Seguindo essa estratégia, a Ford vai ampliar a sua linha de veículos comerciais leves com três novidades previstas para estrearem no próximo ano. A primeira é a Transit Automática, opção que, de acordo com Guillermo Lastra, diretor de Veículos Comerciais da Ford América do Sul, vem obtendo grande aceitação nos mercados europeu e americano e que, por isso mesmo, já vinha sendo muito solicitada pelos clientes brasileiros, desde o lançamento do modelo no País, em 2021.

O câmbio automático que vai passar a equipar a Transit é produzido pela própria Ford e pertence à mesma família de transmissões já utilizada na linha de picapes F-150 (campeã de vendas no mercado americano). “O mais importante, contudo, é que essa família já soma mais de 10 milhões de transmissões produzidas, o que atesta sua qualidade e confiabilidade; é um câmbio plenamente testado e aprovado”, destacou Guillermo Lastra.

A nova caixa tem dez marchas, conversor de torque e programação adaptativa de mudança de marchas em tempo real. Proporciona acelerações suaves e progressivas. Em conjunto com a tração traseira e com o sistema auto start-stop, exclusivo na categoria, ela garante maior comodidade na utilização diária, que se reflete no menor cansaço do motorista. Além disso, o câmbio automático ajuda a reduzir os custos de manutenção, já que possui menos peças para serem substituídas. 

“Esse tipo de transmissão permite a equalização do modo de dirigir dos motoristas, o que se traduz em economia no consumo de combustível médio da frota”, explicou Lastra. 

Inicialmente, o câmbio automático será disponibilizado para todos os modelos Minibus (para 15 e 18 passageiros e na versão Vidrada) e para a versão L3H3 do Furgão (com carroceria mais longa e alta), a partir do primeiro semestre do próximo ano.

Chassi Cabine aumenta a versatilidade

A segunda novidade na linha Ford Transit 2023 é a versão Chassi Cabine, que permitirá que a marca atue em um segmento que representa cerca de 40% da categoria de comerciais leves. Prevista para chegar às concessionárias no segundo semestre do ano que vem, a configuração chassi cabine será oferecida nas versões de 3,5 e 4,7 toneladas de PBT (Peso Bruto Total). A primeira, aliás, pode ser conduzida por motoristas que possuem CNH categoria B.

Uma das principais vantagens da Transit Chassi Cabine é a versatilidade que ela pode receber com transformações como: carroceria simples para transportar cargas secas, baú simples ou refrigerado e transporte de animais, entre outras possibilidades. As versões terão capacidade de carga de 1,4 a 2,6 toneladas.

“As novas versões da Transit vão nos colocar em importantes subsegmentos nos quais não atuamos hoje, ampliando a abrangência e a participação da linha no mercado”, afirmou Guillermo Lastra, que disse ainda que a Ford terá desenvolvimentos com empresas parceiras para a instalação de equipamentos e de adaptações, da mesma forma que oferece atualmente para os clientes que precisam adaptar os modelos Furgão e Vidrada. 

Da mesma forma que as versões Furgão e Minibus, a Transit Chassi Cabine conta com a moderna motorização turbodiesel de 2.0 litros, capaz de entregar 165 cv e 40,3 kgfm com câmbio manual e tração traseira – que proporciona maior segurança e menor desgaste dos pneus –, e pode ser conduzida por motoristas com CNH categoria B. A garantia de fábrica é de um ano ou 100 mil quilômetros.

No caminho da eletrificação

O modelo que promete chamar mais atenção, contudo, será a inédita versão totalmente elétrica, a E-Transit. Projetada para utilização em grandes centros urbanos, a Transit com emissão zero de carbono será a opção perfeita para empresas que se preocupam não só com a questão ambiental, mas também com redução de custos, uma vez que, de acordo com a Ford, o custo operacional do furgão elétrico é 40% menor do que o do similar com motor a combustão pelo fato de utilizar 86% de peças a menos.

Ela começa a ser oferecida na versão furgão em um programa com grandes frotistas para entender as suas necessidades, condições de uso e recarga, de modo a entregar a melhor opção de negócio. “Nossa ideia é entender qual é a configuração de negócio que melhor se adapta a esses clientes, conhecer as diferentes infraestruturas para a instalação de carregadores nas garagens ou depósitos”, explicou Guillermo Lastra, diretor de Veículos Comerciais. “Queremos entender como é a jornada completa de utilização desses veículos no dia a dia dos clientes, porque a gente quer oferecer uma solução completa para os nossos clientes e não apenas vender o produto. Queremos entregar aquilo que o cliente está necessitando, incluindo a melhor recomendação do equipamento de recarga, que pretendemos oferecer por meio de empresas parceiras”, acrescentou.

O conjunto motriz da E-Transit possui baterias de íons de lítio que proporcionam autonomia para até 317 km (ciclo WLTP) e o sistema de regeneração aproveita a energia que seria desperdiçada em frenagens e desacelerações e a envia para a bateria, que tem capacidade de 68 kWh, otimizando o desempenho, principalmente em trânsito urbano. Já a recarga pode ser feita tanto em corrente alternada quanto em contínua. No primeiro caso (indicado para uso à noite, quando o veículo está na garagem), o procedimento leva cerca de 8 horas. Já no segundo, usando carregador rápido, é preciso apenas 35 minutos para carregar até 80% da capacidade total. 

Dispondo de 269 cv e 43,8 kgfm de torque instantâneo, a E-Transit possui tração traseira e estará disponível inicialmente apenas na versão Furgão, com a mesma carroceria da versão movida a diesel, o que permite realizar as mesmas transformações, uma vez que não há redução no espaço disponível, pois o conjunto de baterias está instalado no piso. Além disso, a Ford E-Transit oferece uma série de equipamentos tecnológicos de assistência ao condutor projetados para melhorar a produtividade e reduzir ainda mais o risco de paradas.