incentivos, mas de redução de tributos’, diz consultor

Rogélio Golfarb, que já trabalhou em grandes montadoras, participa do painel ‘A perspectiva da indústria: o Brasil como protagonista’, ao lado de outros executivos do setor automotivo no Summit Mobilidade 2025

3 minutos, 51 segundos de leitura

28/05/2025

Painel 2 Summit Mobilidade_A perspectiva da indústria
Da esq. para a dir., Tião Oliveira (Estadão), Rogelio Golfarb (consultor), Ricardo Bastos (GWM Brasil), Mauro Luis Correia (HPE Automotores) e Danilo Rodil (GAC). Foto: Helcio Nagamine/Estadão

Os desafios da indústria brasileira, especialmente o segmento automotivo e as diversas cadeias relacionadas ao segmento, foram temas do segundo painel do dia do Estadão Summit Mobilidade, evento realizado no Teatro Bravos, na capital paulista.

Batizado de ‘A perspectiva da indústria: o Brasil como protagonista’, o debate contou com a participação de Danilo Rodil, diretor comercial da GAC; Mauro Luis Correia, CEO da HPE Automotores; Rogelio Golfarb, consultor e conselheiro sênior de empresas; Ricardo Bastos, diretor de Assuntos Institucionais da GWM Brasil e foi mediado por Tião Oliveira, editor-chefe de Mobilidade do Estadão.

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Ambiente complexo

As características únicas do nosso ambiente – tributário, jurídico, econômico e regulatório – e o forte nível de exigência dos consumidores brasileiros foi mencionado por todos os participantes como desafios diários da indústria. “Para termos sucesso por aqui é fundamental termos consistência e persistência, resume Mauro Luis Correia, CEO da HPE Automotores, de marcas como Mitsubishi Motors.

Nesse sentido, Golfarb fez sua contribuição falando que é necessário que a indústria seja vista do ponto de vista do seu retorno para o PIB e para o País de maneira geral. “O nome do jogo para a indústria é escala, e é preciso ter volume e investimentos”, diz. Ele explica que montar uma fábrica de semicondutores, por exemplo, custa US$ 12 bilhões. “Então, é preciso que o esse setor seja visto do ponto de vista da sua contribuição para a sociedade. E com a maior carga tributária do mundo não conseguimos chegar lá, a competitividade não permite”, afirma.

Para o consultor, a indústria não precisa de incentivos, mas principalmente de redução de carga tributária e de uma política industrial que permita que as empresas voltem assumir riscos. “Temos muitas oportunidades, mas o que nos falta atualmente é ambição. Desde 2013 não conseguimos voltar ao nível de produção que tínhamos naquela época”, afirma Golfarb.

Danilo Rodil, diretor comercial da GAC, montadora chinesa estreante no Brasil, trouxe para a discussão o ponto de vista de quem está começando por aqui. “O mercado brasileiro é muito competitivo e vai ficar cada vez mais, porque, da mesma forna que a GAC, outras marcas estão vindo”, diz. Ele afirma que o que se pode esperar da montadora é muito investimento no Brasil. “Começaremos importando, mas no próximo ano teremos de dois a três carros em produção local. Vamos começar a produzir no Brasil próximo ano”, garante Rodil.

Mauro Luis Correia, CEO da HPE Automotores, menciona a necessidade de previsibilidade como um fator fundamental no Brasil. “No que se refere ao fornecimento de peças e equipamentos, por exemplo, não saber de teremos fornecimento acaba tirando o dinheiro que seria destinado aos investimentos, e indo para outras finalidades. E falta uma política pública para isso, uma política industrial”, afirma.

Política industrial e oportunidades

Além de diminuição da carga tributária, Goldfarb menciona a necessidade de uma forte política industrial, que leve em conta, também, o potencial tecnológico do País. De acordo com ele, esses fatores fazem com que o Brasil perca o que o consultor chama de intensidade tecnológica. “Não fabricamos diversos componentes fundamentais, como tela de cristal líquido, presente na maioria dos carros atuais, por exemplo. Mas temos metais e uma logística boa para o tamanho do País. Então, o que nos falta é uma política de eletromobilidade e isso é grave, principalmente na ‘Era Trump’. E estamos perdendo o timing da oportunidade”, afirma.

Para Bastos, o caminho do fortalecimento da indústria passa pela escala, previsibilidade, diminuição dos impostos e tecnologia. “A eletrificação é uma oportunidade e temos que aproveitá-la. E estamos fazendo nossa contribuição com o desenvolvimento de engenharia, produção e desenvolvimento, que é nossa contrapartida no progrma Mover”, afirma o diretor de Assuntos Institucionais da GWM Brasil.

Já o CEO da HPE Automotores, é necesário uma nova política tributária. “O Brasil está preparado para crescer, desde que todos foquem no crescimento. Precisamos de uma nova politica tributária e é necessário dar foco a uma forte política industrial. Precisamos mostrar que temos toda condição de sermos protagonistas da indústria na America Latina”, finaliza.

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