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Agreste terá centro de inovação tecnológica  

Por: Mário Sérgio Venditti . 28/09/2022

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Agreste terá centro de inovação tecnológica  

Belo Jardim (PE) vai ganhar polo de pesquisa e desenvolvimento também voltado para a mobilidade elétrica

3 minutos, 21 segundos de leitura

28/09/2022

Uma ideia é que cinco carros possam ter recarga rápida ao mesmo tempo. Foto: Divulgação Itemm

Um novo polo de tecnologia está nascendo no agreste pernambucano. O Grupo Moura, o Instituto de Tecnologia Edson Mororó Moura (Itemm) e o Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) selaram parceria para a criação de um centro de inovação tecnológica na cidade de Belo Jardim (a 180 quilômetros de Recife), em atendimento ao edital do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

O projeto foi contemplado em chamada pública da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa vinculada ao ministério, e receberá R$ 6,25 milhões de investimentos – R$ 5 milhões da própria Finep e R$ 1,25 milhão da Moura.

O Itemm ainda não sabe precisar quantos postos de trabalho serão gerados, mas uma coisa é certa: o centro tecnológico vai movimentar a economia da cidade de aproximadamente 70 mil habitantes.

“Belo Jardim fará parte de um eixo tecnológico, que terá centros de inovação desenvolvidos no interior do País”, celebra Spartacus Pedrosa, diretor do Itemm. “Será uma oportunidade de fomentar a educação e a pesquisa, ajudando no crescimento das pequenas empresas da região. Além disso, as portas estarão abertas a iniciativas de empreendedorismo.”

Polo ganhará laboratórios e áreas destinadas à pesquisa tecnológica. Foto: Divulgação Itemm

Recarga de cinco carros

O centro tecnológico guardará uma relação direta com a eletromobilidade. Entre as atividades, a nova estrutura vai atuar na área de fontes renováveis de energia, com a implantação de painéis fotovoltaicos conectados a um sistema de armazenamento de energia de bateria (Bess). Servirá, também, como incubadora de startups que trabalharão na produção de energias renováveis, que poderão ser aplicadas na indústria automotiva.

O objetivo dessa instalação é garantir o desenvolvimento de pesquisas e o abastecimento energético da unidade, que terá cerca de 700 metros quadrados. O prédio contará com laboratórios, centros de pesquisa e compartilhamento de ideias, networking e parcerias na área tecnológica.

O diretor do Itemm compartilha a opinião de que a infraestrutura incipiente de pontos de recarga é um dos principais gargalos para a venda de veículos elétricos no Brasil. Por isso, uma pesquisa a ser feita no centro tecnológico visa contribuir para a solução dessa deficiência: o sistema de armazenamento de energia.

Segundo Pedrosa, esse projeto permitirá a criação de uma ideia muito interessante, com vistas ao provável aumento da frota de carros elétricos no Brasil: a possibilidade de cinco veículos fazerem, ao mesmo tempo, a recarga rápida de bateria em 10 ou 15 minutos. “Um contêiner de baterias permitirá o reabastecimento dos carros sem que haja um colapso no sistema”, afirma.

Estrutura encaminhada

Mesmo assim, ele acredita que as possibilidades encontradas com o etanol não devem ser desprezadas pela indústria brasileira. “Os modelos com motorização híbrida também são uma boa alternativa para a mobilidade elétrica. Devemos nos empenhar de todas as formas para reduzir a pegada de carbono”, defende.

O centro tecnológico deverá iniciar suas atividades em 2023 e, ao longo de cinco anos, absorverá o investimento de R$ 6,25 milhões. Depois desse período, a ideia é que ele seja autossustentável, vivendo com a geração de recursos próprios. “A vantagem é que o Itemm já possui uma estrutura quase toda pronta. Por isso, o novo centro não exigirá, por exemplo, obras de construção civil”, revela Pedrosa.

Não foi surpresa o Grupo Moura entrar como parceiro, com a intenção de desembolsar R$ 1,25 milhão. A companhia, líder no segmento de baterias e sistemas de acumulação de energia na América do Sul, é “filha da terra”.

Ela nasceu em Belo Jardim, em 1957, e é a principal incentivadora do Itemm. “Cerca de 30% de seu faturamento é revertido em projetos de tecnologia”, explica Pedrosa. “Nada mais natural, portanto, que a Moura participe de uma ação tão importante.”

R$ 6,25 milhões é o valor a ser investido no novo centro de tecnologia

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