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De Paris ao Brasil, modelo de estacionamento para bikes pode ser incentivo ao transporte

Por: . 20/08/2024
Mobilidade para quê?

De Paris ao Brasil, modelo de estacionamento para bikes pode ser incentivo ao transporte

Estudo indica que as 26 capitais do País mais Brasília somam 4.365 km de ciclovias e ciclofaixas. É pouco: é preciso investir mais em infraestrutura para o ciclista

2 minutos, 54 segundos de leitura

20/08/2024

Cyclopark, ou estaconamento para bicicletas da Indigo na França. Foto: Divulgação Indigo
Indigo inaugurou na cidade de Lille, na França o seu primeiro estacionamento exclusivo para bicicletas, batizado de Cyclopark. Foto: Divulgação Indigo

Quem vai a Paris percebe que bicicletas são mais utilizadas que carros. Na França, uso do modal é pauta de políticas públicas, com investimento de € 2 bilhões até 2027 para ampliar rede de ciclovias, melhorar infraestrutura e incentivar aquisição desse transporte. O incentivo ao uso de bicicletas, no entanto, depende de questões importantes como segurança pública, entre outras.

Prevenção

De acordo com levantamento da empresa de pesquisa francesa 6t, 8% das vítimas de roubos do equipamento abandonam o hábito de pedalar nos deslocamentos diários por medo. A preocupação atinge quase metade dos ciclistas e 15% das pessoas que não possuem bicicleta comprariam uma se tivessem vaga para estacionar.

Por isso, a Indigo, multinacional francesa e líder mundial em gestão de estacionamentos, passou a oferecer serviços de conveniência e segurança para bicicletas.

Dessa foma, a companhia – que em Paris possui estacionamentos subterrâneos com soluções que beneficiam até mesmo o comércio local – criou o “Cyclopark”, um modelo de garagem com vagas para todos os tipos de bicicletas e serviços exclusivos mediante o pagamento de assinaturas. Atualmente, já são mais de 80 instalados na Europa.

Leia também: Nova ciclopassarela na zona oeste conecta ciclovia do Rio Pinheiros com Parque Villa-Lobos

Potencial

No Brasil, apesar de outro contexto e abrangência quase continental, em todos os estacionamentos administrados pela empresa – mais de 310, em 24 Estados – há bicicletários, ou seja, demanda por espaços para esse transporte.

Todavia, em grandes metrópoles, como São Paulo, há potencial para implantar os estacionamentos para bicicletas – normais, elétricas e de alto padrão. A previsão é trazer o modelo para o País ainda em 2024, com assinaturas flexíveis e controle via aplicativo.

Porém, os desafios são muitos. Um dos maiores entraves para a adoção das soluções no Brasil não é apenas a cultura de deslocamento baseado em outros modais, mas a falta de infraestrutura para o ciclista.

Estudo feito pela Aliança Bike afirma que as 26 capitais brasileiras e Brasília somam 4.365 km de ciclovias e ciclofaixas. São Paulo lidera em ciclovias e ciclofaixas, somando 689,1 km. Em seguida estão Brasília, Rio de Janeiro, Fortaleza e Salvador.

Para que isso se torne mais efetivo no País, o número ainda é baixo. É necessário ir ainda mais longe. Além de aumentar a extensão das ciclovias, os espaços que já existem e que são destinados à circulação de bicicletas devem ser mantidos de forma adequada.

Facilitadores da jornada

Do ponto de vista dos estacionamentos, mais do que pensar em espaços para guardar veículos, é possível pensá-los como facilitadores para a mobilidade nas cidades – seja conectando diferentes modais, aproximando serviços da população ou mesmo organizando o fluxo de carros numa região.

Em relação a outros espaços destinados a bicicletas, os Cycloparks são planejados para atender necessidades específicas dos ciclistas. Há locais para carregamento de bicicletas elétricas e ferramentas que podem ser usadas pelas pessoas que pedalam para fazer ajustes ou reparos.

Dessa forma, mesmo apostando no uso de carros – considerando ainda a frota crescente de automóveis elétricos – é possível contribuir com a mobilidade urbana sustentável nos maiores centros contemplando todas as opções possíveis de deslocamento.

Leia também: Ciclovias e ciclofaixas da cidade de São Paulo não avançam

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão

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