A Índia é o maior mercado de duas rodas do mundo. Mais de 15 milhões de unidades vendidas por ano. O país também tem se tornado um polo de inovação em veículos elétricos. Entre eles, destaque para a startup Ather Energy que comercializa apenas scooter elétricas e, recentemente, apresentou o Redux. Um conceito que mistura a agilidade de scooter com a dinâmica de moto.
Revelado em um evento da própria Ather, em Bangalore, na Índia, no final de agosto, o Redux quebra paradigmas. Traz chassi de alumínio fundido, assento em malha 3D impressa e carenagens em AmplyTex, um composto experimental.
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O visual “inside-out” deixa partes expostas para reforçar a conexão máquina–piloto. É leve, cenográfico e funcional. Uma vitrine de engenharia ainda longe de se tornar realidade, mas que expõe o futuro da mobilidade elétrica em duas rodas.
Entretanto, o grande diferencial do Redux está na sua transformação em movimento. A ergonomia e a suspensão mudam dinamicamente conforme a posição e o ritmo de pilotagem.
A ideia é alternar entre a postura ereta, típica das scooters, para uma posição esportiva, próxima de uma moto esportiva. Semiguidões e pedaleiras móveis ajudam na troca de geometria sem perder controle.
Vale destacar ainda o painel com a interface Morph-UI, que também muda conforme estilo e postura de condução. Priorizando as informações que importam em cada momento da pilotagem.
O acelerador tem sensores de pressão e dão uma resposta tátil, deixando a pilotagem mais imersiva. Há ainda o modo “Take Off”, uma espécie de launch control que ajusta a entrega de potência nas arrancadas.
Não há números de potência, bateria ou autonomia. E isso é intencional. O Redux não está planejado para produção. É um laboratório de ideias mecânicas e digitais, de acordo com a Ather.
Contudo, a startup indiana admite que as interfaces adaptativas e os modos selecionáveis, por dependerem de software, podem chegar antes a scooters acessíveis. Enquanto o hardware, ou seja, os dispositivos que mudam a posição de pilotagem devem levar mais tempo.
O Redux mostra que as scooters elétricas não são apenas meios de transporte práticos, limpos e econômicos. Mas podem também ser emocionantes e interativos. E o fato de surgir na Índia, um dos mercados mais sensíveis a preço, indica busca por acessibilidade quando (e se) o conceito virar realidade.