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A mobilidade essencial na pandemia: mudanças de hábito e aprendizado

Por: . 12/01/2021
Mobilidade para quê?

A mobilidade essencial na pandemia: mudanças de hábito e aprendizado

A pandemia serviu para as empresas de mobilidade criarem iniciativas, investirem no digital e entenderem melhor as novas necessidades do seu público

2 minutos, 44 segundos de leitura

12/01/2021

mobilidade na pandemia
Foto: Getty Images

Com a reabertura econômica, 78 milhões de brasileiros já saem às ruas todos os dias para o trabalho presencial, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios da Covid-19. Com menos de 8 milhões em home office, os dados do IBGE revelam uma sociedade dividida entre duas realidades: a do isolamento e a da retomada do trânsito social – mesmo sob a ameaça do vírus. Entre esses mundos, estão aqueles trabalhadores que nunca pararam. 

Até o final de 2020, na linha de frente do combate à pandemia, 3,9 milhões de profissionais da área da saúde intensificaram suas rotinas. Além deles, profissionais dedicados a funções essenciais, nos setores de serviços e abastecimento, dependem do transporte coletivo, considerado um dos principais focos de contaminação.

Reorganizando a mobilidade

A crise revelou caminhos diferentes das tendências que se desenhavam antes da pandemia. Em vez de grandes inovações ou de tecnologias disruptivas, a sociedade de hoje se mostra aberta a meios acessíveis, já existentes e sanitariamente seguros. A tendência que se fortalece com essa nova dinâmica é a mobilidade multimodal, com uma demanda flutuante, conforme o que se adaptar à necessidade. Neste momento, a preservação da saúde é prioridade para aqueles que precisam sair de casa.

A pesquisa da plataforma Moovit traz expectativa de 15% na queda da preferência pelo transporte público no país nos próximos seis meses. Nas cidades onde as quedas devem ser maiores, como Fortaleza (-22%) e Porto Alegre (-26%), o uso de carros particulares e a procura por serviços de caronas compartilhadas cresceu até cinco vezes. 

A resposta com o percurso multimodal 

Com o trabalho remoto, os deslocamentos de carona foram fortemente afetados. Um grupo significativo da nossa comunidade das caronas corporativas corresponde a 75,4% das pessoas em home office, com base nos dados do IBGE. Apesar da queda, ainda há viagens essenciais. 

No começo da pandemia, o Waze trabalhou com uma grande empresa do setor bancário no México para a implementação de iniciativas de mobilidade sustentável e segura por meio da carona corporativa. Com a parceria, 5 mil trabalhadores essenciais tiveram acesso a um deslocamento mais tranquilo nesse período. 

O momento serviu para as empresas de mobilidade criarem iniciativas, investirem no digital e entenderem melhor as novas necessidades do seu público. A forma das pessoas se relacionarem com o ambiente mudou, incentivando a adoção de novas soluções. Assim, prevaleceram o foco em funções de segurança, o investimento em inovações e a adaptação dos serviços a uma nova realidade.

Solidariedade no pós-pandemia

Uma pesquisa com nossa comunidade mostrou que a cultura da carona está baseada em quatro pilares: compartilhamento, socialização, sustentabilidade e gentileza. Acredito que esses valores devem impulsionar a retomada, tendo como ponto central o sentimento de solidariedade. Um exemplo: a Blablacar criou uma iniciativa que conecta pessoas do grupo de risco com voluntários para fazer suas compras. Em outubro, a 99 lançou o seu recurso de carona.

Muitas pessoas precisam continuar se locomovendo. Por isso, hoje, é fundamental garantir que estejam seguras. A combinação desses fatores deve impulsionar a agenda de mobilidade urbana a uma realidade mais colaborativa e sustentável.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão

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