Pneus sem mistério
Veja dicas para cuidar corretamente deste item diretamente relacionado a segurança, conforto e consumo
Fundamentais em qualquer veículo, os pneus são ainda mais importantes nas motos. Afinal, diferentemente dos automóveis, as motos têm apenas dois deles, que são os pontos de contato com o solo.
Além de transformar a força do motor em movimento, eles são indispensáveis para pilotar com segurança – e também influenciam o conforto e o consumo da moto.
Exatamente por isso, os motociclistas devem dar atenção especial aos pneus. Conversamos com fabricantes e especialistas sobre o assunto. Confira três dicas importantes.
1 – Entenda o pneu
O primeiro passo é saber ler as informações que constam nele, ou seja, entender códigos e letras localizados nos flancos, como são chamadas as laterais do pneu. Vamos tomar como exemplo a scooter Honda PCX, equipada com um pneu traseiro 120/70-14 M/C 61P.
Os primeiros números indicam as medidas. Ele tem 120 mm de largura, com altura de 70% da largura e 14 polegadas de diâmetro da roda. As letras M/C significam ser um produto para motocicletas. O último código numérico se refere à carga máxima que pode suportar. No caso do da PCX, que tem índice 61, a carga máxima é de 257 kg.
Já a última letra é o código de velocidade, ou seja, a velocidade máxima que o pneu pode atingir com segurança. No exemplo do da PCX, o código P indica que ele pode chegar a 150 km/h – velocidade superior à alcançada pela scooter de 150 cc.
Há ainda outras informações importantes, como o tipo de construção. Ele pode ser radial, quando traz a letra R junto ao diâmetro da roda, ou convencional (ou diagonal), no caso de motos de baixa cilindrada e scooters como a PCX, que não tem nenhuma letra.
Outras letras, como TT e TL, podem aparecer nas laterais. Elas indicam se ele é com câmara (TT, de tube type) ou sem (TL, de tubeless).
2 – Na medida certa
Antes de comprar um novo pneu, escolha modelos com as mesmas medidas sugeridas pelo fabricante da motocicleta. Usar um mais largo, por exemplo, pode comprometer a segurança, mudar o comportamento da moto e, de quebra, aumentar o consumo de combustível.
Além de influenciar a suspensão da moto, um modelo mais largo dificulta manobras rápidas. “Mudar de direção com a moto calçada com um pneu mais largo é muito mais lento e pesado. Isso atrapalha na hora de se desviar de um buraco ou um obstáculo”, exemplifica Eduardo Zampieri, piloto de testes de pneus de moto da Pirelli.
Você pode até mudar de marca ou modelo, mas mantenha sempre as medidas originais, indicadas no Manual do Proprietário.
3 – Pressão correta
Além de ter pneus em boas condições, é primordial mantê-los com a calibragem correta. O fabricante da moto sempre especifica – em uma etiqueta fixada na moto – a calibragem adequada para piloto e para piloto e garupa.
Quando ele está murcho, a área de contato da borracha com o solo aumenta. O resultado é maior consumo de combustível e maior desgaste do material. “Se há maior área de atrito, você tem que acelerar mais para atingir determinada velocidade. Com isso, a moto bebe mais”, explica Zampieri.
Em frenagens emergenciais, caso esteja muito murcho, o pneu pode até sair do aro. Se estiver muito cheio, a moto sofre impacto maior, principalmente ao passar por buracos e obstáculos, como lombadas e valetas. Já na pressão ideal, o desgaste será por igual na banda de rodagem.
A hora de trocar
Os fabricantes de pneus de moto dotaram seus produtos com o indicador de desgaste da banda de rodagem (TWI, sigla para tread wear indicator). O TWI nada mais é que um ressalto de borracha posicionado transversalmente entre os sulcos em alguns pontos da banda de rodagem. Quando esse ressalto ficar no mesmo nível da banda de rodagem, está na hora de trocar o pneu. Lembrete: além da falta de segurança, pneu careca é passível de multa.
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