Empresas fazem parceria para desenvolver tecnologia de drones para delivery no Brasil

Speedbird Aero, uma das parceiras do acordo, fez entregas com drones no PMU, evento realizado em 2022 na capital. Foto: Divulgação Speedbird Aero

16/05/2023 - Tempo de leitura: 3 minutos, 5 segundos

A viabilização do serviço de delivery por drones, algo que já acontece em projetos pilotos em diversas regiões do País, avançou neste último mês.

A Thales, líder global em alta tecnologia, e a Speedbird Aero, plataforma de logística de drones, firmaram acordo para criação de um sistema de gerenciamento de tráfego para esses veículos que serão usados, dentro de alguns anos, para entregas por aplicativos.

O trabalho conjunto envolverá equipes de engenharia da Thales no Brasil, Estados Unidos e França para desenvolver as chamadas operações Beyond Visual Line-of-Sight (BVLOS).

“São voos nos quais o piloto não consegue manter o drone dentro de seu alcance visual, ou seja, ele precisa operar com auxílio de outros equipamentos como câmeras embarcadas ou GPS”, diz Luciano Macaferri, diretor-geral da Thales no Brasil.

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Situações

Alguns exemplos são entregas que saem de uma região de uma cidade e voam até outra região, saem de um centro de distribuição para outro local ou mesmo voos entre cidades.

Os materiais transportados podem ser de diversos tipos, desde que estejam dentro dos limites de carga dos drones e aprovados pelas autoridades reguladoras.

“Podem ser alimentos embalados, materiais de uso geral, embalagens com doações de sangue e até transporte de órgãos”, diz Macaferri.

A Speedbird Aero possui drones com alcances que vão de 3 km a 40 km de raio, com capacidade de carga de até 6 kg.

Ou seja, diversos materiaia podem ser transoportador sem o contato visual do piloto com o veículo voador remotamente pilotado.

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Drones entregando em casa

Nos próximos três anos, as duas empresas continuarão focadas em estudos de viabilidade econômica de tecnologias, infraestruturas e modelos de negócios para projetos-piloto.

Inicialmente, as cidades comtempladas serão Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, com possibilidade de expansão conforme o curso dos projetos.

De acordo com o executivo, é difícil precisar um intervalo de tempo para que drones possam entregar em escala. “Esssa resposta depende de variáveis tecnológicas, comerciais e regulatórias e todas elas têm avançado bem”, explica.

Do ponto de vista técnico, segundo ele já temos soluções robustas em estágios avançados de desenvolvimento e certificação e controle dos drones em operação, as chamadas UTM (Unmanned Aircraft System Traffic Management).

“A tecnologia 5G também agregará muito nessa indústria, assim como cyber segurança. Os aspectos regulatórios também estão sendo tratados pelas entidades competentes e observamos avanços expressivos nos últimos tempos”, completa Macaferri.

Oportunidades

Para o executivo, comercialmente não há dúvida de que a demanda existe e a capacidade de escala é enorme para essa inovação nesse serviço.

Nós enxergamos inúmeras oportunidades de negócios no mercado de drones brasileiro, que já tem um importante arcabouço de regulação

Entretanto, algumas questões precisam evoluir, como a construção de um espaço aéreo mais seguro e com gestão integrada voltada para aeronaves não tripuladas.

“Isso é fundamental para que possamos responder rapidamente e de forma certeira a casos de ameaça e, principalmente, sem riscos para a aviação civil.

“Estamos pavimentando o caminho para, no próximos anos – estimo que de 3 a 5 anos – tenhamos muitos drones voando sobre nós de forma segura e sustentável”, finaliza.

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