Mobilidade como ferramenta de acesso | Mobilidade Estadão | Ranking Connected Smart Cities

Buscando sugestões para:


Mobilidade como ferramenta de acesso

Por: Daniela Saragiotto . 21/09/2022

Publicidade

Conteúdo patrocinado por
Inovação

Mobilidade como ferramenta de acesso

Eixo tem relação direta com qualidade de vida da população

3 minutos, 28 segundos de leitura

21/09/2022

Por: Daniela Saragiotto

Calçada compartilhada com pedestres e ciclistas revitalizada em Joinville (SC) Foto: Rogério Silva, Prefeitura de Joinville

Como todo sistema complexo, a mobilidade de uma cidade diz respeito a uma série de fatores combinados: oferta de modais do transporte público coletivo, elementos de infraestrutura como ciclovias e aeroportos, número de acidentes no trânsito, tecnologias como semáforos inteligentes e bilhete único, entre outros. Todos eles, que também são os indicadores avaliados pelo Ranking Connected Smart Cities (veja abaixo), estudo que compara o nível de desenvolvimento de municípios em cidades inteligentes, têm como objetivo proporcionar acesso e qualidade de vida à população.

Um dos propósitos da plataforma Connected Smart Cities é promover a troca de conhecimento entre os municípios brasileiros sobre o tema. A cidade de Joinville, em Santa Catarina, ficou com a oitava posição, no eixo Mobilidade, no ranking de 2021. Marcel Virmond Vieira, secretário de Pesquisa e Planejamento Urbano da prefeitura de Joinville (SC), explica que um dos destaques do município é o uso da tecnologia da informação e das telecomunicações como ferramenta de planejamento urbano. “Nós firmamos parcerias com operadoras de celular para fazer pesquisas importantes como a Origens e Destinos, por exemplo, o que ampliou muito seu alcance e trouxe assertividade à medida”, diz Vieira.

Veja também: Educação como base para cidades inteligentes

Foco na mobilidade ativa

A exemplo de diversas outras localidades, em Joinville a mobilidade ativa tem recebido atenção, por meio do incentivo ao uso da bicicleta e a requalificação do calçamento. “Temos planos para, em cinco anos, aumentar em 87 quilômetros nossa rede cicloviária, que já é a maior per capta do Brasil, alcançando, com esse incremento, mais de 300 quilômetros de extensão”, diz.

Vieira explica que, em relação às calçadas, essa importante infraestrutura urbana faz parte de um plano maior, de humanização, que tem sido implementado. “Selecionamos inicialmente 23 trechos de vias, em 16 bairros, totalizando 21 quilômetros de requalificação urbana. Nossa intenção é fazer algumas dessas intervenções, todos os anos, cobrindo a cidade inteira”, explica o secretário.

Para Haydee Svab, secretária da Comissão de Estudos Especiais de Cidades e Comunidades Sustentáveis (CEE-268), da ABNT, é importantíssimo o papel dos indicadores do ranking e suas avaliações dos municípios para os gestores públicos.

“Eles são balizadores que devemos perseguir, mas é necessário avaliar com ponderação, especialmente quando comparamos com outros países, e levar em conta características de cada localidade”, explica Svab. E faz um alerta: “Hoje, existe uma carência de dados sobre mobilidade a pé, e isso é muito preocupante. Sabemos da importância desse modal, que é muito utilizado por toda população, ainda mais na primeira e na última milha.”

Experiência, na prática

Vieira comenta que, em 2009, pela primeira vez, os deslocamentos a pé foram incluídos na pesquisa Origens e Destinos. “Isso foi muito importante porque descobrimos que, em bairros de menor poder aquisitivo, esse modal representava mais da metade do total de viagens. E isso nos ajudou na formulação de políticas públicas para o calçamento nessas regiões”, conta.

Mesmo assim, explica Vieira, quando há consultas públicas sobre priorização de investimentos na cidade, as pessoas sempre escolhem as vias, em detrimento das calçadas. “É um aspecto muito preocupante essa cultura do automóvel e um desafio para a humanização dos municípios”, avalia.

Os caminhos para uma mudança de rota nesse sentido passam pela formação de cidadãos mais conscientes da importância da convivência no tráfego. “O maior desafio que vejo não é o da infraestrutura, mas de comportamento. Fomos educados tendo que tomar cuidado com os veículos, e, quando nos tornamos motoristas, não respeitamos mais pedestres nem ciclistas. Precisamos passar pelo processo civilizatório de vivenciar todos os modais para, por fim, respeitá-los”, diz.

Conheça os 11 indicadores da mobilidade

  • Proporção de automóveis por habitante
  • Proporção de ônibus por habitante
  • Idade média da frota
  • Quilometragem de modais coletivos de massa
  • Ciclovias
  • Aeroporto
  • Transporte rodoviário
  • Veículos de baixa emissão
  • Bilhete eletrônico no transporte público
  • Semáforos inteligentes
  • Mortes em acidentes de trânsito

De 1 a 5, quanto esse artigo foi útil para você?

Quer uma navegação personalizada?

Cadastre-se aqui

0 Comentários


Faça o login