O setor de aplicativos de transporte está passando por transformações significativas nos últimos anos. As novas demandas de mobilidade aceleraram ainda mais o ritmo de inovação no segmento. Portanto, algumas movimentações que já vêm ocorrendo de forma casual devem ganhar mais força e se consolidar.
É como avalia Bruno Muniz, sócio-executivo da Gaudium, startup focada nos mercados de mobilidade e logística. O executivo cita como exemplos o caso da descentralização dos grandes apps de transporte, do crescimento do modelo de e do uso de tecnologias de inteligência artificial e machine learning.
Para Muniz, estar atento ao que deve ganhar força na mobilidade é um dos primeiros passos para estar à frente da transformação digital que já vem ocorrendo nos apps de transportes. Avaliando o cenário do mercado, o especialista lista as seis principais tendências que devem estar no radar da mobilidade nos próximos anos.
Confira:
Essas tecnologias já fazem parte do mundo dos aplicativos de transporte, mas devem ser ainda mais exploradas nos próximos anos. De acordo com o executivo, juntas, elas têm o potencial de oferecer soluções cada vez mais personalizadas às necessidades dos usuários.
Com o uso da IA, é possível ter acesso em tempo real a fatores que possam afetar o tráfego. Por exemplo, condições meteorológicas e obras, sugerindo percursos com tempo reduzido e aumentando a eficiência das corridas.
Já a machine learning é capaz de identificar padrões e prever a demanda de corridas por regiões e horários de pico, ajudando motoristas a planejar e otimizar suas rotas e horários.
Em vez de um grande aplicativo multinacional presente em todas as cidades do Brasil, Muniz aponta a tendência do fortalecimento dos aplicativos regionais. Afinal, eles conseguem se conectar melhor aos motoristas e passageiros por serem geridos por empreendedores da região.
De acordo com Muniz, muitas vezes, eles até oferecem diferenciais atraentes àquela localidade específica. No país, aplicativos como Urbano Norte e Ubiz Car Brasil lideram este modelo, focando suas operações em cidades de pequeno e médio porte.
Apesar de parecer vinda de um filme de ficção científica, a mobilidade aérea urbana nunca esteve tão perto de se tornar realidade. Por exemplo, a Eve, braço da Embraer no setor, realizou seis voos diários entre o Aeroporto Internacional do Galeão e a Barra da Tijuca, ambos no Rio de Janeiro, em novembro de 2021.
Os testes não foram realizados ainda com o veículo que será utilizado no futuro, o eVTOL, e sim com um helicóptero. Mas os testes ajudaram a empresa a conceber, junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o primeiro Conceito de Operações para Mobilidade Aérea Urbana no Brasil.
Para Muniz, o PIX conquistou espaço pela simplicidade e praticidade que oferece a todos os envolvidos. “É um meio que oferece mais flexibilidade financeira para os passageiros, além de existir menos chances de os usuários transferirem valores errados ou caírem em golpes. Para motoristas, o valor é creditado na hora e não é preciso pagar pela taxa da maquininha”, aponta.
Segundo uma pesquisa da Gaudium, o Pix movimentou mais de R$ 60 milhões em transações de aplicativos de transporte regionais apenas no ano passado.
Com a necessidade cada vez maior da substituição dos combustíveis fósseis, veículos à base de energia limpa deverão tomar a frente também no transporte por aplicativo. A Uber, por exemplo, tem o objetivo de ter sua frota composta 100% por veículos elétricos até 2040, inclusive já oferecendo bônus nos EUA para motoristas trocarem seus veículos por um modelo mais sustentável.