Nova lei paulistana aquece o mercado de recarga de veículos elétricos e híbridos
Construtoras começam a se adaptar a essa demanda e projetam empreendimentos com o serviço
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19/08/2021
A nova lei municipal que prevê a obrigatoriedade da instalação de carregadores de veículos elétricos e híbridos em edifícios residenciais e comerciais da capital paulista desde 31 de março já está impactando os negócios das empresas do segmento. “As consultas e os negócios com as construtoras quintuplicaram de abril para cá”, informa Pedro Schaan, CEO da Zletric, empresa com sede em Porto Alegre (RS) que já possui cerca de 100 pontos de carregamento espalhados pelos Estados de RS, SC, SP e RJ e se prepara para começar a atuar no PR. “Nossa meta é chegar a 300 pontos até o final de 2021”, prevê ele.
Apesar de garantir um crescimento dessa estrutura de recarga na cidade, a nova legislação paulistana ainda causa dúvidas no mercado. “Essa lei não especifica quantos carregadores devem ser instalados em cada prédio. E se, por exemplo, for um para cada vaga de automóvel elétrico, como será feito com os condomínios que fazem rodízio entre as vagas?”, questiona Schaan.
A Zletric, porém, já montou sua estratégia para atender a essa demanda. De acordo com Schaan, a forma mais segura e economicamente viável para as construtoras lidarem com a lei é entregarem os novos edifícios ou condomínios de São Paulo com todas as suas vagas, previamente, preparadas para receber um aparelho de recarga, no futuro.
A empresa oferece esse serviço de consultoria às construtoras para essa preparação, orientando sobre todos os procedimentos necessários para cada vaga receber o seu carregador individual.
Com base nessa preparação, quando houver demanda, a Zletric poderá alugar um carregador nacional, feito no RS, com assinatura mensal a partir de R$ 169. O cliente acionará o seu carregador por meio de um aplicativo no celular e pagará, individualmente, pelo consumo de energia.
Quanto custa carregar um carro elétrico? Segundo Pedro Schaan, para um motorista que rodar em torno de 30 quilômetros por dia com seu automóvel, esse custo oscilará entre R$ 200 e R$ 300 mensais.
Mas há outros tipos de solução disponíveis no mercado. A Electric Mobility Brasil, que opera nesse mercado desde 2016 e já comercializou 1.600 pontos de recarga no País, aposta na venda dos seus carregadores portugueses da marca Efacec Electric Mobility. De acordo com Eduardo Sousa, CEO da empresa, as consultas das construtoras cresceram muito desde o início do ano.
Demanda deverá crescer
“A lei deixa algumas dúvidas, mas eu entendo que, pelo menos, um ponto de recarga seja obrigatório o prédio oferecer”, diz Sousa. Essa infraestrutura poderá crescer aos poucos, de acordo com a demanda que seja criada no futuro.
“Existem empreendimentos premium que já decidiram que todas as suas vagas de veículo serão equipadas com um carregador. É uma estratégia de marketing dessas construtoras. Nós já fizemos vendas de 20 a 25 pontos de recarga em um mesmo edifício”, explica.
Os carregadores da Electric Mobility Brasil custam entre R$ 7 mil e R$ 15 mil. O preço varia de acordo com a potência do aparelho e também em função de recursos “inteligentes”. Por exemplo: o mesmo carregador pode atender vários moradores, cada um deles utilizando um cartão de acesso personalizado que permite a cobrança individualizada do consumo.
Zletric e Electric Mobility Brasil vão expor suas tecnologias e soluções ao mercado de recarga no evento Veículo Elétrico Latino-Americano, que será realizado em São Paulo (SP), entre 23 e 25 de setembro. Elas também vão participar do Congresso da Mobilidade e Veículos Elétricos (C-MOVE), que acontecerá, nos dias 23 e 24 de setembro, no auditório do Museu do Futebol, no Pacaembu.
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