Quarta moto mais vendida do Brasil, no ano passado, e a mais barata da Honda, a Pop 110 recebeu mudanças importantes no modelo 2025. A motoneta ganhou partida elétrica e câmbio rotativo com embreagem semi automática, semelhante ao da Biz. O objetivo, de acordo com a fabricante, foi tornar a Pop mais prática para os usuários e ainda mais fácil de pilotar, para atrair os iniciantes.
O motor também foi atualizado para atender à quinta fase do programa de controle de emissão de poluentes por motocicletas, conhecido como Promot 5. Embora seja um novo motor, manteve a capacidade cúbica do anterior: 110 cc, ou para ser mais exato, 109,1 cm³.
Apesar de menos poluente, o motor melhorou um pouco seu desempenho. Agora produz 8,43 cv de potência máxima a 7.250 rpm e 0,94 m.kgf de torque a 5.000 rpm – o anterior tinha 7,9 cv e 0,89 m.kgf.
Mesmo com novidades significativas, o preço da Pop não sofreu um grande aumento em relação ao modelo anterior. O preço público sugerido da Honda Pop 2025 passou de R$ 9.570 para R$ 9.690, mantendo o posto de moto mais barata da marca japonesa à venda no País.
Tivemos a oportunidade de rodar pelas ruas da capital paulista para avaliar as mudanças na Pop na prática. Ao longo de um trajeto predominantemente urbano, pudemos conferir o que vale ou decepciona na motoneta da Honda.
Apesar das importantes alterações na motorização e no câmbio, a Pop 110 2025 não mudou nada em seu design. Ao bater o olho, pode-se até confundir com a antiga Pop.
Essa foi nossa primeira decepção com a Pop 2025. Trata-se de uma nova motoneta, mas a única diferença visual para o antigo modelo são os grafismos, com a inscrição ES (de Electric Start, ou partida elétrica), e o nome Honda na carenagem dianteira. Até mesmo as três opções de cores – branca, vermelha e preta – continuaram as mesmas. Segundo a Honda, a marca optou por não mudar o design da Pop para evitar impacto no preço final ao consumidor.
Entretanto, na hora de ligar a Pop 110 2025, a praticidade da partida elétrica agradou. Afinal, em pleno século XXI, o pedal de partida, finalmente, ficou no passado nas motos Honda.
Depois de colocar o motor em marcha, outra novidade. Não há mais alavanca de embreagem no punho esquerdo. Afinal, essa é uma das vantagens e facilidades do câmbio rotativo com embreagem centrífuga, usado pela Honda desde os anos de 1950 e sucesso na Biz.
Para engatar a primeira marcha, basta pisar no pedal de câmbio. Outra curiosidade é que nesse tipo de câmbio, todas as marchas são para baixo. Ele ainda recebe o título de rotativo, pois permite que o motociclista passe de quarta marcha para o neutro, simplesmente, pisando no pedal para baixo. Contudo, isso só é possível com a motoneta completamente parada.
Indiscutivelmente, a ausência de manete de embreagem torna a pilotagem mais fácil. Além de não ter de coordenar o controle da embreagem com a troca de marchas, o motociclista iniciante não se preocupa em deixar a moto morrer, em saídas de semáforo ou ladeiras, por exemplo.
A novidade também parece agradar os motociclistas profissionais. Popular entre os entregadores, que alugam motos, a Honda Pop sem alavanca de embreagem cansa menos quem trabalha o dia inteiro trocando de marcha.
Contudo, o novo câmbio causou certa polêmica nas redes sociais. Uma parte dos internautas criticou a mudança feita pela Honda e pediram a volta da embreagem. A alavanca proporciona mais controle do torque e potência do motor e alguns motociclistas se atrapalham com o câmbio rotativo. Embora o sistema funcione muito bem para atender a proposta da Pop de ser um meio de transporte uma ferramenta de trabalho.
Com apenas 87 kg (a seco), a Pop 110i tem rodas de 17 polegadas, na dianteira, e 14, na traseira. Seu comportamento se assemelha bastante com o da Honda Biz, porém não há espaço sob o assento na Pop.
Na parte ciclística, a novidade fica por conta dos pneus Michelin Pilot Street 2, nas medidas 60/100-17, na frente, e 80/100 – 14, atrás. Com boa aderência, os pneus também têm um formato mais arredondado, o que deixou a Pop 2025 ainda mais ágil nas mudanças de direção.
Nem mesmo os freios foram atualizados. A Pop manteve o sistema a tambor, inclusive na roda dianteira. Com sistema combinado, até são suficientes quando estão novos, e em bom estado, como no teste para a imprensa com unidades 0km. Contudo, a falta de regulagem e o desgaste tornam os freios menos eficientes com o tempo.
Criada em 2007 para ser acessível e também fazer frente ao crescimento das motos chinesas naquela época, a Pop tornou-se um sucesso de vendas. Nesse período, a Pop evoluiu. Seu motor passou de 100cc para 110cc, além de ganhar injeção eletrônica. Agora, recebeu partida elétrica e um novo câmbio.
Primeira moto de muitos de seus consumidores, a motoneta tem como principais concorrentes a bicicleta e os transportes coletivos, de acordo com a própria Honda.
Com desempenho modesto, sua velocidade não passa de 90 km/h, mas com consumo de 49,9 km/litro de gasolina, segundo a Honda, a motoneta cumpre bem sua função. Seja como uma opção econômica de transporte diário ou como ganha pão, a Pop 110i ES não decepciona pelo que cobra.
Prática
Partida elétrica e o novo câmbio irão facilitar a vida dos consumidores
Design
Mesmo que tenha a proposta de ser barata, a Pop merecia um face-lift para destacar as novidades
Motor um cilindro, 109,1 cm³
Câmbio quatro marchas
Transmissão final por corrente
Potência 8,43 cv a 7.250 rpm
Torque 0,94 m.kgf a 5.000 rpm
Peso seco 87 kg
Preço sugerido R$ 9.690