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Motociclistas continuam a ser as maiores vítimas nas vias de São Paulo

Por: Patrícia Rodrigues . 23/01/2024
Meios de Transporte

Motociclistas continuam a ser as maiores vítimas nas vias de São Paulo

Apesar das faixas exclusivas na capital paulista, fatores como o aumento do número de veículos de duas rodas, mais deslocamentos pós-pandemia e dificuldade de fiscalização e conscientização agravam o problema

4 minutos, 19 segundos de leitura

23/01/2024

Por: Patrícia Rodrigues

motociclistas no corredor
Em 2023, de acordo com dados do Infosiga, 426 motociclistas morreram nas vias da cidade de São Paulo. Foto: Alex Silva/Estadão

Apesar de, em 2023, o Estado de São Paulo registrar uma queda de 1,5% no número de óbitos no trânsito em relação a 2022 (veja números no final desta matéria), a cidade de São Paulo segue na contramão com o maior número de vítimas fatais em oito anos: 987, de janeiro a dezembro do ano passado — aumento de 9,8%. Os motociclistas, porém, continuam sendo as maiores vítimas nas vias de São Paulo.

Os dados são do Infosiga-SP, sistema do governo do Estado de São Paulo coordenado pelo Detran-SP e gerenciado pelo programa Respeito à Vida.

Porém, em ambas as contas, há um ponto em comum: os motociclistas são as maiores vítimas. Em 2023, no Estado de São Paulo foram 2.254 óbitos e 426 vítimas nas ruas da capital paulista, representando cerca de 42% desse total. A cidade já conta com faixas exclusivas para esses veículos — o que, na teoria, representaria maior segurança a esses condutores.

Para Paulo Guimarães, CEO do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), uma primeira análise mostra a importância dessa ação — uma vez que, de acordo com o Poder Público, essas vias não apresentaram óbitos desde a primeira implantação em 2022.

“No entanto, há dificuldade de expandir esse projeto, em virtude da própria infraestrutura e espaço físico. Dessa forma, somente faixas azuis não conseguem atender todo o sistema, especialmente em uma cidade desse porte”, observa.

Vários fatores

O especialista também cita outras causas para esse cenário: só no ano passado, no Estado de São Paulo, houve aumento de 16% nos emplacamentos de motocicletas novas (mais de 200 mil veículos) em comparação com o ano anterior, de acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). 

Além de condutores menos experientes e crescimento da frota, os deslocamentos aumentaram, principalmente no pós pandemia.

“Não é só a taxa que assusta: os mais afetados são os jovens entre os 18 e 24 anos, por óbito ou por sequelas em sua plenitude produtiva.”

Responsabilidade compartilhada

No caso dos motociclistas, é preciso insistir nessa cultura de conscientização porque essa faixa etária também é a mais resistente à informação. “Por isso, ela deve ser personalizada por grupo, frisando a maior fragilidade e a visibilidade da moto como veículo menor, que se funde ao corpo do condutor, provocando danos muito mais sérios”, observa Guimarães.

Por ter apenas uma placa e de dimensão menor, a fiscalização e a penalidade por furar o sinal vermelho, por exemplo, acabam não sendo tão efetivas para combater o problema.

“Não se forma consciência apenas pela existência de pena administrativa ou acidente grave. Acreditar na lei e cumpri-la é o que faz o fortalecimento de uma cultura de segurança”, observa. “Por isso, defendemos a responsabilidade compartilhada entre o Poder Público, motoristas, motociclistas e pedestres em todos os seus comportamentos”, avalia o CEO.

Para saber mais sobre segurança viária, acesse o canal Maio Amarelo

Delivery mais seguro

Entre as ações do ONSV para fomentar a mobilidade segura está a parceria com o iFood, que, desde 2023, tornou-se mantenedor social e integrante do conselho para o fomento de ações conjuntas para reduzir os índices de acidentes nas ruas e promover a mobilidade segura. “É parte da meta de Jornada Morte Zero na plataforma, para que ninguém perca a vida durante uma entrega”, reforça Tatiane Alves, coordenadora de Impacto Social do iFood.

A empresa, com mais de 250 mil motociclistas, também conta com assessoria técnica do ONSV para estudos e pesquisas que aprimorem as tomadas de decisões sobre segurança no trânsito, especialmente voltadas a esses parceiros. 

Defendemos a responsabilidade compartilhada entre o Poder Público, motoristas, motociclistas e pedestres.

Paulo Guimarães, CEO do ONSV

Outras iniciativas englobam o curso exclusivo sobre Segurança Viária, 100% gratuito e acessível, para todos os cadastrados na plataforma, o Decola Safety, com dicas práticas sobre direção defensiva e pilotagem segura, com conteúdo avaliado pelo ONSV. Para quem faz entregas de bicicleta, a empresa disponibiliza, no iFood Pedal, o curso online Pedal Responsa, onde os entregadores aprendem sobre o uso da bike elétrica e segurança ao pedalar.

Ao se cadastrar na plataforma, os motociclistas têm à disposição diversas trilhas de formação e conhecimento por meio do iFood Decola, incluindo cursos certificados relacionados à segurança no trânsito, além do programa Anjos de Capacete, que já capacitou, desde 2020,  mais de 670 entregadores em primeiros socorros, segurança no trânsito e prevenção de acidentes.

Desde 2019, o aplicativo disponibiliza seguro gratuito em caso de acidente pessoal, com cobertura para invalidez permanente, morte e lesão temporária, auxílio para a família das vítimas e coberturas exclusivas. “Estudamos implementar, ainda no primeiro semestre, mais melhorias nessas coberturas “, finaliza a coordenadora.

Vítimas do trânsito na cidade de São Paulo

2023: 987 mortes

2022: 917 mortes

426 motociclistas perderam a vida

41,43% do total

Dados: Infosiga-SP, dados de 2023

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