Depois de revelar suas primeiras motos flex em fevereiro passado, a Bajaj deve lançar, em breve, a primeira moto a gás do mundo. A informação veio à tona, em entrevista do diretor geral da gigante indiana, Rajiv Bajaj, ao canal CNBC-TV18, da Índia. De acordo com o chefão da Bajaj, a marca planejava lançar a moto a gás somente em 2025. Entretanto, em função dos bons resultados dos testes recentes o lançamento deve ser antecipado e acontecer no próximo trimestre.
Assim como todo o planeta, a Índia também tem buscado formas de reduzir a emissão de gases do efeito estufa. O governo endureceu as regras de emissões de poluentes e tem adotado diversas medidas, como a adição de etanol à gasolina vendida no país, como já faz o Brasil. O que obrigou a Bajaj e outras fabricantes indianas de motocicletas a investir no desenvolvimento de modelos mais sustentáveis. Além de motos e scooter elétricas, modelos bicombustíveis e movidos a GNV, o gás natural veicular, também podem ser uma solução.
Segundo Rajiv Bajaj, a fabricante não terá apenas uma moto a gás, mas sim uma linha de modelos. Na Índia, como no Brasil, o mercado de motocicletas está dividido em cilindradas. As mais populares são as de 100 a 125 cilindradas e as de 150 a 160 cilindradas. Dessa forma, o investimento só se justificaria se a motocicleta a GNV atingisse cada um desses três nichos.
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Afinal, o desafio de desenvolver uma moto a gás, no entanto, não é pequeno. “É a primeira vez no mundo que alguém está tentando desenvolver uma motocicleta a GNV. Justamente porque não é um problema trivial embalar um cilindro de GNV em uma motocicleta. Diferentemente de uma scooter, a moto não tem espaço de armazenamento óbvio”, disse em entrevista ao canal de TV indiano de finanças e negócios.
Justamente pelas dificuldades e pelo alto investimento, a motivação da empresa é dupla, de acordo com o diretor geral da Bajaj Auto. Para o executivo, uma moto a gás beneficia tanto o meio ambiente como o consumidor.
Segundo testes da empresa, o uso do GNV em comparação com uma motocicleta a gasolina reduziu o CO2 (dióxido de carbono) em quase 50%. Já a emissão de CO (monóxido de carbono caiu cerca de 75% e os hidrocarbonetos não-metano caíram cerca de 90%. Embora não zere, a moto a gás, ao menos, reduz e muito as emissões de gases do efeito estufa.
Mas, além disso, o gás reduz e muito o gasto dos motociclistas com combustível, garante o chefão da Bajaj. De acordo com o diretor geral da Bajaj Auto, a moto a gás pode reduzir para metade o gasto do combustível. “O que acredito ter um impacto fantástico nas carteiras desses consumidores”, afirmou Rajiv Bajaj ao canal CNBC-TV18.
Além da moto a gás, a Bajaj já comercializa uma scooter elétrica no mercado indiano. A Chetak, inclusive, foi mostrada no Festival Interlagos 2023 e está cotada para vir ao Brasil. A gigante indiana chegou ao Brasil no final de 2022 e deve inaugurar sua fábrica em Manaus (AM) no próximo mês de junho.