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Pneus: muito além das rodas de borracha

Por: Patrícia Rodrigues . 22/08/2022
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Pneus: muito além das rodas de borracha

Cada vez mais, a indústria de pneus investe em novas tecnologias que detectam os novos hábitos do consumidor, fornecendo informações relevantes de uso, sem abrir mão da segurança e da responsabilidade ambiental

5 minutos, 33 segundos de leitura

22/08/2022

Um pneu é formado por diversos tipos de borrachas e diferentes aditivos. Foto: Getty Images

Os pneus são as únicas interfaces de contato do veículo com o solo e é por meio deles que acontecem todas as interações e dinâmicas dos carros, entre elas as acelerações, as frenagens, os comportamentos em curvas de maneira segura, além do conforto vertical que eles devem proporcionar.

Dia a dia, nascem tecnologias para oferecer melhor dirigibilidade, desempenho e benefícios em várias situações. Elas visam atender diferentes necessidades, que passam pela matéria-prima, pelos tipos de veículos e sua aplicação, condições de solo nas quais trafegam, novas realidades ambientais, incluindo a redução de consumo de combustível e também para adaptar esses equipamentos às necessidades do futuro (como os pneus verdes, os carros elétricos e autônomos, só para citar algumas dessas tendências).

Por trás da “simplicidade”

Apesar da aparência simples, a estrutura e a construção de um pneu são bastante complexas. “Um pneu é formado por diversos tipos de borrachas e diferentes aditivos”, explica Marco Barreto, docente do departamento de Engenharia Mecânica da FEI. “Tanto as borrachas naturais quanto as sintéticas recebem uma série de aditivos que dependem do propósito do equipamento, e o mesmo vale para todas as partes que o compõem.”

Isso significa que cada região possui uma composição específica desses elementos para obter o melhor benefício dentro de cada necessidade: enquanto a banda de rodagem pede determinadas características em contato com o solo (como menor desgaste, por exemplo), a parte lateral precisa suportar grandes pesos.

Múltiplas exigências – e fatores

Além disso, entre os desafios da indústria está a diminuição do consumo de energia, especialmente em ambientes urbanos, com grande “anda e para”, responsável pelo aumento do consumo de energia. O pneu é apenas um dos fatores dentro do conjunto e essa equação precisa levar em conta também o “modelo matemático” da borracha.

“De um lado, ela deforma e consome energia, mas também não pode perder a capacidade de aderência em contato com o pavimento, essencial especialmente nas curvas, ou em relação à resistência ao longo de sua vida útil. Também é preciso controlar temperaturas e diminuir essa resistência ao rolamento, também relacionada à durabilidade, mas sem perda de conforto”, explica Barreto.

Essas, aliás, são as principais características dos chamados pneus verdes ou ecológicos (de alta eficiência energética, com compostos de baixa resistência ao rolamento e com redução de emissões ), que têm o objetivo de oferecer o menor consumo de energia possível, reduzindo as temperaturas e arrastos aerodinâmicos, mas mantendo as demais características de aderência e performance durante as frenagens.

Essas qualidades podem até ajudar na diminuição do consumo de combustível, mas nela também pesam outras variantes, como a manutenção do veículo, o tipo de condução, a potência, carro mais ou menos carregado, pneus calibrados ou não e as condições de tráfego, entre outros fatores. “Não adianta muito ter um pneu altamente tecnológico se a manutenção e hábitos de dirigir não seguem o mesmo ritmo”, alerta o especialista. “Até mesmo porque esses pneus requerem os mesmos cuidados que os convencionais.”

Conheça 7 tecnologias em alta no segmento

1 – Pneus “sensoriais”: capaz de detectar tanto as informações da estrada quanto as condições do pneu, como desgaste e pressão. Todos os dados são fornecidos como feedback para o motorista e para o veículo, para que possíveis perigos sejam detectados com antecedência e completamente evitados.

2 – Composto Adaptável -Active Thread: paraatender, especialmente, às exigências de segurança para os carros autônomos, com banda de rodagem que seja responsiva a mudanças repentinas nas condições da pista (chuvas, por exemplo chuva), melhorando o desempenho e a segurança em determinadas condições climáticas.

3. Pneus sem ar (Airless Tyres): não requerem pressão de ar para rodas.

4. Materiais sustentáveis: pneus 100% isentos de recursos fósseis e 100% feitos de materiais totalmente naturais, além de outros desenvolvidos com biomassa com maior valor agregado, baseados em matérias-primas derivadas de plantas. Outros estudos em andamento também visam o avanço e o aumento da produção sintética de borracha natural.

5 – Com tecnologia 4D Nano Design- permite desenvolver pneus mais resistentes ao desgaste e com melhor desempenho ambiental durante todo o ciclo de vida, da matéria-prima à produção, venda, ao uso e à reciclagem do produto.

O Enasave EC300+, da Dunlop, é feito de materiais 100% naturais, além de tecnologia 4D Nano Design que o torna mais resistente ao desgaste e oferece melhor desempenho ambiental.
Foto: Dunlop

6 – Tecnologias de conservação de desempenho: permite prever como a performance do pneu se altera de acordo com seu desgaste e deterioração  da borracha, mantendo a performance de um pneu novo por mais tempo.

7 – Estimar desgaste utilizando a tecnologia de geração de energia interna nos pneus: desenvolvido pela Sumitomo Rubber Industries em conjunto com o professor Hiroshi Tani, da Universidade de Kansai, no Japão, o dispositivo o de geração de energia (coletor de energia) o aproveita a rotação do pneu para gerar eletricidade, podendo ser utilizado para fornecimento de energia para sensores periféricos instalados dentro e ao redor dos pneus, sem depender de baterias.  Por meio desses coletores de energia e das técnicas desenvolvidas nesse projeto, é possível agora medir principalmente o desgaste dos pneus, além de seu footprint, ou seja, a pegada da banda de rodagem do pneu no solo, sinalizando o momento ideal da troca de pneus.

À medida que os pneus giram em contato com o solo, os coletores de energia medem o desgaste, sinalizando o momento ideal da troca. Foto: Dunlop

A coleta de energia refere-se a tecnologias que capturam, armazenam e aproveitam a energia do ambiente, que é um termo genérico para luz, vibração, calor e outras formas de energia que estão presentes em quantidades minúsculas ao nosso redor. Essa energia ambiente geralmente vai para o lixo se não for colhida.

A tecnologia também permite calcular o desenho do footprint, que é a “pegada no solo” do pneu, suas medidas e o ciclo de rotação através de ondas de tensão geradas pelo dispositivo, obtidas de cada coletor de energia à medida que os pneus giram em contato com o solo.

Para saber mais sobre o assunto, acesse: Pneus: segurança é tudo!

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