Mulheres representam 40% das pessoas que utilizam bicicletas compartilhadas
Instaladas em locais de grande movimentação e boa iluminação, estações de compartilhamento estimulam maior adesão do público feminino
2 minutos, 31 segundos de leitura
29/03/2024
Por: Daniela Saragiotto
A participação feminina no uso da bicicleta como meio de transporte ainda é mais baixa que a masculina, de acordo com estudos de diferentes regiões do País. Nos sistemas de bikes compartilhadas, entretanto, a presença delas está bem próxima da dos homens. De acordo com a Tembici, 40% das pessoas que utilizam as bicicletas compartilhadas são mulheres.
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Dado semelhante foi mencionado no livro Bicicletas nas Cidades – Experiências de Compartilhamento, Diversidade e Tecnologia, da Relicário Edições, que verificou que as mulheres representam mais de 40% dos usuários em quase todos os sistemas analisados, concentrados em seis Estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Ceará, Espírito Santo e Bahia. O estudo levou em conta o período entre abril e outubro de 2018.
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Infraestrutura
De acordo com Carol Rivas, CIO da Tembici, a sensação de segurança das mulheres nas grandes metrópoles é um dos fatores que justifica essa disparidade tão grande entre o público feminino que usa bicicletas próprias e o que utiliza as compartilhadas.
“Por exemplo, as estações das bicicletas compartilhadas são instaladas estrategicamente em locais de grande movimentação, com boa iluminação, próximas à estrutura cicloviária e muitas vezes conectadas a outros meios de transporte, o que transmite uma sensação maior de segurança e conveniência”, explica a executiva.
Nesse sentido, outro ponto mencionado por Rivas é a garantia da bicicleta ter sido inspecionada. “No caso das compartilhadas, as mulheres não precisam lidar com o problema de ter a bike quebrada no meio do caminho, pois a manutenção é realizada pela Tembici”, explica.
Saúde e independência
De acordo com um levantamento feito pelaTembici, mais de 72% das usuárias entrevistadas declaram ter percebido melhora em seu cotidiano quando passaram a pedalar e 80% afirmam que se sentem mais livres e independentes.
“O uso da bicicleta compartilhada oferece não apenas uma alternativa de transporte eficiente e econômica, mas também promove uma sensação de empoderamento para as mulheres ao permitir que elas se desloquem de forma mais independente”, diz Rivas. De acordo com ela, esse é um aspecto que traz impacto positivo na saúde física e mental desse público.
“E essa independência pode ser especialmente significativa em contextos onde as mulheres enfrentam restrições de mobilidade devido a questões de segurança ou culturais. De acordo com a Tembici, esses dados obtidos são utilizados internamente e também compartilhados com o poder público, para embasar novos serviços de mobilidade, além da criação de políticas públicas mais adequadas ao público feminino.
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