A edição deste ano contempla ainda duas premiações especiais. Uma delas é Melhor Campanha Publicitária, cujo objetivo é reconhecer, de forma inédita, as iniciativas mais impactantes e assertivas promovidas tanto por empresas quanto por instituições junto ao público ao qual se destinam seus produtos e/ou serviços.

A outra é Melhor Executiva/o, que visa homenagear e reconhecer a/o profissional que contribui de forma relevante para o desenvolvimento do ecossistema de mobilidade. Confira, abaixo, alguns destaques dos municípios concorrentes.

Fortaleza (CE): Integração modal e estímulo à mobilidade ativa

Com 430 quilômetros de estrutura para bicicletas e um sistema que combina malha cicloviária, transporte público e qualificação do calçamento para pedestres, Fortaleza tem se tornado referência nacional em segurança viária.

Desde os anos 1990, o município, que é o mais populoso do Nordeste e o quarto do Brasil, com mais de 2,42 milhões de habitantes, implementa políticas de acesso ao transporte público. Foi nessa época, por exemplo, que surgiram os primeiros terminais com integração espacial, que permitem aos passageiros viajarem a vários locais da cidade pagando apenas uma tarifa.

Outro destaque é resultado de coleta e estudo de dados: Fortaleza conta com um laboratório de análise de todos os riscos de trânsito, formado por mais de dez profissionais responsáveis pela perícia dos acidentes viários.

Foi com base nesse trabalho que a prefeitura descobriu que a maior parte dos sinistros acontecia por excesso de velocidade, o que motivou a mudança do limite de 60 km/h para 50 km/h, em 12 vias, trabalho que começou em 2022 e já resultou na diminuição de 68% das mortes provocadas por acidentes de trânsito no período.

Curitiba (PR): Foco em um novo momento da mobilidade

A capital paranaense, que lançou, no Brasil, há 50 anos, o BRT (bus rapid transit), ou ônibus de trânsito rápido, e foi modelo de mobilidade para o mundo, hoje busca formas de reinventar seu sistema de transporte coletivo. Curitiba implementa diversas ações, parte de um plano maior, de ação climática, com três estratégias focadas na mobilidade: descarbonização do transporte coletivo, desenvolvimento da mobilidade ativa e planejamento e operação para a mobilidade de baixo carbono.

Entre as iniciativas em curso está a implementação de 70 ônibus elétricos no sistema: a cidade já iniciou os testes com potenciais fornecedores e os veículos serão comprados até junho de 2024, de acordo com a prefeitura. Outra frente é a instalação de painéis fotovoltaicos em terminais de transporte coletivo.

Curitiba também tem se destacado pelo uso de diversos recursos tecnológicos integrados, como inteligência artificial, para uma melhor gestão do tráfego. Conta, também, com a Muralha Digital, um sistema de cidade inteligente que faz o reconhecimento de placas, em tempo real, cruzando com informações da área de segurança pública, a fim de dar mais tranquilidade à população.

Salvador (BA): Programa Vida no Trânsito e redução nos limites

cidades brasileiras a alcançar a meta da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. O objetivo era reduzir pela metade, até 2020, o número de mortos e feridos por sinistros de trânsito. No ano limite, a capital já havia reduzido a 54%, em comparação com 2010.

Em 2013, a cidade passou a implementar o Programa Vida no Trânsito (PVT), uma iniciativa do Ministério da Saúde do Brasil, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS no Brasil). Entre as ações estão análise de dados para orientar a tomada de decisão, constante fiscalização da Lei Seca nas principais avenidas, obras de infraestrutura e radares, para redução na velocidade, e iniciativas de educação em segurança viária.

No sistema de transporte público, destaque para o BRT de Salvador, que começou a funcionar, ainda como piloto, em 30 de setembro de 2022. Desde então, o projeto opera com 26 ônibus, sendo oito deles elétricos, em duas linhas de serviço.