Primeiro posto 100% elétrico é inaugurado em São Paulo
Projeto da Vibra Energia e EZ Volt abre local para recarregar exclusivamente veículos eletrificados
Um novo modelo de negócio está surgindo no mundo da eletrificação. A Vibra Energia e a EZ Volt inauguraram, na quarta-feira (7), o primeiro posto totalmente elétrico do Brasil. Ou seja, o local é dedicado exclusivamente para recarregar as baterias de automóveis de passeio e veículos comerciais híbridos e 100% elétricos.
O posto ocupa uma área de 400 metros quadrados no bairro Jardim Anália Franco, na zona leste de São Paulo, e tem quatro carregadores (um de 200 kW, dois de 60 kW e um de corrente alternada) para recarga ultrarrápida, com plugs CCS 2, Chademo e Tipo 2, podendo atender qualquer veículo eletrificado. Cada aparelho é capaz de carregar dois carros ao mesmo tempo.
A EZ Volt ficará responsável pela operação do posto, que cobrará R$ 1,97/kWh pela recarga durante seu horário de funcionamento, das 7 às 22 horas.
Enquanto aguarda cerca de meia hora até a recarga de seu veículo ser finalizada, o cliente tem à disposição uma sala com ar-condicionado, sofás, TV e wifi. Os motoristas de frotas e aplicativos também poderão usar uma área externa para descanso e refeições, além de banheiros.
“O primeiro posto 100% elétrico é um marco para a transição energética do País”, afirma Alexandre Tavares, diretor de gás, energia e novos negócios B2B da Vibra. “A eletromobilidade vem ganhando espaço nas atividades logísticas das empresas e o fortalecimento da infraestrutura de recarga tornou-se uma necessidade urgente.”
A escolha do local para a implantação do posto aconteceu depois de um estudo minucioso sobre o deslocamento de veículos de transportadores e de motoristas de aplicativos, que estão ampliando sua frota de veículos eletrificados.
“Fizemos um mapa de calor para analisar onde está exatamente a demanda desses profissionais e traçamos um raio de ação para atender esse movimento todo”, explica Tannure. “Avaliamos, também, se a disponibilidade energética da região seria capaz de suportar o fornecimento do posto.”
Investimento em carregadores
Curiosamente, o posto elétrico fica grudado a um posto de combustível convencional da BR. Longe de ser uma provocação. Na verdade, o posto BR pertence à Vibra, empresa licenciada pela Petrobras. “Um posto ao lado do outro é sintomático. Trata-se de uma aposta de que as diferentes formas de energia vão conviver por muito tempo no Brasil”, revela Alexandre Tavares.
Depois da inauguração, as empresas parceiras já se preparam para voos mais altos. O projeto de implementar os chamados “hubs de recarga” em locais estratégicos das cidades prevê a abertura de mais unidades nos bairros paulistanos Canindé (ainda neste ano), Vila Olímpia e Lapa (em 2023), com toda estrutura e espaço de conveniência para os motoristas.
“Nossa ideia é se antecipar às dores dos clientes, entregando um posto elétrico com serviços agregados que, talvez, ainda levasse alguns anos para ser feito pela concorrência”, afirma Tannure. “Seremos líderes em infraestrutura de recarga, com uma rede de serviços muito robusta”, acrescenta Bernardo Kos Winik, vice-presidente executivo de comercial B2B da Vibra.
As empresas parceiras evitam falar de investimentos. Mas um carregador de 200 kW custa, aproximadamente, R$ 420 mil e o de 60 kW sai por R$ 210 mil. O valor da instalação de cada um é o equivalente a 50% do preço do equipamento. Assim, foi gasto cerca de R$ 1,57 milhão só na aquisição e instalação dos quatro carregadores.
Além de espaços exclusivos para veículos eletrificados, a Vibra planeja oferecer o serviço de recarga elétrica em 25% da sua rede de postos até 2030. Sempre com a parceria da EZ Volt, o projeto abrange, igualmente, soluções de recarga em estacionamentos, shoppings e condomínios.
No entanto, ainda há obstáculos, como a falta de estrutura das edificações. “Nos prédios em que o morador tem a vaga de garagem demarcada e escriturada, já é viável instalar um relógio de luz próprio e o carregador. Mas isso ainda não é possível em boa parte das construções”, lamenta Tannure. “É um tipo de preocupação que, a partir de agora, precisa existir para viabilizar ainda mais a infraestrutura de recarga da frota de carros elétricos.”
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