Dois ciclistas do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), acompanhados de um ciclista especialista em navegação, iniciaram uma expedição científica de bicicleta. A viagem de bike vai percorrer 400 quilômetros nas trilhas do Cerrado para falar sobre a prevenção de incêndios e a necessidade de conservação do bioma. A previsão é chegar no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO) em 5 de outubro.
O cientista e cofundador do Ipam, Paulo Moutinho, 59, e o coordenador de Inovação Tecnológica no Instituto, Valderli Jorge Piontekowski, 41, estiveram na edição de 2019 do projeto TransCerrado, que percorreu 700 quilômetros. O especialista em navegação marítima, Márcio Bittencourt, 52, se juntou à dupla nesta edição de 2021.
“Uma das melhores maneiras da gente preservar e conhecer o Cerrado é estando na estrada, a bordo de uma bicicleta, pois assim você interage com as pessoas que vivem nesse bioma. São elas que podem ajudar a promover o desenvolvimento sustentável da região”, diz Paulo Moutinho.
O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil e está presente em 12 estados brasileiros mais o Distrito Federal: Bahia, Goiás, Minas Gerais, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Piauí, Rondônia, São Paulo e Tocantins. São 198 milhões de hectares que ocupam 26% da área de vegetação nativa do país.
Estudos apontam que existem cerca de 10 mil espécies de plantas no Cerrado, das quais 44% são exclusivas do bioma. Contudo, segundo o MapBiomas, o Cerrado perdeu 26,5 milhões de hectares (o equivalente a 20%) de sua vegetação nativa desde 1985. Isso corresponde a uma área maior que o estado do Piauí. “A expectativa da expedição é reforçar a importância do Cerrado para os brasileiros e alertar, por meio da ciência, para se evitar as queimadas”, diz Motinho.
A experiência do três ciclistas no Cerrado será compartilhada no perfil do Instagram do Transcerrado.