Tecnologia é fundamental para mobilidade mais segura na pandemia
Em Berlim e Londres, aplicativos de mobilidade divulgam a lotação do transporte, permitindo que cidadãos se planejem com mais segurança
3 minutos, 30 segundos de leitura
25/05/2021
A explosão no número de casos da covid-19, em todo o Brasil, quebrou a lenta retomada que vínhamos experimentando desde o final do ano passado. A campanha de vacinação, melhor estratégia disponível para retornarmos à normalidade, está caminhando a passos lentos, o que significa que ainda teremos que conviver com medidas restritivas por algum tempo. Mesmo em países mais avançados na vacinação de suas populações, como Estados Unidos e Chile, o abandono de medidas preventivas não é imediato. Mais do que nunca, precisamos aprender a conviver – e nos deslocar – com segurança, usando a tecnologia a favor das pessoas.
As novas medidas restritivas impostas pelos governos, como a inédita Fase Emergencial no Estado de São Paulo, surtiram pouco efeito: na capital, o dia com maior indicador de isolamento registrou 51%, ou seja, quase metade das pessoas da cidade seguiu se deslocando pela cidade, resultando nas cenas que acompanhamos em diversos jornais: ônibus lotados, expondo milhares de pessoas ao risco de se contaminarem.
Em diversas metrópoles do mundo, como Berlim e Londres, aplicativos de mobilidade divulgam a lotação do transporte, permitindo que cidadãos se planejem com mais segurança. Esses dados podem ser obtidos, principalmente, por meio de duas fontes: alertas enviados pelos próprios usuários que estão na rua e instalação de equipamentos que contam o número de pessoas e enviam a um sistema que disponibiliza, publicamente, os dados.
Dados mais transparentes
Ambas as tecnologias já são, amplamente, utilizadas. A Quicko, por exemplo, disponibiliza os ‘alertas de rota’ em seu aplicativo, no qual o usuário pode avisar se um determinado ônibus está atrasado, lotado ou se não parou no ponto correto. Esse tipo de informação é essencial e gera um ciclo virtuoso de ajuda entre a própria comunidade de clientes do transporte público.
No entanto, possui limitações, dada a quantidade de linhas e ônibus que operam na rede de mobilidade de São Paulo – para citar uma das cidades em que operamos. Por isso, é preciso ir além, com o uso de ‘contadores’ em cada um dos ônibus e outros meios de transporte, nos moldes do que já encontramos, por exemplo, nas estações da Linha 4-Amarela, do metrô paulistano, em que há painéis com a lotação de cada um dos carros do próximo trem. A disponibilização pública desses dados, para que a população tenha acesso de forma transparente e por vários canais, possibilita, inclusive, o desenvolvimento de inúmeras soluções em prol do público.
A necessidade de dar transparência não se limita a informações operacionais. Em plena campanha de vacinação, momento-chave para superarmos a pandemia e retomarmos nossas atividades, ainda é difícil encontrar a localização dos postos de saúde, com horários e acessos, o nível de estoque local e quem pode ser vacinado em cada etapa. Novamente, a tecnologia pode ter um papel imenso ao tornar a informação acessível ao máximo de pessoas possível, acelerando o processo de imunização da população.
Depois de semanas de estudo e coleta de dados oficiais a respeito das campanhas locais de vacinação, a Quicko disponibilizou as informações, em seu aplicativo, de forma fácil e unificada, sempre respaldada por fontes oficiais. Outras plataformas podem – e devem – fazer o mesmo, inspiradas por movimentos como o ‘Unidos pela Vacina’, que deixa de fora o interesse comercial de empresas em nome do compromisso pela pronta vacinação e recuperação.
Proteger as pessoas e acelerar a vacinação devem ser as prioridades no contexto em que estamos vivendo, hoje. Embora a quarentena seja uma ferramenta importante, milhões de brasileiros não têm condições laborais, atuando em atividades essenciais, ou financeiras para tal. A tecnologia pode ajudar tanto quem ainda precisa se deslocar, dando mais segurança a essas pessoas, quanto para que consigamos caminhar mais rápido para a imunidade massiva. É urgente que governos, empresas e todos os envolvidos em ajudar o Brasil a passar por este momento estejam dispostos a, de fato, trabalhar pelas pessoas.
Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão
Quer uma navegação personalizada?
Cadastre-se aqui
0 Comentários