Jovem português quer ser o primeiro a dar volta ao mundo em uma minimoto
André Sousa, 26 anos, partiu de Portugal com uma Honda Monkey 125 para uma aventura inédita, que deve entrar para o livro dos recordes como a viagem mais longa do mundo
A pandemia obrigou André Sousa a mudar os planos de sua viagem de moto. Mas o português não desistiu de seu sonho de dar a volta ao mundo em uma minimoto. A viagem inédita deve, inclusive, entrar para o Guinness Book, o livro dos recordes.
Natural de Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro, André Sousa irá percorrer mais de 50 países em seis continentes ao guidão de uma Honda Monkey 125. A minimoto é uma versão atual de um modelo da década de 1970, com design retrô, mas um moderno motor de 9 cavalos de potência e 125 cm³ de capacidade.
“Não há registro oficial de que alguém tenha tentado isso antes e o meu objetivo é obter o recorde da viagem mais longa de sempre com recurso a uma minimoto, num trajeto contínuo, sem nunca regressar a Portugal até completar toda a viagem”, declarou André Sousa à agência de notícias Lusa.
Motivado pelo desejo de “conhecer novas culturas” e o “estímulo da autossuperação”, André não estipula um prazo para concretização da aventura. O jovem imagina que essa será “muito mais difícil e cansativa” do que a que lhe rendeu o recorde de 2018 pela travessia da América do Sul em 120 dias.
Mudanças no roteiro
Logo no início, o jovem de 26 anos teve de adiar a partida de sua viagem de mais de 60 mil quilômetros. Inicialmente prevista para o final de março, a aventura começou em meados de julho, após a abertura da fronteira de Portugal com a Espanha.
Além do início, o motociclista se viu obrigado a alterar o roteiro da viagem, devido a Covid-19. A principal alteração ao plano inicial é que o continente africano, que seria o primeiro a ser visitado, ficará para o final da viagem.
André Sousa e a sua Honda Monkey 125 começaram pela Europa em direção ao Irã e Paquistão, entrando assim no continente asiático. Provavelmente, devido à situação provocada pela pandemia, o roteiro poderá sofrer outras mudanças, que André irá informar através de suas redes sociais.
Desafios
O projeto, batizado de “Ride That Monkey“, deve durar “dois anos ou até mais”, frisa o motociclista português. André já vislumbra as dificuldades que deve enfrentar pelo caminho, sobretudo, devido ao tamanho da moto atual.
“Por um lado, é mais baixinha e não permite ter as costas direitas, o que me vai obrigar a parar mais vezes para esticar o corpo; por outro, só tem lugar para o condutor e um depósito muito pequeno, o que significa que só vou poder levar comigo aquilo que é mesmo essencial e ainda preciso de transportar gasolina extra”, prevê o motociclista.
A Monkey foi adaptada para atender às exigências de uma viagem deste porte. Para cumprir o orçamento previsto em torno de 60.000 euros, a moto terá que transportar equipamentos para acampar, reduzindo assim o custo com hospedagem.
“Como ainda estou a angariar patrocínios, os 60.000 euros são o custo mínimo da viagem, já a contar que haja quem me ofereça estadia e alimentação por onde eu for passando. Mas, mesmo que as pessoas me deem dormida, ainda assim a Honda vai ter que adaptar a moto para eu poder segurar em cima dela pelo menos uma mochila com roupa e ferramentas, e uma barraca e um saco-cama para quando for preciso“, diz ele.
Outra adaptação indispensável será feita no tanque da Monkey. “Como o depósito leva apenas cinco litros de gasolina e isso só dá para uns 200 quilômetros, vamos ter de instalar mais dois reservatórios de combustível, com cinco litros extras em cada lado“, explica.
Motociclista desde criança
Nascido em 1995, André Sousa começou a conduzir motos aos oito anos e aos 14 já competia no motociclismo. Em 2013, alcançou o 4º lugar no Campeonato Português de Velocidade em 125 cc e, em 2014, foi vice-campeão por equipes no Campeonato de 600 cc.
Em 2018, durante um estágio internacional no Brasil pela Coimbra Business School, percorreu numa Honda CG os 11 países da América do Sul ligados entre si por via terrestre: foram 24.225 quilômetros em quatro meses e o recorde foi reconhecido formalmente pela plataforma “International Book of Records”.
O atual desafio “Ride that Monkey” também será avaliado por organismos oficiais e conta com o apoio da Federação de Motociclismo de Portugal. Para o presidente da federação, Manuel Marinheiro, este é “um projeto pioneiro de superação e coragem numa moto”.
Segundo ele, André Sousa levará Portugal e o motociclismo a fazer história por esse mundo afora. A viagem demonstrará “que não é preciso ter uma moto grande e de alta cilindrada para dar uma volta ao mundo”. Ora, pois!
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3 Comentários
Grande novidade, temos aqui no Brasil o Alfredo do canal no YouTube diário de motochileiro que já percorreu o Brasil, América do Sul, América Latina toda Mexico, Estados Unidos e Canadá numa moto Honda Bis 125cc, e está esperando a pandemia passar para continuar sua viagem para o resto do mundo reiniciando na Europa, Ásia,África etc… e não tem nenhuma publicidade nem patrocínio por ser brasileiro, no caso aí como é Europeu vai fazer uma coisa inédita, por favor antes de publicar matéria deste nível, pesquisem antes, temos grandes aventureiros brasileiros, inclusive um o Mathias Tartiere que está percorrendo o mundo a pé
Olá, José Luiz, tudo bem?
O “gajo” quer ser o primeiro, mas ainda não é. Começou sua aventura em uma Honda Monkey 125cc, uma motinho menor que a Biz, e ainda falta rodar o mundo todo. Tomara que consiga! Eu, aliás, já conheci o Alfredo pessoalmente e acompanho a aventura dele pelas edes sociais. Quando tiver oportunidade, vamos contar também a viagem dele de Honda Biz pelas Américas. Eu nem sabia que ele pretende continuar para outros continentes. Que bacana!
Abraços e obrigado pelo comentário,
Arthur Caldeira
Editor do Motomotor
Desculpa o meu compatriota, é bque o Brasil não ensina seu povo a ler direito. Parabéns ao gajo!