Entenda o que pode causar danos à embreagem
Repousar o pé no pedal e sair em segunda marcha são práticas prejudiciais ao carro
2 minutos, 35 segundos de leitura
11/10/2021
A embreagem é um dos componentes mais importantes da transmissão do automóvel. Ela tem a função de acoplar o motor ao câmbio, garantindo a transferência de torque e uma troca de marcha mais precisa e suave.
“Trata-se de um material de desgaste, por isso, é necessário fazer bom uso do sistema para durar o máximo possível”, afirma o engenheiro mecânico Cléber Willian Gomes, professor de engenharia automotiva do Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana (FEI).
O bom uso da embreagem, além de prolongar seu tempo de vida, proporciona um arranque sem trepidações e ajuda a amortecer as vibrações do motor. “Uma das atitudes do motorista que impactam na embreagem é repousar o pé no pedal da embreagem”, diz Gomes. “Isso pode causar o superaquecimento do sistema e comprometer também outros componentes.”
Outro vício é dosar os pés nos pedais do acelerador e da embreagem com o carro parado numa subida, aguardando o semáforo abrir, por exemplo. “É um erro que, aos poucos, vai deteriorando o sistema”, revela o engenheiro. “Basta usar o freio de mão. É mais seguro e econômico.”
Quando não sofre mau uso, a embreagem tem condições de durar o tempo de vida útil do veículo. Em caso de carros com câmbio manual, o certo é pisar no pedal até o fim de seu curso para mudar a marcha. O engate brusco pode avariar a engrenagem, pois o movimento é capaz de quebrar os dentes das engrenagens do câmbio.
Quer evitar danos à embreagem? Não saia com o carro em segunda marcha
Lembre-se: altas velocidades não são compatíveis com marchas baixas. Elas sobrecarregam o disco e podem inutilizar por completo toda a embreagem – independentemente da quantidade de quilômetros rodados.
“Existe uma prática adotada por alguns motoristas que não dá para entender: sair com o carro com a segunda marcha engatada. Se a engenharia automotiva criou a primeira marcha para tirar o automóvel da imobilidade, para que usar a segunda?”, questiona Gomes.
Forçar o carro a subir obstáculos, como guias e calçadas, submetê-lo a fortes arrancadas e cantar os pneus também são péssimos hábitos que desgastam a embreagem desnecessariamente.
Quando a embreagem está com problemas, o automóvel dá alguns avisos que são facilmente notados pelo motorista, como pedal duro, perda de força de transmissão, muita trepidação e, principalmente, dificuldade de engate.
Se o veículo apresentar um desses sinais, deixe de usá-lo imediatamente e leve-o ao mecânico. “O ideal é não esperar que o automóvel chegue a esse ponto. A manutenção, portanto, é fundamental, pois a substituição do componente não é barata”, afirma o professor.
Hoje, os modelos mais modernos têm dupla embreagem, tecnologia associada às transmissões automatizadas e que permite trocas mais rápidas. Uma das embreagens é responsável por controlar as marchas pares, enquanto a outra se incumbe de realizar as trocas das ímpares.
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