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Shell eco-marathon testa carro movido a hidrogênio e veículos inovadores

Por: Fellipe Gualberto* . 29/08/2024
Inovação

Shell eco-marathon testa carro movido a hidrogênio e veículos inovadores

Duas equipes inscreveram automóveis do tipo, mas apenas uma pode competir

5 minutos, 1 segundo de leitura

29/08/2024

Por: Fellipe Gualberto*

Estudantes brasileiros testam tecnologia inovadora e planejam a tornar ainda mais eficiente. Foto: Fellipe Gualberto

A Shell eco-marathon, competição de eficiência energética organizada pela empresa, possui um carro movido a hidrogênio concorrendo em sua edição atual. O único veículo na categoria é de autoria dos estudantes da Unioeste, em Foz do Iguaçu (PR), pertencentes ao Grupo Cataratas de Eficiência Energética (GCEE).

A Shell eco-marathon é uma plataforma que incentiva universitários a desenvolverem inovação e se especializarem em eficiência energética, para isso, organiza uma corrida na qual os carros com menor consumo vencem.

Desde 2023 a edição brasileira do evento estimula jovens da América Latina a desenvolverem carros movidos a hidrogênio. No ano passado, apenas a equipe boliviana Capitán Victor Ustariz inscreveu um veículo do tipo, que não chegou a correr. Este ano os estudantes da Bolívia tentaram participar novamente, no entanto, não conseguiram passar nas inspeções de segurança.

Leia também: Shell Eco-Marathon promove eficiência energética e incentiva profissionais a serem mais conscientes

Carro a hidrogênio desenvolvido no Brasil

O carro deve parecer com um veículo de rua nessa categoria. Foto: Fellipe Gualberto

O veículo da GCEE está na categoria conceito urbano da competição, o que significa que o modelo precisa estar equipado com quatro rodas, para-brisas, retrovisor e outros itens comuns em automóveis comerciais. É a primeira vez que a equipe participa com um veículo a hidrogênio. Por isso, os estudantes ainda não possuem uma estimativa de rendimento.

O carro inscrito na Shell Eco-marathon conta com uma célula de hidrogênio movida a energia solar que expele apenas água como excremento. A tecnologia foi desenvolvida com “incentivo do Parque Tecnológico Itaipu, nosso patrocinador e também o local em que fica a nossa universidade, em Foz do Iguaçu”, explica Augusto Tomasi, engenheiro mecânico da equipe.

Além de um motor inovador, o carro tem outras características que garantem vantagem na competição. “O casco é inteiramente de fibra de carbono e o chassi de alumínio, esses materiais foram escolhidos para alívio de peso”, detalha o estudante. A estrutura ultra leve ajuda a economizar combustível.

O objetivo dos alunos ao desenvolver esse automóvel foi testar os conhecimentos de forma prática, aprender mais sobre motores movidos a hidrogênio e divulgar esse modelo de veículo no País. “Acredito que esse pode ser o combustível do futuro, pois diferente das baterias elétricas, que demoram para carregar e agregam muito peso ao veículo, o hidrogênio pode ser recarregado rapidamente, assim como a gasolina, e não tem peso a mais”, defende Tomasi.

Destaque do Brasil

Tricapeã, a milhagem tenta defender o treta. Foto: Fellipe Gualberto

A equipe Milhagem, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é tricampeã na categoria de carros protótipos com porpursão por energia elétrica na Shell Eco-marathon. O veículo com casca de fibra de carbono fez 367 km por kW em 2023. Neste ano o carro teve alterações, em detalhes que a equipe preferiu não revelar, e corre novamente com a expectativa de ser ainda mais eficiente.

“Solda eletrônica e mecânica, o casco, a concepção… Tudo é nosso, mas obviamente contamos com apoio de professores e orientadores da universidade”, explica Josiane Miranda, responsável pela parte elétrica do automóvel.

Os estudantes da equipe contam que diversos fatores garantam que o automóvel seja campeão por três anos consecutivos. “O carro tem a forma de uma gota d’água, que é um dos formatos mais aerodinâmicos”, explica Josiane. Além disso, “ele é muito leve, mais leve que o próprio piloto. Estratégias de quando acelerar ou não também ajudam a economizar combustível”, detalha Guilherme Boaventura, outro integrante.

“Ano passado desenvolvemos uma placa eletrônica para o nosso protótipo que ganhou o prêmio Off- track de inovação da Shell”, conta Boaventura. De acordo com o estudante, essa tecnologia uniu as funções que eram de diferentes placas e, com isso, trouxe mais eficiência. “Acionamento de motor e distribuição de energia do carro foram concentradas”, ele explica.

Inovação desde cedo

O veículo foi desenvolvido por estudantes do ensino médio. Foto: Fellipe Gualberto

Mas a vitória ainda não é certa para a Milhagem. A Eifchar, equipe composta em sua maioria por alunos do ensino médio do Instituto Federal Sul rio-grandense, Campus Charqueadas, ficou em segundo lugar em 2023 com 364 km por kW. Esse ano a equipe inscreve um novo carro e espera ser campeã, com a expectativa de alcançar até 487 km por kW.

“A carenagem do carro é de PETG, material parecido com plástico, e o assoalho é chapas de alumínio”, conta a integrante Laisa Marins.

Além de buscar por estruturas leves para desenvolver o veículo, no carro o piloto também precisa dirigir deitado. “Quanto mais alto for o carro, pior para a aerodinâmica”, explica o piloto Pedro Teixeira.

Competidores da América Latina

O objetivo dos integrantes é melhorar o carro a cada ano. Foto: Fellipe Gualberto

A Borregos Racing tem integrantes do Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de Monterrey do campus de Aguascalientes, no México. A equipe viajou quase 8 mil km para competir na Shell Eco-marathon do Brasil pela terceira vez e inscreveu o seu protótipo feito de fibra de vidro e movido a bateria elétrica.

O carro recebe atualizações todos anos anos, com objetivo de melhorar a performance. “Mudamos principalmente o motor, a bateria e a casca”, conta o engenheiro Roberto Cassillas.

De acordo com ele, em busca de eficiência, “esse ano mudamos o casco, para ser mais aerodinâmico e leve, e o pneu, que agora é maior e com mais rotação”. Ano passado o veículo fez 296 km por kW, em 2024 a equipe espera alcançar mais de 300 km por kW.

* O jornalista viajou ao Rio de Janeiro a convite da Shell

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