“As contagens demonstram que existe uma demanda real para estruturas como esta, adequadas e seguras. Os números são expressivos, principalmente se considerarmos que a ciclopassarela ainda é muito recente e há um potencial grande de usuários que ainda vão descobrir aquela alternativa para o trajeto diário”, declara Falzoni.

No dia 30 de janeiro deste ano a ciclopassarela foi inaugurada. Ela conecta os bairros de Pinheiros e Butantã, na zona oeste de São Paulo, passando sobre o Rio Pinheiros.

Ela é uma alternativa segura às travessias que antes eram feitas por ciclistas e pedestres pela Ponte Eusébio Matoso. A ciclopassarela tem conexão, ainda, com a ciclovia existente ao longo do Rio Pinheiros.

Ciclopassarela Erika Sallum em dados

Da mesma forma que foi feita a contagem na ciclopassarela, os responsáveis pela pesquisa também registraram, dois dias depois (27/02), o tráfego na Ponte Eusébio Matoso.

Dessa forma, o objetivo foi avaliar se tem ocorrido uma migração de ciclistas e pedestres para a nova estrutura.

Enquanto 974 ciclistas passaram pela ciclopassarela na data da contagem, na Ponte Eusébio Matoso foram 386 pessoas conduzindo bicicicleta.

Em relação aos pedestres, foram 298 na ciclopassarela, e 752 na ponte.

Para Falzoni, os números são importantes para comprovar a importância de políticas públicas que incentivem o uso da bicicleta. Além de estimular a construção e manutenção de passarelas, ciclovias e ciclofaixas em toda a cidade.

“Nosso objetivo é demonstrar com dados e embasamento técnico que este tipo de estrutura atende a todos os públicos. E que, quando há infraestrutura, a demanda aparece”, afirma a vereadora.

Uso da ciclopassarela por mulheres

As mulheres têm usado a ciclopassarela e isso, de acordo com Falzoni, é muito positivo. “O percentual de ciclistas mulheres que usaram a ciclopassarela naquele dia foi de 13%. Isso representa quase o dobro da média na cidade, que é de 7%, segundo dados da CET“, afirma.

Para a vereadora, que também é cicloativista, estruturas seguras atraem as mulheres para o ciclismo, tanto para a mobilidade urbana como para o esporte em geral.

“Vale lembrar, contudo, que a sensação de insegurança é o principal aspecto que reduz a adesão das pessoas à bike como meio de transporte, segundo a pesquisa Perfil do Ciclista”, afirma.

A ONG Transporte Ativo foi responsável pela 4ª edição da pesquisa Perfil do Ciclista. Feita em 2024, contudo, ela teve seus resultados divulgados recentemente.

Dessa forma, ela revelou que, em São Paulo, 52,5% dos entrevistados declararam que ter mais estruturas cicloviárias seria fator determinante para pedalar com mais frequência.

Saiba mais: Infraestrutura adequada é principal estímulo para 54% dos ciclistas, aponta Perfil do Ciclista 2024