Motos diminuem trânsito e emissão de poluentes nas cidades
Além de contribuir para a melhora da mobilidade urbana, motos reduzem as emissões de CO2 na atmosfera
Enfrentar filas de trânsito todos os dias para ir ao trabalho é rotina para o brasileiro que vive nas grandes cidades. A capital paulista, maior vítima dessa mazela urbana, registra média de 66 km e 86 km de congestionamento nos horários de pico de manhã e à tarde, respectivamente, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
Não é difícil concluir que o veículo que mais contribui para essa situação atualmente é o carro. De acordo com o Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), os automóveis ocupam 88% do espaço das vias de uma cidade como São Paulo.
Se cruzarmos esse dado com a taxa de ocupação de 1,4 passageiro por carro (segundo pesquisa da CET sobre o tema), identificamos um potencial imenso nas motocicletas como alternativa para melhorar a mobilidade urbana das cidades.
As motos de baixa cilindrada (incluindo scooters) correspondem a 90% do mercado de motocicletas do Brasil, conforme dados de vendas acumuladas de 2018 da Fenabrave (associação das concessionárias) e são justamente elas que podem servir como válvulas de escape para o trânsito.
Um carro hatch ocupa até três vezes mais espaço nas ruas do que uma moto do tipo “City”, levando um ou dois passageiros com muito mais eficiência do que um automóvel de 1 tonelada.
Além da vantagem de ocupar menos espaço, as motos contribuem para melhorar um índice que vem caindo em São Paulo: o da velocidade média no trânsito. As medições da CET do ano passado apontaram que este quesito caiu 5%, chegando a 8,2 km/h em algumas vias do município.
Como as motos são permitidas por lei para circularem entre os carros dentro das cidades, a velocidade em duas rodas é maior. Logo, o tempo de deslocamento entre casa e trabalho pode ser reduzido pela metade em alguns casos. Considerando que o paulistano demora, em média, 1h57 neste trajeto, economizar uma hora todos os dias não parece má ideia.
Outro dado importante, que colabora com a mobilidade nas cidades, é que as motos ocupam menos de 1/5 da área que um carro ocupa para estacionar.
Menos poluição nas ruas
Outro dado importante do Iema revela que os carros são responsáveis por emitir 72,6% dos gases do efeito estufa, ainda que transportem apenas 30% dos passageiros na capital paulista. Em comparação com as motos, na faixa de horário de pico das 17 às 18 horas, os automóveis chegam a despejar na atmosfera 96,2% de todo material particulado gerado no trânsito (ou 187 kg), enquanto as motos emitem 3,8% (ou 7,4 kg), segundo o Inventário de Emissões Atmosféricas do Transporte Rodoviário de Passageiros no Município de São Paulo.
Os índices fazem sentido, levando-se em conta que um carro hatch popular pode rodar cerca de 9 km/l abastecido com etanol na cidade, enquanto uma moto City de 125 cc rende mais de 30 km/l com o mesmo combustível.
Ou seja, se não bastasse aproveitar melhor a área urbana, ocupando menor espaço para levar até dois passageiros em um tempo inferior, as motos ainda prejudicam menos o meio ambiente nas metrópoles, benefício valioso onde as pessoas já sofrem diariamente com a poluição.
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