Honda chega a 30 milhões de motos produzidas no Brasil; veja 10 modelos que fizeram história

Cerimônia comemorativa na fábrica da Moto Honda, em Manaus (AM), teve a presença do CEO Global da Honda Motor Co., Toshihiro Mibe. Fotos: Divulgação/Honda

Há 2 dias - Tempo de leitura: 8 minutos, 33 segundos

A Honda comemorou a marca de 30 milhões de motos produzidas no Brasil. Uma CG 160 Titan 2025, versão topo de linha do primeiro modelo produzido pela marca em 1976, representou a conquista. Para celebrar o feito, a empresa realizou um cerimônia na unidade fabril da empresa, em Manaus (AM), com a presença de Toshihiro Mibe, presidente e CEO da Honda Motor Co. Ltd., e de Arata Ichinose, Presidente da Moto Honda da Amazônia e Honda América do Sul.

“Alcançar a marca de 30 milhões de motocicletas produzidas no Brasil é motivo de muito orgulho para a operação brasileira. Celebramos a conexão da marca com os brasileiros ao longo dos mais de 50 anos em que estamos no país. Tudo isso é possível graças à dedicação dos nossos colaboradores, a parceria da rede de concessionárias e fornecedores e, claro, dos nossos clientes, que escolhem a Honda para fazer parte de suas vidas”, afirmou Ichinose.

A Moto Honda da Amazônia, localizada no Polo Industrial de Manaus (AM), produziu sua primeira moto, uma CG, então com 125cc, em 1976. Atualmente a Honda produz 18 modelos de motocicletas de 110cc a 1.000cc no País.

A fábrica da Moto Honda em Manaus (AM) é a mais verticalizada fábrica de motocicletas Honda em todo o mundo. O processo produtivo vai muito além da montagem de motocicletas, envolve o desenvolvimento de diversos componentes, como chassi, rodas, banco, motor entre outros.

Em 2023, a planta produziu 1.215.875 motos. Atualmente, 5.700 unidades saem das linhas de produção da Honda em Manaus por dia.

Lista: 10 motos que contam a história da Honda no Brasil

Para comemorar o feito, selecionamos 10 modelos produzidos em Manaus que contam a história da Honda no Brasil; confira.

Honda CG 125 (1976)

A Honda CG 125 marcou a abertura da fábrica de motocicletas Honda em Manaus (AM). Praticamente um “Fusca” em duas rodas, pois foi a primeira moto de muitos motociclistas, a CG “Bolinha” ganhou esse apelido em função de suas formas arredondadas.

CG 125 1976, primeira moto produzida pela Honda no Brasil

O modelo também tinha diversos cromados e um estilo que marcou época. A CG 125 foi fabricada com essa configuração até 1978. O modelo fez sucesso: vendeu mais de 46 mil unidades em apenas dois anos e virou sinônimo de economia e bom desempenho na época.

XL 250R (1982)

Primeiro modelo trail produzido pela Honda no País, a “Xiselona” fez história nas trilhas de todo o Brasil. A XL 250R chegou com uma inovadora suspensão traseira Prolink, na qual o monoamortecedor tinha links ao invés de ser fixado diretamente à balança. O garfo dianteiro, de longo curso, podia ser ajustado com ar comprimido, por meio de bicos de ar posicionados em cima das bengalas.

Com a escassez de modelos puramente off-road no mercado, já que as importações eram proibidas, a XL 250R foi a primeira moto de muito trilheiro. O modelo, inclusive, venceu a 1º edição do tradicional Enduro da Independência, realizado em trilhas mineiras.

CBX 750F (1986)

Apesar do sucesso da linha CB 400 na primeira metade dos anos de 1980, escolhemos a CBX 750F pois foi a primeira moto de quatro cilindros vendida pela Honda no Brasil. Em 1986, as primeiras unidades do modelo foram importadas pela Honda, com uma autorização especial do governo. A CBX 750F importada chegou às lojas custando mais do que um Chevrolet Opala Diplomata, um dos automóveis mais caros à época.

Três exemplares da CBX 750 dos anos 80, a lendária “sete-galo”, estão no museu da Honda. Foto: Arthur Caldeira

A CBX 750F 1986 tinha a cor preta, com grafismos em vermelho e cinza, e farol duplo. Equipada com rodas de liga-leve, trazia regulagem de suspensão e um para-brisa que se encaixava perfeitamente com o desenho do tanque. Os modelos de 1986 são, hoje, raridade, pois tiveram pouquíssimas unidades vendidas com a roda dianteira de 16 polegadas. A partir de 1987, a CBX 750F foi nacionalizada. Perdeu os ajustes na suspensão e ganhou roda aro 18 na frente. Entretanto, o ronco do seu motor de quatro cilindros em linha com 82 cv de potência máxima manteve-se encantador.

CBX 200 Strada (1993)

A Honda CBX 200 Strada era sonho de consumo de quem tinha uma 125 no começo dos anos de 1990. O modelo substituiu a CBX 150 Aero com linhas mais modernas e um motor maior e mais potente. O monocilíndrico de 196 cm³ produzia 19 cv de potência máxima. Detalhes como as rodas de liga leve, o painel com fundo branco e o disco de freio dianteiro chamavam muita atenção na época.

Para completar sua “esportividade” possuía defletores laterais acoplados ao tanque, escapamento esportivo e balança traseira de seção retangular. Equipada com partida elétrica, a Strada foi um sucesso de vendas, com 179.277 unidades produzidas entre 1993 e 2002.

