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Frota de duas rodas eletrificada ajuda a reduzir custos

Por: Arthur Caldeira . 22/04/2024
Inovação

Frota de duas rodas eletrificada ajuda a reduzir custos

Aluguel de motos e triciclos elétricos inclui estações de troca de baterias e assistência técnica

5 minutos, 44 segundos de leitura

22/04/2024

frota eletrificada reduz custos
Economia com scooter elétrica, como a VS1 da VMoto, pode chegar a R$ 1.300, calcula Riba. Foto: Divulgação/Riba

Atraídas pela questão financeira, empresas de diversos segmentos estão recorrendo ao aluguel de veículos elétricos. Desde serviços de vigilância, passando por delivery e entregas de last-mile e até mesmo coleta de resíduos e transporte de pessoas apostam em uma frota eletrificada como uma maneira de reduzir custos.

Em setembro do ano passado, a Jadlog incluiu em sua frota 72 veículos elétricos, 50 motos e 22 triciclos, produzidos pela Cicloway. “Essa iniciativa não aborda apenas questões ambientais, mas também uma estratégia que busca redução de custos e a atração de clientes que já demandam soluções menos poluentes em seu escopo de negócios”, afirmou Bruno Tortorello, CEO da Jadlog, à época.

Mais do que alugar os veículos, a Cicloway também presta consultoria para entender as necessidades do cliente. Com uma linha de montagem em Manaus (AM), a empresa pode adaptar suas motos e triciclos elétricos para determinados usos. “Fornecemos, recentemente, 30 triciclos com baú refrigerado para a prefeitura de Fortaleza (CE) distribuir medicamentos nas unidades de saúde da cidade”, exemplifica Hannud.

Aluguel inclui baterias e rastreamento

O diretor de marketing da Riba, Gabriel Fernandes também aponta a redução de custos como um dos principais fatores para o crescimento do aluguel de motos elétricas para o uso profissional. “É muito mais em conta. Pode gerar uma economia de cerca de R$ 1.300 por mês em comparação a uma moto a combustão para quem contrata nossa solução 360°”, calcula Fernandes.

Além do aluguel, a empresa oferece estações de troca de bateria, manutenção e rastreamento da frota para empresas de logística como Todo Green, DHL e Carbono Zero. Atualmente, a Riba tem 15 estações de troca de bateria na cidade de São Paulo.

Para o executivo, a evolução dos produtos também ajuda a explicar o aumento da locação de scooters elétricas como uma solução para descarbonizar as frotas. “A VS1, nosso principal produto, é uma scooter robusta, feita para o uso profissional”, destaca Fernandes.

Parceira da VMoto, empresa australiana que tem fábrica na China, a Riba tem planos de montar suas scooter elétricas no Brasil. “Se tivermos volume, com certeza, vamos montar em Manaus”, revela o diretor de marketing da Riba. A montagem na capital amazonense conta com incentivos e benefícios fiscais, com isenção do IPI, do Polo Industrial de Manaus.

Leia mais: Cresce aluguel de veículos elétricos para o uso profissional

Entregadores também recorrem ao aluguel

Além da locação B2B, a Riba tem um projeto de locação de scooters elétricas em parceria com o iFood. “O desafio é criar um modelo de negócio que caiba no bolso do entregador”, afirma Fernandes.

Os entregadores parceiros da plataforma podem escolher dois planos, com scooters e preços distintos. Uma scooter elétrica que atinge velocidade de 86 km/h e tem autonomia para 70 km sai por R$ 200 por semana no plano “econômico”. O valor inclui manutenção, trocas ilimitadas de bateria nos postos da Riba e moto reserva. Já uma scooter mais potente e que roda 140 km com duas baterias o valor sobe para R$ 270.

A parceria com a Riba, e outras empresas, faz parte da estratégia do iFood de atingir 50% de pedidos “limpos” até o final de 2025. Atualmente, as bicicletas elétricas e mecânicas do programa iFood Pedal são maioria. “Nossa preocupação é criar um modelo que funcione. Estamos testando e queremos usar a tecnologia para crescer esse modal”, revela a gerente de sustentabilidade da plataforma, Fabiane Carrijo.

Do Capão a Guarulhos

Com planos semanais que variam de R$ 199 a R$ 299, a Vammo também foca nos entregadores. O valor dá acesso a mais de 50 pontos de troca de bateria na capital paulista, quase todos de autoatendimento.

Vammo, locadora de motos elétricas
Vammo quer capilarizar estações de autoatendimento para troca de bateria. Foto: Divulgaçã/Vammo

As estações de autoatendimento, projetadas especialmente para o mercado brasileiro, entraram em operação no ano passado. O projeto levou em conta características de São Paulo, como fortes chuvas, a possibilidade de inundações e as tentativas de violação do equipamento, por exemplo.

Grande parte dos investimentos captados no ano passado também será usada para capilarizar a rede de trocas de bateria. “Estamos investindo muito no hardware para que nossas motos possam rodar do Capão Redondo a Guarulhos livremente”, brinca Billy Blaustein em referência ao bairro no extremo sul e à cidade ao norte da capital paulista.

Para um dos fundadores da Vammo o aluguel é ideal para popularizar o uso de motos elétricas no delivery. “As motos elétricas são caras e muitos têm medo de comprar. Afinal, não conhecem ninguém que tem. Com isso, o aluguel é a melhor opção para esses profissionais conhecerem os benefícios das motos elétricas”. De acordo com cálculos da Vammo, o custo por quilômetro de uma moto a combustão é cinco vezes maior do que o de uma moto elétrica (leia abaixo).

Apesar do otimismo, o empresário reclama da falta de incentivos e iniciativas do poder público para eletrificar as motos. “O programa de incentivo aos veículos elétricos, o Mover, não tem uma linha sobre as motocicletas. O governo ignora o mercado de motos elétricas”, observa Blaustein.

‘Economizo R$ 250 por semana’, diz entregador

O entregador Wellington Bueno, 40 anos, usa uma scooter elétrica alugada há quase um ano. “Eu optei mesmo pela economia de combustível, porque o preço da gasolina está muito alto”, revela Wellington, que trabalha há mais de 20 anos como entregador “no trecho”.

Ele usa uma scooter VS1 da VMoto alugada da Mottu, gigante de aluguel de motos a combustão e elétricas. O modelo com duas baterias custa R$ 126 para uma franquia de 210 km por semana. “Mas sempre acabo passando e pago mais. Aí fica R$ 189”, diz ele. O aluguel também dá acesso a trocas de baterias nos quatro pontos da Mottu na capital paulista.

Pelos seus cálculos, o valor que ele gastaria com gasolina paga o aluguel e ainda sobra. “Economizo uns R$ 250 por semana. Gastaria R$ 50 por dia de gasolina, cinco dias por semana, é isso aí”, diz ele.

Apesar de satisfeito, Wellington diz que é preciso se organizar para trabalhar com uma moto elétrica. “Já saio de casa com as duas baterias carregadas. Assim que acaba a primeira, já procuro um ponto para fazer a troca. Nunca deixo a segunda bateria descarregar muito”, ensina.

De acordo com o entregador, a autonomia gira em torno de 40 km a 50 km por bateria. “A autonomia da moto elétrica é relativa. Depende de como você pilota, onde você roda. Em um bairro com muitas ladeiras ou na estrada, consome mais bateria”.

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