A preocupação com a segurança ajudou a disseminar a blindagem automotiva. Apesar de oferecerem uma proteção extra para motoristas e passageiros, carrocerias cada vez mais reforçadas são caras e devem estar de acordo com alguns quesitos do projeto original do veículo, como ocupação máxima, bagagens e esforços do motor.
Um dos maiores cuidados na hora de blindar o automóvel é escolher uma empresa especializada, confiável e devidamente habilitada a fazer o trabalho. Também é necessário ter em mente os pontos a seguir:
“O veículo recebe níveis de manta balística, que podem comprometer a estrutura da carroceria, o desempenho do motor e a vida útil da suspensão”, afirma Cléber Willian Gomes, professor de engenharia automotiva da FEI. “O carro ganha em torno de 200 quilos e, por isso, a blindagem deve considerar os limites dos sistemas e a estabilidade do veículo.”
Além disso, a blindagem pode colocar componentes e vedações em risco. “Os modelos atuais possuem uma rede de comunicação que interliga todos os sistemas eletrônicos”, explica Gomes. “Se estiverem mal conectados, o veículo não vai funcionar direito.”
Dependendo da empresa que executa a blindagem, outros pontos são analisados, como a compatibilidade de materiais durante a lavagem, condições de condução segura e permissão junto ao Exército, que controla essa atividade.
Segundo a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), há cerca de 240 mil automóveis de passeio blindados rodando no País, 70% deles em São Paulo.
A portaria 55 do Comando Logístico (Colog) do Exército permite seis níveis de blindagem, mas só quatro são autorizados para uso civil:
Para contratar a blindagem do seu carro, o proprietário deve providenciar os seguintes documentos:
Para pessoa jurídica:
Além dos documentos, é necessário pagar uma taxa para o Exército, elaborar uma Declaração de Idoneidade para assinatura do contrato e solicitar o atestado de antecedentes criminais.
Depois de iniciada a blindagem, o cliente deve solicitar o Certificado de Registro junto ao Exército. E quando o automóvel estiver pronto, a empresa blindadora fornece o Termo de Responsabilidade, que descreve os materiais usados, o nível de resistência da proteção e a validade da proteção balística.
A manutenção do carro blindado requer cuidados especiais. A começar pelas revisões dos processos de proteção balística, que variam conforme a blindadora. Pode ser anual, a cada quatro meses ou em intervalos de 15 mil quilômetros.
“Lembre-se: mais pesado, o carro fica com a dinâmica alterada, consome mais combustível e seu comportamento dinâmico muda”, completa Gomes.