União Europeia certifica primeiro motor elétrico para aeronaves

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União Europeia certifica primeiro motor elétrico para aeronaves

Por: Isabel Lima . Há 5 dias

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Inovação

União Europeia certifica primeiro motor elétrico para aeronaves

Com o documento, empresa pode começar a explorar comercialmente; novidade amplia horizonte para uma aviação mais sustentável

3 minutos, 22 segundos de leitura

13/02/2025

primeiro motor elétrico de aeronave a receber certificação da EASA
Empresa anuncia montagem de fábricas para produção em massa dos motores elétricos. Foto: Safran/Anthony Guerra

O primeiro motor elétrico a receber uma certificação de tipo pela Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) é da empresa Safran Electrical & Power. O certificado emitido para a série ENGINeUS cria uma condição especial, a SC E-19, para sistemas de propulsão elétricos e híbridos. 

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Conforme a agência, esse momento marca o fim de uma jornada de oito anos dos processos de certificação e promete revolucionar o mercado. “A certificação do ENGINeUS escreve as primeiras linhas de uma nova história de propulsão na aviação”, avaliou a EASA. 

O próximo passo da empresa é a ampliação da faixa da potência, de 89 KW para 180 KW, para permitir o uso do motor elétrico em aeronaves de até 19 assentos. Isso porque o motor certificado pela EASA, modelo B1, pode ser instalado em um veículo de dois assentos. 

Motor elétrico para aeronaves

Embora seja um momento divisor de águas na aviação, a EASA já havia autorizado voo de uma aeronave com motor elétrico em junho de 2020. O Pipistrel Velis Electro foi o primeiro a receber certificado de tipo concedido a uma aeronave totalmente elétrica e seu motor. 

Entretanto, conforme Shailon Ian, engenheiro aeronáutico e CEO da Vinci Aeronáutica, é necessário outro tipo de certificação para que o motor vire um produto aeronáutico e não uma aeronave experimental. 

“Existe essa aviação, que é o Light LSA, Light Sports Aircraft (aeronave esportiva leve), esse cara não passa por um processo de certificação, ele recebe uma autorização de voo”, explica Ian. Ou seja, as autorizações emitidas anteriormente não tinham o peso e importância do produto da Safran, pois se tratavam de aeronaves esportivas.

 “A diferença é a quantidade de teste que teve que ter sido feita”, ressalta o engenheiro, “o grau, o rigor exigido para que aquele motor recebesse o certificado de tipo.”

Conforme Ian, esta foi a primeira etapa do projeto, já que todo o avião precisa de certificação. O motor foi a primeira parte, que recebeu um certificado da classe 1. Além disso, outras certificações de classe 2 e 3 precisam ocorrer, de componentes menos importantes do avião, como parafusos e rádio. “Um processo de certificação de um produto aeronáutico custa dezenas de milhões de dólares”, justifica o engenheiro. 

Primeiro motor elétrico certificado

Segundo a Safran, o motor elétrico obteve a certificação após 1.500 horas de testes e mais de 100 horas de voo. “Ele pode ser facilmente integrado a todas as arquiteturas de propulsão, graças à sua compacidade, leveza e seu sistema de resfriamento a ar”, informou a empresa. Além disso, o motor tem potência máxima de 125 kW, com uma relação peso-potência de 5 kW/kg.

A Safran ainda informa que se prepara para lançar quatro linhas de produção semi automatizadas em 2026. Essas fábricas devem ficar na França e no Reino Unido, com uma capacidade de produzir mil motores elétricos por ano, com capacidade de ampliar a produção.

Criação de nova certificação

De acordo com a EASA, o órgão não tinha uma classificação que contemplava o novo motor elétrico da Safran. Para conseguir emitir o certificado com segurança, a agência desenvolveu uma nova Condição Especial (SC).

“O objetivo era permitir a inovação claramente necessária para a sustentabilidade, ao mesmo tempo em que assegurava o mesmo histórico de segurança dos motores térmicos de hoje”, explica a EASA.  

Enfim, a publicação do SC E-19 ocorreu em abril de 2021. Conforme a EASA, a implementação da certificação virou padrão para aeronaves de decolagem e aterrissagem vertical elétrica (eVTOL).

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