Frenagem inteligente evita acidentes
Por meio de atuadores e sensores como o radar, a frenagem automática de emergência (AEB) impede colisões traseiras ou minimizam os danos quando elas acontecem
3 minutos, 20 segundos de leitura
08/07/2021
Não há motorista que não esteja sujeito ao risco de se envolver em uma colisão na traseira de outro automóvel, por causa de desatenção ou porque o freio não trabalhou com eficiência. Para evitar esse tipo de acidente, uma tecnologia é importante aliada de quem está ao volante: a frenagem automática de emergência (Automatic Emergency Breaking ou AEB).
Em caso de colisão iminente, o recurso atua como alerta e, se o motorista não reagir, ele entra em ação, estancando o carro. “Algumas montadoras já estão se diferenciando ao oferecer esse sistema, porque cada vez mais o consumidor brasileiro leva em conta a segurança como fator de escolha do carro”, afirma Hilton Spiler, diretor de engenharia da Bosch. “E o propósito da empresa é sempre desenvolver tecnologias para salvar vidas.”
A frenagem automática de emergência será obrigatória nos Estados Unidos a partir de setembro de 2022. Não é para menos: as autoridades norte-americanas asseguram que ela é capaz de impedir metade dos acidentes. Na Alemanha, o sistema consegue evitar até 72% dos sinistros.
Três combinações
No mercado brasileiro, embora ainda não exista nenhuma obrigatoriedade, o sistema já em discussão entre governo, indústria e sociedade cível. Assim, espera-se que nos próximos anos essa tecnologia torna mandatória no Brasil. De toda forma, a taxa de instalação do AEB nos veículos aumentou para 9% no primeiro quadrimestre, quase o triplo em relação ao ano passado.
O AEB trabalha em conjunto com atuadores, softwares e sensores, que evitam ou, ao menos, amenizam os impactos de uma batida traseira. Segundo Spiler, o sistema pode funcionar em três combinações de sensores. A primeira, mais presente em mercados emergentes, acontece com radares.
Por meio de ondas de rádio, eles identificam carros, pedestres e ciclistas à frente, processam o risco e alertam o motorista. Se ele não tomar uma atitude, o dispositivo faz a intervenção, executando a frenagem do veículo. “No Brasil, essa é a solução mais competitiva, porque os radares também podem ser usados em outras funções, como o piloto automático adaptativo (ACC).” Além disso, o radar permite uma alta eficiência mesmo com a visibilidade comprometida por neblina ou iluminação precária.
A segunda combinação se vale de câmeras. “Um equipamento frontal calcula a distância do que está na dianteira e identifica se o objeto está parado ou em movimento. Se o carro da frente por exemplo reduz a velocidade e o de trás está mais rápido, um alerta é emitido a tempo de acontecer a frenagem ou de mitigar os danos de uma eventual colisão”, explica.
A terceira possibilidade é a fusão das duas formas, ou seja, o vídeo frontal e os radares entram em ação conjuntamente, deixando a tecnologia mais robusta e eficaz.
Carros bem avaliados
Hilton Spiler conta que modelos com AEB são mais bem ranqueados pelo Latin NCAP, programa internacional que faz avaliações de segurança automotiva. “Isso pesa quando o comprador escolhe um carro”, afirma. “Afinal, a jornada de aquisição começa na internet, mas a decisão final ainda ocorre na concessionária, onde ele pode mudar o carro pretendido. ”
O engenheiro revela que, em pesquisas da Bosch, quando os usuários são questionados se a segurança em um automóvel é importante, 90% respondem que sim e 50% afirmam que se trata de um aspecto primordial na compra, embora prefiram outras tecnologias.
“Ainda falta um pouco de entendimento sobre como os sistemas atuam”, acentua. “As pessoas conhecem mais os benefícios de ABS e airbags, itens bem conhecidos porque são obrigatórios desde 2014”. Para ele, cedo ou tarde, os consumidores serão impactados positivamente pela importância dos dispositivos de segurança que ainda não são obrigatórios pela legislação.
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