Lançada no Brasil em 2004, a Honda CB 600F Hornet foi sucesso de vendas e continua tendo uma legião de fãs. Liderou o ranking das motos naked mais vendidas do país até sair de linha em 2014, com quase 50 mil unidades vendidas.
Mesmo aposentada há uma década, a Hornet foi a moto usada com maior procura entre as anunciadas nas plataformas da Webmotors no ano passado. Segundo o levantamento da própria empresa, a Honda CB 600F Hornet ocupa a primeira posição na lista, seguida pela BMW G 310 GS, na segunda colocação, e pela Yamaha NMax 160, na terceira.
A situação não é inédita. Praticamente, desde que a Honda tirou a Hornet de linha no Brasil, a naked ocupa o topo das buscas entre as motos mais usadas.
A nostalgia é tanta que a Honda decidiu “renascer” a Hornet. Em 2022, a fabricante japonesa revelou a CB 750 Hornet, um dos lançamentos que chega ao Brasil neste ano. A nova Hornet, contudo, usa um motor de dois cilindros paralalelos ao invés do quatro em linha que caracterizou o modelo de 600cc.
Entretanto, o bom desempenho do motor de quatro cilindros em linha de 599 cm³, suas especificações esportivas e a facilidade de pilotagem são algumas características que fizeram a fama da Hornet. Mas, afinal, por que a naked da Honda ainda desperta paixões até hoje?
A primeira geração da Hornet chegou ao Brasil em 2004, mas já como modelo 2005. A naked trazia o motor de quatro cilindros e 599 cm³, derivado da esportiva CBR 600. Ainda carburado, produzia 96,5 cavalos de potência máxima a 12.000 rpm e 6,43 kgf.m de torque a 9.500 giros.
Desempenho que não foi superado nem mesmo pela atual CB 650R, modelo que ocupa o posto de naked média da Honda. Embora tenha controle de tração, faróis de LED e um design atraente, a CB 650R produz apenas 88,4 cv de potência e 6,13 kgf.m de torque.
Se comparada às segunda e terceira geração da Hornet, que chegaram ao Brasil em 2008 e 2011, respectivamente, a CB 650R perde feio. Já com injeção eletrônica, o tetracilíndrico produzia 102 cavalos de potência máxima.
Outro diferencial da Hornet era sua origem. Baseada na CBR 600RR, traduzia perfeitamente o conceito de streetfighter, como ficaram conhecidas as motos naked (pelada, sem carenagem), derivadas de superesportivas.
A segunda geração também trouxe suspensões invertidas na dianteira. Item que não era comum nas motos da mesma categoria. Para se ter uma ideia, só em 2020, o modelo que substitui a Hornet, a CB 650R, ganhou garfo upside-down, no trem dianteiro.
A Hornet també foi um sucesso, enquanto estava em linha, por que era, de fato, melhor que as concorrentes. A começar pelas especificações. No quesito potência, a CB 600F dava um banho na Suzuki Bandit 650, que tinha 84 cv, e na Yamaha XJ6, com 77,5 cv de potência.
Claro que potência não é tudo em uma moto, mas a Hornet tinha outras qualidades perante às concorrentes. Em função de seu quadro de alumínio, era mais leve (177 kg) e fácil de pilotar que as concorrentes, como Suzuki Bandit 650 (215 kg) e Kawasaki Z 750 (203 kg).
Com motor potente e bom conjunto ciclístico, dotado de suspensões invertidas e quadro em alumínio, a Hornet mesclava esportividade e conforto na medida certa. A naked média da Honda se saía bem na cidade, tinha conforto e desempenho para viajar e até era possível se divertir em uma pista.
Com isso, a Hornet atendia bem diferentes públicos. Outros modelos concorrentes da época ou eram muito pragmáticos, como a Yamaha XJ6N, excelente na cidade, mas faltava potência e ciclística na pista ou eram muito esportivos, como a Kawa Z 750, que era mais pesada e tinha um curto raio e giro para circular com desenvoltura no trânsito urbano.
Embora nunca tenha sido uma moto barata, a CB 600F Hornet não era das mais caras. Com valores girando em torno dos R$ 30 mil, a Hornet tinha um bom custo-benefício, oferecendo um bom pacote pelo valor cobrado.
A segunda geração que desembarcou por aqui em 2008, por exemplo, custava R$ 30.837, na versão standard. Valor mais em conta que as concorrentes àquela altura: a Yamaha FZ6N tinha preço sugerido de R$ 35 mil e a Suzuki Bandit 650N saía por R$ 31.151.
Atualmente, um modelo da primeira geração, ainda carburada, custa em torno de R$ 25 mil, mas é difícil encontrar um em boas condições.
Já a segunda geração, injetada e com suspensões invertidas, está na casa dos R$ 30 mil. Os últimos modelos, já com o visual semelhante a CB 1000R e painel totalmente digital, além das suspensões invertidas, não são encontradas por menos de R$ 38 mil em bom estado.
*fonte: Webmotors Autoinsights