Cidades inteligentes exigem investimento em tecnologia e inovação
“Esse mundo promissor trará bastante simplificação, conveniência e segurança.”
3 minutos, 45 segundos de leitura
31/08/2022
O céu é o limite. Essa expressão meio batida se torna cada vez mais concreta ao que vemos e vivemos com os avanços da tecnologia e dos novos comportamentos da sociedade, em que inovação e criatividade andam em sintonia. No campo do acesso e da mobilidade, são inúmeros os termos emergentes: combustíveis verdes, eletromobilidade, cidades inteligentes, free flow, 5G, multimodalidade, mobilidade compartilhada, mobilidade como serviço, metaverso, e por aí vai.
Poucos mercados têm perspectiva semelhante de transformação no tempo. Estou falando da facilitação do acesso, da promoção do deslocamento mais fluido das pessoas, e da ocupação otimizada do solo. Eu me refiro, também, à não mobilidade, ou seja, tecnologias e facilidades que promovem o ensino à distância, a telemedicina, o home office.
Pensando nisso, a Tailândia tem tudo para se transformar em um case de sucesso global. O país está se preparando para ser um hub logístico e de negócios da Ásia. Para isso, está construindo, perto de Bangcoc, uma espécie de “cidade high-tech”, ainda sem nome, com um orçamento na casa dos US$ 37 bilhões, que deverá abrigar 350 mil pessoas e gerar 200 mil empregos diretos. O projeto inclui áreas habitacionais, centros de negócio e indústrias de energia limpa e tecnologia 5G. A localização geográfica do país foi o pontapé para a criação da nova cidade, que vai ajudar a viabilizar o EEC, o Eastern Economic Corridor, com base na implementação de infraestrutura de transporte, com ferrovias, portos, aeroportos. O objetivo é transformar o EEC em um hub de conexões de comércio, tecnologia e transporte, como uma porta de entrada estratégica à Ásia.
Futuro está aí!
Olhando para o Brasil, segundo o IBGE, hoje, o País tem aproximadamente 76% dos habitantes vivendo em cidades. Não há como negar que a infraestrutura de transporte não é totalmente compatível com a demanda, o que deixa ainda mais latente a necessidade de se investir em inovação, tecnologia e integrações de modais, e de iniciativas e projetos para alavancar esse mercado. De acordo com a ONU-Habitat, até 2030, o Brasil terá 225 milhões de habitantes, e 90% viverão em áreas urbanas, que precisam ser repensadas e reorganizadas para isso. E o futuro, que, antes, parecia tão distante, já está próximo e pulsante.
Por isso, é importante olhar para possibilidades que vêm surgindo e se fortalecendo. A implementação da tecnologia 5G será mais um impulsionador para termos cidades e veículos cada vez mais conectados, já que, além de mais avançada, o alcance dessa rede é quase dez vezes maior que o da atual rede 4G, possibilitando novas integrações entre sistemas de um grande centro urbano.
Numa smart city emergente, a mobilidade urbana, naturalmente, se torna mais fluida, com semáforos inteligentes, estações de carregamento rápido para carros elétricos, placas de sinalização específicas para veículos autônomos, entre outras possibilidades. Além de tornar a experiência bem mais simples, essas ferramentas também ajudam a aumentar a segurança no trânsito e, inclusive, reduzir os congestionamentos e os índices de acidentes.
Mobilidade sob demanda
Outra tendência que pode ganhar espaço é a mobilidade compartilhada ou sob demanda. Cada vez mais, as pessoas optam pelo conceito de uso, em vez de posse, e isso também se reflete no ato de ir e vir – e que pode ser visto de diferentes formas: aplicativos e plataformas de carona, como o Uber Pool e o Waze CarPool, estações de bikes e até os já vigentes e atrativos planos de carros por assinatura, por exemplo. Independentemente de qual seja a opção escolhida, o importante é que esteja disponível para quando e onde o usuário necessitar.
Essa oferta vem em linha com a ideia de mobilidade como serviço, possibilitando que a mobilidade, seja qual for o modal, possa ser oferecida por empresas que não tenham esse serviço como centro do negócio. O objetivo é sempre melhorar a experiência de uso e minimizar atritos, trazendo menos custo, mais qualidade de vida, praticidade e versatilidade.
Disso tudo, uma coisa é certa: esse mundo promissor que se apresenta vai trazer bastante simplificação, conveniência e segurança. Vai encurtar distâncias e, sem dúvida, garantir que nosso tempo seja valorizado e dedicado às coisas que realmente importam.
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