99 testa funcionalidade que monitora as corridas de moto; veja como funciona
Baseado em dados captados pelo celular, aplicativo de mobilidade terá ‘relatório de direção’ para analisar comportamento dos motociclistas parceiros no trânsito
3 minutos, 50 segundos de leitura
19/05/2025

A 99 trabalha em uma funcionalidade baseada em telemetria para tornar as corridas de moto no aplicativo mais seguras. Chamada de “relatório de direção”, a ferramenta usa dados reais captados pelo celular para monitorar o comportamento dos motociclistas parceiros no trânsito. O objetivo é gerar notas, em termos de condução defensiva, para as viagens no 99 Moto.
“Somos a primeira empresa a usar esses sistema de telemetria, no Brasil, para monitorar viagens de moto. Queremos combinar os dados de avaliação dos passageiros com o relatório de direção. Dessa forma, podemos entender como os usuários percebem certos comportamentos dos motociclistas parceiros e tornar a viagens mais seguras”, afirma Igor Soares, diretor de qualidade e segurança da 99.
De acordo com Soares, o aplicativo dos motociclistas parceiros irá mostrar telas com o relatório de direção e as notas atribuídas pelo sistema. As notas irão se basear nas acelerações, frenagens e curvas feitas durante uma viagem no 99 Moto. Com base nesses dados, motociclistas que tiverem notas baixas em determinados quesitos, receberão indicação de conteúdos para melhorar a pilotagem.
“Se, por exemplo, a ferramenta detectar que o problema são as curvas, o motociclista recebe indicação de conteúdos educativos sobre como fazer curvas com segurança”, explica o executivo da 99.
Fase de testes e calibração
O recurso já é usado pela Didi, empresa chinesa proprietária do app 99, porém apenas com carros, na China. Entretanto, para calibrar a ferramenta para o uso em motocicletas no trânsito brasileiro, a 99 fez uma parceria com o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) para aumentar a precisão das medições nas condições específicas do Brasil.

Os testes usaram os modelos de motocicletas e os tipos de celulares mais comuns na plataforma. “Instalamos sensores e diversos modelos de celular em diferentes posições nas motos. O objetivo é entender como os dados mais precisos adquiridos pelos sensores e levar a assinatura desses dados para os sensores dos celulares”, explica o gerente da divisão de ensaios e análises do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), Henrique Satkunas.
De acordo com o engenheiro, na primeira fase de testes o IMT colhe os dados dessas diversas fontes. “Além do VBox, instalamos um sensor de medição inercial de seis eixos nas motos. Também usamos o acelerômetro, o giroscópio e o magnetômetro do celular”, diz Satkunas.
Depois de colhidos, os dados são analisados e sequenciados para criar o que ele chama de “assinatura de dados”. Com essas informações, a 99 irá desenvolver um algoritmo para fazer a leitura desses dados que, na prática, virão dos celulares dos motociclistas parceiros.
Segundo Igor Soares, da 99, a funcionalidade do “Relatório de Direção” deverá entrar em operação a partir do segundo semestre deste ano. Inicialmente, a plataforma fará testes em algumas cidades, mas o plano é expandir a funcionalidade para todos os 3.300 munícipios onde as viagens de moto pelo 99 são realizadas. Por enquanto, na cidade de São Paulo, a empresa enfrenta uma batalha jurídica com a Prefeitura da capital paulista que quer proibir o serviço.
Outras funcionalidades de segurança
Além da nova funcionalidade, a 99 já utiliza outras tecnologias para tornar as viagens de moto no app mais seguras. Desde o ano passado, a empresa de mobilidade criou a “Alerta de Velocidade” e o “Relatório de Segurança”.
A função “Alerta de Velocidade”, avisa em tempo real caso o motociclista ultrapasse o limite de velocidade da via. De acordo com o aplicativo, o monitoramento é constante, e os sinais sonoros e visuais se intensificam se o motorista atingir uma velocidade 20% maior do que a permitida.
Por sua vez, o Relatório de Segurança fornece um retorno para o condutor, permitindo que os passageiros avaliem suas viagens de forma anônima e selecionem elogios ou reclamações. Em seguida, os motociclistas parceiros da 99 recebem os dados compilados, mostrando em que ponto é necessário melhorar.
Após a avaliação, a 99 fornece conteúdo de conscientização para os motoristas com base nos pontos de melhoria identificados. “No Rio, também já testamos o bloqueio por 30 dias de alguns motociclistas que excederam o limite com frequência”, conta Igor Soares, diretor de qualidade e segurança da 99. De acordo com ele, após o bloqueio, que tem a função educativa, poucos motociclistas reincidiram na infração de circular acima do limite de velocidade da via.
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