Poluição sonora vai sumir das cidades com os carros elétricos?
O silêncio absoluto no trânsito nem sempre é uma vantagem
Muito se fala que os carros elétricos são responsáveis pela redução de emissões de gases poluentes no meio ambiente. Ao mesmo tempo, outra vantagem associada a esses modelos seria a redução da poluição sonora.
“A principal diferença de ruído acontece em baixa velocidade, quando a maior parte do barulho é provocada pelo motor”, afirma Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).
Contudo, na prática, a diferença entre o som emitido pelos carros elétricos não é tão expressiva assim em relação aos com motores a combustão.
Isso se deve em parte às exigências de alguns governos, como os dos Estados Unidos e da União Europeia. Para evitar acidentes com pedestres, eles determinam que carros elétricos devem emitir um mínimo de decibéis em baixas velocidades.
Poluição sonora por questões externas
Segundo relatório produzido pelo Laboratório de Poluição Sonora da Universidade Brown, de Rhode Island (Estados Unidos), o barulho dos automóveis está mais associado a questões externas.
“Por mais que o motor tenha som próprio, o que faz o carro apresentar um ruído incômodo nas ruas é o seu design e as condições das vias urbanas”, relata o documento.
Conforme o estudo, carros a combustão que trafegam a 48 km/h podem produzir níveis sonoros entre 33 e 69 decibéis. Essa variação equivale à diferença entre uma biblioteca silenciosa e o barulho de uma máquina de lavar.
Quando andam mais rapidamente, os veículos térmicos emitem até 89 decibéis. O correspondente a duas pessoas gritando uma com a outra. Já os carros elétricos emitem de 43 a 64 decibéis andando a menos de 30 km/h. “Isso corresponde ao barulho de uma máquina de lavar louça ou o zumbido de um restaurante quase vazio. Em média, os carros com motor a combustão estão mais próximos de 65 decibéis, som parecido ao de uma sala de aula movimentada”, explica o estudo.
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