Brasil no mapa da produção de veículos elétricos
Iniciativas dentro do País desenvolvem automóveis movidos a bateria e construção de uma gigafábrica
Há dois anos, a indústria automotiva acirrou uma interessante competição para importar veículos eletrificados para o Brasil. Afinal, todas as marcas querem ser representadas por modelos híbridos ou elétricos, no País. De uma forma bem mais tímida, empresas brasileiras também entram, aos poucos, na corrida da eletromobilidade, criando soluções caseiras, principalmente, direcionadas à prestação de serviço.
É o caso da Hitech Eletric, startup de Curitiba (PR) que, desde 2017, desenvolve projetos de veículos 100% elétricos. Seu portfólio tem, hoje, quatro produtos: o compacto e.co2 Cargo, para entregas urbanas, os veículos de carga e.co Truck e e.co Cargo e a van e.Van, para transportar carga ou passageiros. Os clientes são empresas de entregas de pequeno e médio porte, que buscam veículos adequados para suas frotas.
“Com o incremento nas compras online a partir da pandemia da covid-19, nosso foco voltou-se para o transporte de carga”, afirma Rodrigo Scheffer Contin, fundador e presidente da Hitech. Ele explica que os veículos são desenvolvidos no Brasil, mas a montagem final ocorre em uma grande fabricante da China.
Crescimento exponencial
Porém, isso pode mudar no próximo ano. “Em 2023, queremos iniciar a produção no Brasil, o que trará maior competitividade econômica, permitindo até mesmo reduzir os preços ao cliente final”, diz. “Fabricar aqui nos dará outras vantagens, como melhorar a logística dos negócios, criar linhas de crédito e aumentar a rede de assistência técnica.”
Atualmente, o atendimento para as manutenções e revisões dos carros da Hitech acontece nas oficinas do Centro Automotivo Porto Seguro, nos períodos de garantia e pós-garantia. São, aproximadamente, 350 pontos espalhados pelo País.
Segundo Contin, a pandemia causou um forte impacto nos preços de logística. Antes, o envio de um contêiner com o carro pronto da China para cá custava US$ 2 mil. Hoje, esse valor está em US$ 12 mil.
Com a nacionalização integral nas operações, a Hitech projeta vender 60 veículos, por mês, em uma primeira fase. “O potencial de crescimento é exponencial. O mercado mostra-se promissor, e nossos carros não dependem de eletropostos. A bateria pode ser recarregada em tomadas domésticas de 110 V ou 220 V”, garante.
Gigafábrica em Minas Gerais
Outra iniciativa dentro do Brasil envolve uma empresa argentina, a Bravo Motor Company (BMC), e é fruto da parceria com a gigante industrial americana Rockwell Automation para a construção de um complexo de mobilidade elétrica em Nova Lima (MG).
Se tudo sair como o planejado, o investimento de US$ 4 bilhões resultará na primeira gigafábrica da América Latina de veículos elétricos, baterias e outros componentes de mobilidade elétrica. “A atividade industrial é capaz de transformar a realidade das cidades. Agora, estamos diante de uma oportunidade única de promover uma sociedade mais sustentável por meio da eletromobilidade”, celebra Eduardo Javier Muñoz, diretor da Bravo Motor Company.
O projeto prevê a produção de quase 23 mil veículos elétricos e 43.750 kits de bateria, por ano, a partir de 2024. Esses números deverão aumentar em 2029, quando o complexo, batizado de Colossus Center, estiver totalmente concluído. Mas as duas parceiras ainda não revelaram quais modelos pretendem fabricar em Minas Gerais.
Projeto da Argentina
A exemplo da Hitech, vem do Paraná mais um projeto de eletromobilidade. A Movi Electric divulgou o plano de produzir carros elétricos no parque industrial da cidade de Toledo. A Movi tem acordo comercial para fabricar os modelos da empresa argentina Sero Electric.
O catálogo é composto por um carro elétrico para duas pessoas e dois veículos de carga – um com caçamba e outro com baú, que pode levar até 500 quilos de carga. São microcarros movidos a bateria e feitos com estrutura de ligas de alumínio de alta resistência, o que aumenta a segurança em casos de impacto.
De uso urbano, eles chegam a 50 km/h de velocidade máxima e são capazes de rodar 150 quilômetros. Assim como os veículos da Hitech, os carros elétricos da Movi são recarregados nas tomadas de 110 V e 220 V, em tempo que varia de cinco a sete horas.
Para saber mais sobre carros elétricos e híbridos, acesse nosso Guia.
US$ 4 bilhões é o investimento da Bravo Motor Company e da Rockwell Automation para construir uma grande planta no Brasil
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