Honda Hornet 750 volta ao Brasil com motor bicilíndrico e preço competitivo
Modelo naked, que fez fama no início dos anos 2000, retorna ao mercado com mais eletrônica, mas menos potência; preço é de R$ 53,7 mil
5 minutos, 43 segundos de leitura
27/10/2025
A Honda traz de volta a Hornet ao mercado brasileiro na forma da CB 750 com a missão de repetir o sucesso de sua antecessora. O nome Hornet fez sucesso no Brasil entre 2004 e 2014 com a CB 600F e seu motor de quatro cilindros em linha. O modelo liderou o ranking de vendas do segmento naked e vendeu cerca de 50 mil unidades em uma década. Até hoje, ainda aparece no ranking das motos mais buscadas na internet.
A nova Honda CB 750 Hornet retorna com um inédito motor de dois cilindros, mais moderno e menos poluente, porém com desempenho inferior. Ainda mais na versão brasileira, que chega às lojas em novembro, com apenas 69,3 cv de potência máxima a 7.000 rpm – bem menos do que a versão vendida na Europa que tem 91 cv a 9.500 giros.
Os dados diferentes são reflexo das normas brasileiras de emissão de ruídos que, embora tenham o mesmo limite máximo de decibéis, têm testes mais rígidos, de acordo com Luiz Gustavo Guereschi, supervisor de relações públicas da Honda. Portanto, para adequar a Hornet à legislação brasileira, a marca reduziu a potência e também o torque. Mas apenas em alguns décimos – de 7,64 m.kgf para 7,04 m.kgf, curiosamente, na mesma faixa de rotação que a potência máxima.
Nova CB 750 Hornet tem 5 modos de pilotagem
Para controlar o motor, estreia um conjunto de assistências eletrônicas necessárias, sem exagero. A CB 750 Hornet vem com três modos de condução predefinidos, Standard, Sport e Rain, e dois modos de usuário que podem ser personalizados.
Os modos de condução controlam três parâmetros: os níveis de entrega de potência, controle de tração (HSTC ou Honda Selectable Torque Control, na nomenclatura da empresa) e frenagem do motor.
Por exemplo, o modo Standard escolhe o nível intermediário de todos os três parâmetros, enquanto o Sport tem os níveis mais baixos de controle de tração e frenagem do motor e o nível mais agressivo de entrega de potência.
Suspensões com garfo invertido, na dianteira, e monoamortecedor fixado por links na traseira sustentam o quadro tubular em aço do tipo diamante, ou seja, que usa o motor como parte estruturante. Freios a disco, duplo, na frente, e simples, atrás, completam o conjunto.
Seu design é marcado por linhas angulosas, com conjunto óptico de LED e tanque inspirado nas asas de uma vespa – tradução para o português da palavra inglesa “hornet”. O novo painel com tela TFT da Honda, mas ainda sem a conectividade, completa o projeto da CB 750 Hornet 2026 que, no papel, parece bastante interessante.
Primeiras impressões
No primeiro contato com a Honda CB 750 Hornet, tive a oportunidade de acelerar o modelo em uma pista fechada. Ao montar na moto, o assento com 795 mm de altura permite alcançar o chão com facilidade.
Embora uma pista não seja o cenário ideal de uma naked que se propõe a ser ágil no trânsito urbano e divertida em estradas sinuosas, já foi possível notar que o bicilíndrico entrega bom torque desde 4.000 rpm, fazendo com que as retomadas nas saídas de curvas surpreendam. Na prática, a CB 750 Hornet é uma moto mais divertida do que os números mostram.
Os 180 kg a seco (cerca de 191 kg em ordem de marcha) também contribuem para a diversão na pista. A opção da Honda por um pneu traseiro de 160 mm de largura, ao invés de 180 mm como suas concorrentes, é outro fator que faz a nova Hornet ser uma moto ágil nas mudanças de direção. Característica positiva para uma naked com proposta urbana e também para contornar as inúmeras curvas do traçado bastante “travado” do Autódromo da Fazendo Capuava, no interior de São Paulo.
Entretanto, na reta, quando esperava que o motor fosse entregar mais potência, a CB 750 Hornet decepciona um pouco. Em sua versão amansada para o Brasil, o bicilíndrico perde fôlego acima dos 7 mil giros.
Não se trata de desprezar os quase 70 cv, suficientes para levar a Hornet 750 a velocidades bem acima da permitida em estradas. Entretanto, na pista, faz falta aquela esticada em altos giros de um quatro cilindros – ou mesmo do bicilíndrico com seus 91cv a 9.500 rpm da versão vendida na Europa. Aliás, uma curiosidade: assim como no Brasil, a Honda também reduziu a potência da CB750 nos Estados Unidos pelo mesmo motivo.
Hornet mais racional
Mas, no geral, a nova Honda CB 750 Hornet tem qualidades para repetir o sucesso de sua antecessora. A posição de pilotagem, assim como as suspensões, equilibram bem conforto e esportividade. Como é de se esperar de uma moto naked com o nome Hornet.
Outro ponto positivo é seu preço público sugerido de R$ 53.694. Valor menor do que sua principal rival, a Yamaha MT-07 (R$ 57.990), mas superior do que a Kawasaki Z 650 (R$ 49.300). A Honda, contudo, leva vantagem com seu pacote eletrônico mais completo.
Entretanto, a nova Hornet não tenta apenas reviver a fama da antiga 600cc de quatro cilindros. É uma naked moderna, equilibrada e mais racional, mas com personalidade própria. Deve agradar tanto quem está subindo de categoria quanto motociclistas mais experientes em busca de uma moto ágil, tecnológica e com preço competitivo para o que entrega.
Prós & Contras
+ Agilidade: com apenas 180 kg, assento baixo e ciclística afiada, Hornet muda de direção e contorna curvas com facilidade
– Potência em alta rotação: os fãs da antiga Hornet vão sentir falta do “soco” no estômago do motor de quatro cilindros em alto giros.
Ficha técnica – Honda CB 750 Hornet
Motor: 2 cilindros, 755 cm³
Câmbio: Seis marchas
Transmissão final: por corrente
Potência: 69,3 cv a 7.000 rpm
Torque: 7,04 m.kgf a 7.000 rpm
Peso a seco: 180 kg
Preço: R$ 53.694
*Fonte: Honda
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