Mortes de motociclistas passam de 10% do total nos anos 2000 para mais de 40% em 2024, diz estudo
Números mostram também que o trânsito brasileiro mata oito vezes mais que o da Suécia
Dados divulgados recentemente pelo Ministério da Saúde mostram que, em 2024, o Brasil registrou o quinto ano consecutivo de aumento nas mortes no trânsito. Desde 2019, quando foram contabilizadas 31.945 vítimas fatais, o País vem apresentando crescimentos sucessivos nos óbitos, principalmente de motociclistas. O estudo, feito com bases nos dados ainda preliminares do Ministério da Saúde, foi organizado por Dante Rosado, coordenador do programa de segurança viária da Vital Strategies no Brasil, organização global que atua no segmento de saúde pública.
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Crescimento das mortes de motociclistas
De acordo com a pesquisa, em 2024, os motociclistas representaram 41,2% de todas as mortes no trânsito. Ou seja: em cada 10 óbitos, 4 são de ocupantes de motocicletas. “No ano anterior, contudo, eram 38,8%, e no início dos anos 2000, esse grupo representava 10% do total de óbitos”, explica Rosado.
Os números mostram a evolução da participação dos ocupantes de motocicletas entre as vítimas fatais do trânsito brasileiro. Esses usuários são seguidos pelos ocupantes de automóveis, que representam 20,9% das mortes, e pelos pedestres, com 15,1%.
Mas o grupo com maior alta no número de vítimas, contudo, foi o de ocupantes de motocicletas, cuja
mortalidade subiu 10,9% em um ano.
Em números absolutos, foram cerca de 1.500 mortes a mais em um ano, passando de 13.521 em 2023 para 14.994 em 2024, o maior valor já registrado na série histórica. De acordo com o estudo, o total ainda pode aumentar, já que os dados de 2024 são preliminares.
Mortes no trânsito no geral: cinco anos seguidos de alta
O total de mortes no trânsito em 2024 foi de 36.403 pessoas, um aumento de 4,4% em relação a 2023, quando houve 34.881 óbitos.
Em relação a 2020, quando o País teve 32.716 mortes, houve um crescimento de 11,3%. Já com base em 2010, apesar dos crescimentos recentes nas mortes, ainda se registra uma redução de 15% para o período.
Numa análise geral, os óbitos no trânsito tiveram uma tendência de queda até 2019, passando a subir a partir de 2020 (veja no gráfico).

Assim, as 36.403 mortes registradas em 2024 representam uma taxa de mortalidade de 17,1 mortes para
cada grupo de 100 mil habitantes.
“Para efeito comparativo, a Suécia, referência global em segurança no trânsito, tem uma taxa em torno de 2 mortes para cada 100 mil habitantes, segundo a OMS. Isto significa que, proporcionalmente, o trânsito brasileiro mata 8 vezes mais que o sueco”, afirma Dante Rosado.
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