Carro elétrico. 5 passos para a instalação correta de carregadores em condomínios
Cartilha da empresa NeoCharge traz informações técnicas para a implementação dos pontos de recarga nos prédios antigos
Muitos projetos de edifícios mais modernos já preveem pontos de recarga para carros elétricos nas vagas dos futuros moradores. Na cidade de São Paulo, por exemplo, a lei municipal 17.336 obriga, desde março de 2020, que os novos prédios tenham os equipamentos destinados aos veículos eletrificados.
Os condomínios mais antigos também já estão se mobilizando para instalar a estrutura de recarga, a fim de atender aos proprietários de veículos movidos a bateria. Ainda existe uma série de dúvidas sobre a viabilidade de adaptar os edifícios a essa nova realidade da eletromobilidade.
Pensando nisso, a NeoCharge, empresa de soluções para recarga de automóveis com essa propulsão, lançou, em novembro, uma cartilha de 11 páginas para explicar minuciosamente como é a instalação dos aparelhos em condomínios residenciais e comerciais.
O material traz informações como tipos de instalações, quadros de proteção e avaliação das cargas existentes. “Dessa forma, o usuário pode avaliar a situação do local onde mora e saber qual é a melhor solução para implantar os carregadores, de acordo com a realidade do edifício”, afirma Ayrton Barros, diretor geral da NeoCharge.
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Veja os cinco passos mais importantes antes de providenciar a instalação da infraestrutura nos condomínios. “São as principais dúvidas de síndicos, administradores e moradores, que devem buscar sempre a orientação de profissionais e empresas qualificadas, para garantir a segurança e o melhor funcionamento dos pontos de recarga”, diz.
1. Antes de tudo, nada substitui a visita de um técnico até o imóvel para ele avaliar a situação do edifício, as adaptações necessárias e o carregador mais adequado. “Não existe cenário totalmente impossível, mesmo que o apartamento seja antigo e com capacidade limitada no fornecimento de energia. Mas alguns casos exigem uma análise detalhada da rede, se é monofásica, bifásica ou trifásica”, destaca Barros.
Uma vez contratada, é de extrema importância que a instalação seja efetuada por uma empresa especializada, com certificação da Norma Regulatória NR10 – que estabelece medidas para dar segurança aos trabalhadores em serviços elétricos – e que deve emitir a anotação de responsabilidade técnica (ART). A ATR traz amparo jurídico e serve como histórico para futuras consultas e alterações.
2 – Outro aspecto a ser considerado é a medição da distância entre o quadro geral do condomínio, de onde vem o circuito, até o ponto de instalação do equipamento. Isso definirá os componentes corretos para a instalação e se o prédio precisará de alguma intervenção civil.
A cartilha apresenta os tipos de carregadores indicados para cada edifício e faz um resumo técnico dos materiais, como cabos, caixa de proteção, eletrodutos e condutores. O documento também informa o tempo de duração da recarga da bateria do automóvel.
3 – O conteúdo da NeoCharge revela que a recarga varia conforme a capacidade da bateria do veículo (informada em kWh) e o carregador adotado. A bateria do BYD Dolphin Plus, por exemplo, possui 60,5 kWh. Ou seja, se ele estiver totalmente descarregado, com um carregador de 7 kW (presente em 90% das instalações) a realimentação levará aproximadamente oito horas e meia (é só dividir 60,5 kWh por 7 kW). Geralmente, o dono não deixa a bateria chegar a 0%, o que reduz a espera.
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4 – A energia gasta para a recarga de carros elétricos gera dúvidas entre os moradores. Se a vaga com o aparelho for coletiva, uma plataforma de gestão contratada pelo condomínio emitirá um relatório sobre o consumo de cada usuário para individualizar o pagamento. A conta inclui uma taxa de uso do sistema.
Nas vagas de uso exclusivo, um medidor digital, que geralmente fica ao lado do carregador, faz a leitura mensal de consumo. Vale ressaltar que todos os aparatos devem estar em conformidade com a Norma Brasileira 17019, que fala sobre instalação para alimentação de veículos elétricos em locais especiais.
5 – O orçamento do projeto é definido depois da visita técnica no condomínio, mas o valor da instalação de cada ponto de recarga oscila entre R$ 1.500 e R$ 2.000. “Quanto mais perto a vaga estiver do quadro geral menor será o custo”, salienta Barros. “O pior cenário é quando a instalação começa a partir do relógio de um apartamento localizado em um andar muito superior. O custo acaba ficando inviável.”
Bombeiros garantem auto de vistoria aos edifícios
O Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo não deixará de emitir o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) para edificações com pontos de recarga de veículos elétricos corretamente instalados.
O anúncio feito pela corporação apontou que as adequações para prédios e possíveis áreas de risco fazem parte dos estudos sobre segurança nas operações de recarga em garagens, que constam na consulta pública lançada pelos bombeiros, em abril passado.
“Entidades e bombeiros buscam iniciativas que tragam segurança e tranquilidade ao mercado, especialmente às empresas que fazem a instalação dos eletropostos”, diz Ricardo Bastos, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
Depois do grande volume de informações obtido, a ideia da ABVE é formular uma proposta para ser apresentada novamente em consulta pública, visando fomentar o debate na sociedade e gerar sugestões e informações técnicas dos representantes do setor.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o maior risco de incêndios está em tomadas e instalações fora das normas técnicas. “Somos responsáveis por desenvolver protocolos contra acidentes, com visitas técnicas a montadoras e análises com os melhores laboratórios”, afirma o Major Ronaldo Ribeiro. “Vamos oferecer uma legislação sólida para São Paulo, que poderá ser referência para o Brasil.”
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