Biz

A C 100 Biz foi outra aposta de sucesso da Honda. Projetada no Brasil, a Biz substituiu a C 100 Dream, modelo mundialmente famoso, com um tempero brasileiro. Os engenheiros da Honda criaram um design mais moderno e jovial para a CUB, mas a grande sacada foi trocar a roda traseira de 17 polegadas da Dream por uma menor, aro 14. Com isso, a Biz ganhou um útil porta-objetos sob o banco, uma das razões para seu sucesso entre as mulheres.

C 100 Biz 1998

A primeira Biz tinha motor de 100 cc, com apenas 7,5 cv de potência. Outro fator importante para o sucesso de vendas da Biz foi o câmbio semiautomático e rotativo, com quatro marchas, facilitando bastante a condução por não possuir o manete de embreagem. A Biz evoluiu ao longo dos anos. Para 2025, passou a ter apenas a opção de motor com 125 cc e já ultrapassou a barreira dos 4 milhões de unidades produzidas.

As 250 cc Twister e Tornado (2001)

No início dos anos 2000, a Honda trouxe para o Brasil um novo motor de 250 cc, com comando duplo no cabeçote (DOHC) e quatro válvulas que girava alto e tinha bom desempenho. O propulsor deu origem a dois modelos que foram enorme sucesso e deixam saudades até hoje: a naked CBX 250 Twister e a trail XR 250 Tornado. Tanta saudade que até voltaram às linhas de produção.

XR 250 Tornado 2001

Além do novo motor, os modelos tinham um design atraente e moderno que se destacava das concorrentes e, até mesmo, de outros modelos de baixa cilindrada vendidos pela Honda no Brasil até então.

A Twister foi o sonho de todo proprietário de uma CG 125 e a Tornado, o desejo dos trilheiros, que usavam e abusavam do modelo nas provas de enduro. Ambas ficaram em produção até 2009, quando entrou em vigor o Promot 3, que obrigou a Honda a aposentar o carburador e adotar injeção eletrônica de combustível nas sucessoras, CB 300R e XRE 300.

O nome Twister foi um sucesso tão grande que, em 2015, a Honda aposentou a CB 300R e criou a CB 250F Twister, com outro motor de 250 cc. Atualmente, a Twister, ou CB 300F, representa a evolução do modelo. Assim como a XR 300L Tornado fez renascer a moto trail raiz.

CB 600F Hornet (2004)

Apresentada em 2004, mas já como modelo 2005, a CB 600F Hornet tem uma legião de fãs até hoje – tanto que ainda é a moto usada mais procurada em diversos sites de classificados.

CB 600F Hornet 2007

O bom desempenho do motor de quatro cilindros em linha de 599 cm³, derivado da esportiva CBR 600F, suas especificações esportivas e a facilidade de pilotagem são algumas das características que fizeram a fama da Hornet. O modelo ficou em linha até 2014 e sempre o liderou o ranking das motos naked mais vendidas do País.

A primeira geração, carburada, produzia 96,5 cv de potência máxima a 12.000 rpm e deixava para trás as principais concorrentes, como a Suzuki Bandit 600 e seus 80 cv. Quadro em alumínio, rodas de liga-leve, pneus esportivos, bons freios e o inconfundível ronco do motor quatro cilindros em linha fez a Hornet vender mais de 48 mil unidades enquanto esteve em produção.

CG 150 Titan Mix (2009)

Em março de 2009, a Honda apresentou a CG 150 Titan Mix, a primeira moto bicombustível do mundo. O modelo podia usar gasolina ou etanol em qualquer proporção. A Honda, contudo, recomendava que, em locais muito frios, o motociclista usasse um certo percentual de gasolina.

Além de dar a opção da escolha para os motociclistas, os motores bicombustíveis ajudaram a reduzir a emissão de poluentes por motocicletas. Atualmente, diversos modelos de até 300cc são flex, contribuindo para reduzir os gases.

PCX (2013)

Embora a Honda já tivesse tentado introduzir as scooters no mercado brasileiro, com a Spacy nos anos 1990 e a Lead nos anos 2000, foi com a PCX que a categoria explodiu. Apresentada em 2013, a PCX 150 trazia itens que agregavam ainda mais praticidade as já naturalmente práticas scooters.

A PCX oferecia bom desempenho do motor de 150 cc, que contava com inédito “Idling Stop“, sistema que desliga o motor em paradas mais longas para economizar combustível e poluir menos. A scooter de 150 cc oferecia bom espaço de armazenamento sob o banco, pois o tanque de combustível e o bocal ficavam no túnel central. Prova do sucesso da PCX é que o modelo, hoje com 160cc, ainda lidera o segmento de scooters.

CRF 1000L Africa Twin (2016)

A Honda buscou inspiração nos desertos africanos para entrar no mercado de bigtrails, com a CRF 1000L Africa Twin, em 2015. O nome, herdado da famosa XRV 650 dos anos 1980, mostrava que a marca japonesa chegava com uma proposta mais off-road do que as concorrentes.

CRF 1100L Africa Twin

Equipada com motor de dois cilindros paralelos, a CRF 1000L chegou ao país em 2016. Tinha roda aro 21 na dianteira e a proposta de ser uma aventureira de verdade. Tinha (tem ainda) menos potência que as concorrentes, porém é mais leve e apta a aventuras fora-de-estrada.

Atualmente, a Africa Twin ganhou motor maior, de 1.100 cc, além de diversos controles eletrônicos. Conta até com o moderno câmbio de dupla embreagem (DCT). Aliás, uma curiosidade: a fábrica da Honda no Brasil é a única fora do Japão a montar o câmbio DCT.