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Plano Cicloviário de SP: para atingir meta, seriam necessários 300 km de infraestrutura por ano até 2028

Por: Daniela Saragiotto . Há 4h

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Meios de Transporte

Plano Cicloviário de SP: para atingir meta, seriam necessários 300 km de infraestrutura por ano até 2028

Média anual de quilometragem é equivalente ao que foi entregue na última década, de acordo com especialista

3 minutos, 22 segundos de leitura

23/10/2025

Voluntários mediram aspectos técnicos das ciclovias de SP. Foto: Divulgação/ REnata Falzoni
Voluntários que participam da Auditoria Cidadã avaliam aspectos técnicos das ciclovias de SP. Foto: Divulgação/ Renata Falzoni

O Plano Cicloviário de São Paulo, documento que estabelece as diretrizes para ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas na capital paulista, tem como meta a implantação de 1.800 km de infraestrutura dedicada à circulação de bicicletas até 2028. E, assim como ocorreu na última gestão municipal, provavelmente a meta não será cumprida.

Leia também: Cresce uso da bicicleta como meio de transporte no Estado de São Paulo, mas segurança não acompanha

De acordo com os dados da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET-SP), a cidade de São Paulo conta com 778 km de infraestrutura cicloviária. Assim, para antingir a meta do Plano Cicloviário de São Paulo seriam necessários mais 1.022 km dessas estruturas.

Plano Cicloviário de SP: balanço atual

De acordo com Thomas Wang, ciclista e assessor parlamentar que atua no gabinete da vereadora Renata Falzoni (PSB), na Câmara Municipal de São Paulo, menos de 4% da rede viária total do município – de cerca de 20 mil km – conta com algum tipo de infraestrutura adequada para quem quer pedalar.

Além disso, ele afirma que importantes vias, que estão contempladas no plano e são historicamente reivindicadas por ciclistas, permanecem sem ciclovias.

“As subprefeituras de Guaianases e Perus estão fora do mapa da política cicloviária, sendo que nenhum metro sequer foi implantado nesses territórios até hoje. Cidade Ademar, na zona sul, em que pese dispor de um pequeno trecho de menos de 1 km, também está praticamente fora do mapa”, diz Wang.

De acordo com ele, nos últimos anos o ritmo de implantação diminuiu consideravelmente. “Em 2016, a extensão de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas totalizava 500 km. Hoje, quase dez anos depois, a rede cresceu menos de 300 km, cerca de 30 km por ano”, diz.

Para Wang, é praticamente impossível que a meta de 1.800 km do plano cicloviário seja atingida até 2028. “Seria necessário implantar, em média, cerca de novos 300 km de infraestrutura cicloviária por ano. Esse número é superior ao que foi feito em praticamente uma década, ao longo das gestões de João Doria (PSDB), Bruno Covas (PSDB) e Ricardo Nunes (MDB)”, avalia Wang.

Infraestrutura cicloviária de SP: destaques deste ano

Embora o ritmo de construção de ciclovias esteja lento, alguns trechos importantes foram implantados ou estão em implantação neste ano. “É o caso da Avenida Maria Amália Lopes Azevedo, na zona norte, com quase 5 km de extensão”, conta.

Além disso, outras conexões essenciais para transpor barreiras também estão saindo do papel, de acordo com Wang. “O grande exemplo disso é a continuação da ciclovia da Radial Leste do Tatuapé em direção ao centro, como parte das obras do BRT Radial”, diz.

Por outro lado, é fundamental que esse trabalho tenha uma melhor cobertura pela cidade. “Ainda vemos subprefeituras inteiras fora do mapa da política cicloviária e outras, desconetadas da rede, sobretudo nas franjas do município, como é o caso de Parelheiros”, reforça.

Auditoria cidadã das ciclovias de SP

Segundo Wang, uma iniciativa encabeçada pela vereadora Renata Falzoni e que em sido feita de forma colaborativa tem potencial para identificar as melhorias necessárias para ciclovias e ciclofaixas da capital paulista.

Batizada de Auditoria Cidadã da Estrutura Cicloviária 2025, a proposta foi entregue formalmente à Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT) e à Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET-SP). “Ela permite o monitoramento do andamento da política de manutenção e a priorização dos trechos em piores condições”, explica.

De acordo com Wang, essa não é a primeira auditoria da estrutura cicloviária realizada em São Paulo: a Ciclocidade realizou outras duas versões anteriores. “E seus resultados permitem concluir que a manutenção das ciclovias e ciclofaixas estão sendo realizadas”, finaliza.

Leia também: Como estão as ciclovias de SP? Voluntários fazem vistoria nas regiões da cidade

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