Grávidas podem andar de bicicleta?

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Grávidas podem andar de bicicleta? Obstetra orienta sobre riscos da prática durante a gestação

Por: Isabel Lima . 10/02/2025

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Meios de Transporte

Grávidas podem andar de bicicleta? Obstetra orienta sobre riscos da prática durante a gestação

Obstetra alerta para os perigos de andar de bike e orienta sobre quando é recomendável interromper a prática

3 minutos, 9 segundos de leitura

10/02/2025

grávida em pé na frente da bicicleta.
Atividade não é proibida, mas grávidas devem se atentar aos riscos de andar de bicicleta durante certas situações da gravidez. Foto: Adobe Stock/Den

O período de gestação pode ser um dos mais incríveis na vida de uma pessoa, mas ele também implica em novos cuidados e algumas restrições. Quando o assunto é atividade física, grávidas costumam consultar médicos que avaliam cada corpo e tipo de gestação para orientar a melhor prática. Porém, há ocasiões em que a atividade física é mais do que um exercício, e sim um meio de transporte, como pedalar. Afinal, grávidas podem andar de bicicleta?

Leia também: 10 atitudes para ciclistas pedalarem com mais segurança

Em entrevista ao Mobilidade Estadão, a obstetra professora titular do departamento de obstetrícia da Escola Paulista de Medicina e diretora científica da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp), Rosiane Mattar orienta sobre os perigos e melhores formas de continuar pedalando durante a gravidez.

Grávidas podem andar de bicicleta?

“Não está entre os exercícios que são totalmente proibidos na gravidez”, pontua Rosiane. Entretanto, a obstetra explica que o exercício pode ser perigoso devido ao risco de queda.

De acordo com Rosiane, o risco é ainda maior quando a ciclista passa por caminhos irregulares, com muitas subidas, descidas e depressões. “A grávida tem um relaxamento das articulações, ela tem até um nível de atenção um pouco menor por causa das mudanças [no corpo]. Então, o risco de queda é maior”, alerta a diretora da Sogesp.

Conforme Rosiane, no caso de uma queda, a gestante tende a se machucar muito mais do que a própria criança dentro do útero. Entretanto, existe a chance de uma complicação maior caso o trauma seja direto sobre o abdômen. Neste caso, pode ocorrer um descolamento de placenta, evento que a médica afirma ser raro, mas que grávidas estão suscetíveis em traumas como uma queda de bicicleta.

Como reduzir os riscos?

Para a obstetra, os riscos variam conforme o local em que a grávida realiza a atividade. A recomendação, caso a gestante utilize o modal para se locomover, é interromper a pedalada por volta da semana 24 ou 26 da gestação.

“Na segunda metade da gravidez, o abdômen é mais proeminente, ela tem mais dor lombar e tem mais modificações da bacia. Até o próprio equilíbrio fica comprometido”, ressalta Rosiane. Ela reforça que não há uma recomendação oficial quanto a isso, mas que ela percebe na prática de obstetrícia diária.

“Depende muito da intensidade e do tempo que a pessoa faz o exercício, que é um exercício aeróbico”, diz a obstetra.

Além disso, Rosiane recomenda que ciclistas optem por utilizar aparelhos de pedalar parados, como as bicicletas de academia. Para a médica, o melhor modelo para grávidas é aquele em que a perna fica na horizontal.

Gestações que precisam de mais cuidado

Em algumas gestações o desconforto em pedalar é maior. “Por exemplo, a mulher tem muita queixa de um peso no baixo ventre, na vulva, quando a gravidez está mais avançada, se ela fica andando de bicicleta, vai se sentir mais desconfortável ali”, explica a médica. Nesses casos, as dores na lombar se intensificam, aumentando ainda mais o risco de quedas.

Porém, a médica reforça que não há proibição quanto a prática, mas sim orientação. Cada corpo reage de uma forma em cada gestação; por isso, é necessário calcular os riscos reais na hora de definir qual será a atividade física praticada.

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