Para o avanço e a otimização do transporte coletivo, consideram-se diferentes pilares de atuação. Dentre eles, a elaboração de modelos de contrato de concessão sob foco da inovação para auxiliar o processo de planejamento e gestão da mobilidade urbana.
Para Cristina Albuquerque, gerente de mobilidade urbana do WRI Brasil, esse aspecto vem se retratando de forma segmentada. “Temos visto cada vez mais essa necessidade de inovação nos contratos de concessão para acelerarmos o processo de melhoria e qualificação dos sistemas, bem como permitir maior flexibilidade e respostas mais rápidas às dinâmicas de deslocamento. Um dos modelos que têm aparecido bastante é a separação do contrato de provisão de frota do de operação, permitindo que tenhamos maior especialização de atribuições e responsabilidades em cada contrato”, destaca ela.
A reformulação dos contratos é uma oportunidade para incluir diretrizes de inovação que estimulem a descarbonização do transporte coletivo. O setor pode ser parte importante da transição energética nas cidades e contribuir significativamente para a redução de emissões de gases de efeito estufa, tornando as cidades mais inteligentes e sustentáveis.
“No médio prazo, a descarbonização também pode diminuir custos de operação e trazer novos atores para o sistema. Temos exemplos que ocorreram na América Latina. O Chile e a Colômbia conseguiram fazer uma transição para frotas elétricas”, acrescenta Cristina.
“Já no Brasil, temos algumas cidades que estão começando a focar em modelos e projetos que visam a descarbonização da frota. Um exemplo é São José dos Campos (SP), que está na tentativa de fazer a locação de 100% da frota de ônibus elétricos que irão se somar aos veículos elétricos já em operação na Linha Verde. Goiânia também vem investindo na eletrificação da frota de ônibus do Eixo Anhanguera. Ambas as cidades estão trabalhando ainda no processo de licitação”, comenta.
Outra medida que pode ser salutar e já é discutida em alguns municípios é a separação da concessão do sistema de bilhetagem. O objetivo é facilitar o pagamento e o acesso ao transporte coletivo, por meio de contratos que atraiam empresas com expertise na tecnologia. “Segregar diferentes componentes do sistema entre diversos atores pode conferir mais eficiência, qualidade, transparência, e permitir melhor aferição na prestação de serviços aos passageiros”, conclui.
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